Está a velha vila de Monsaraz situada a três km do rio Guadiana, sobre a
cumeada de um altíssimo e penhascoso monte, cuja vertente sul cai em
socalco e se espraia depois até à margem direita do rio.
Reza a tradição que é fundação antiquíssima e, dada a natureza da sua
situação, e configuração topográfica do monte em que está edificada e a
riqueza dos terrenos adjacentes, poderemos concluir que ela constituía
um grande oppidum à chegada dos romanos, onde se abrigavam em
caso de perigo as populações e gados dos lugares circunvizinhos. É
natural que os romanos tenham aproveitado esta posição, fortificando-a
segundo a sua técnica, de forma a constituir uma poderosa testa de ponte
sobre o
Guadiana; assim como os bárbaros e os mouros teriam cuidado com o maior
desvelo as suas fortificações.
Ignora-se totalmente a história de Monsaraz durante o domínio dos
invasores; sabe-se apenas que foi tomada aos mouros no ano de 1167 por
D. Afonso Henriques, que a doou aos Templários, com o encargo de
restaurarem a fortaleza e proverem à sua eficiente defesa.
Mais tarde, D. Dinis mandou reedificar o forte e alteroso castelo e toda
a cerca amuralhada.
Em Junho de 1385, D. João I de Castela tomou de assalto o castelo de
Monsaraz, por este estar desprevenido, dotando-o com uma forte
guarnição; mas logo em Agosto seguinte foi retomado pelo condestável D.
Nuno Álvares Pereira, que mandou fazer uma reparação completa da
fortaleza.
D. Manuel mandou também restaurar o castelo e as muralhas construídas no
tempo de D. Dinis, segundo se representa nos desenhos de Duarte Darmas.
Monsaraz – Vista tirada da banda do leste
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