Terras da Nossa Terra - Ano 21, Abril de 1985


Facilmente se compreende, então, como seriam frágeis as habitações de tais estratos sociais, tendo em conta que o sector de / 5 / actividades pesqueiras e do sal podia viver também nos seus barcos ou barracas de madeira, como ainda acontecia, não raro, no século XIX. No fundo, uma vida «anfíbia», até na maneira de ganhar o pão. Sendo assim e não abundando pedra que facilitasse casas de alvenaria, houve que recorrer aos materiais que a natureza oferecia, além da madeira. Por mais barato e fácil, em zona de abundantes argilas, recorreu-se ao barro cozido, o «tijello» ou tijolo, tradição que se manteve, mesmo depois de no século XIX se ter vulgarizado o adobe.

Habitações do género não comportavam grande crescimento em altura, devendo ser normal um casario térreo.

Mas Aveiro (como também Sá e Esgueira) era já nome conhecido entre nacionais e estrangeiros como autêntica «feitoria do sal», a ponto de o próprio rei, nas Côrtes de Elvas (1361) reconhecer que «por elle recudiam a nossa terra muitos mantimentos e a nos muita prol e muitos de muitas partes de fora dos nossos Regnos quando avia avondamento delle carregavam naves e outros navios pera outras terras», acabando por conceder privilégios aos habitantes desta promissora área do baixo Vouga, para que se dedicassem mais ainda à feitura desse precioso produto.

Sequência de fotos da abertura da
Av.ª Dr. Lourenço Peixinho.

 
 
 
 

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