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Facilmente se compreende, então, como seriam frágeis as habitações
de tais estratos sociais, tendo em conta que o sector de
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actividades pesqueiras e do sal podia viver também nos seus barcos
ou barracas de madeira, como ainda acontecia, não raro, no século XIX. No fundo, uma vida «anfíbia», até na maneira de ganhar o pão.
Sendo assim e não abundando pedra que facilitasse casas de
alvenaria, houve que recorrer aos materiais que a natureza oferecia,
além da madeira. Por mais barato e fácil, em zona de abundantes
argilas, recorreu-se ao barro cozido, o «tijello» ou tijolo,
tradição que se manteve, mesmo depois de no século XIX se ter
vulgarizado o adobe.
Habitações do
género não comportavam grande crescimento em altura, devendo ser
normal um casario térreo.
Mas Aveiro (como
também Sá e Esgueira) era já nome conhecido entre nacionais e
estrangeiros como autêntica «feitoria do sal», a ponto de o próprio
rei, nas Côrtes de Elvas (1361) reconhecer que «por elle recudiam
a nossa terra muitos mantimentos e a nos muita prol e muitos de
muitas partes de fora dos nossos Regnos quando avia avondamento
delle carregavam naves e outros navios pera outras terras»,
acabando por conceder privilégios aos habitantes desta promissora
área do baixo Vouga, para que se dedicassem mais ainda à feitura
desse precioso produto.
Sequência de fotos da abertura da
Av.ª Dr. Lourenço Peixinho. |
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