Margem esquerda do
Guadiana – Freguesia da Luz, Concelho de Mourão
Tendo em conta o facto desta pequena mas
poderosa fortaleza estar alcandorada em esporão escarpado,
geograficamente estratégico, no vale do Guadiana, é licito inferir que,
provavelmente, muitas, interessantes e talvez arrebatadoras aventuras
ali se tenham passado, uns bons tempos a. C., pois é indiscutível a sua
função de vigilância terrestre e fluvial, numa época com uma grande
componente guerreira.
Tudo indica que nesta fortaleza estavam
permanentemente acantonadas forças militares de vigilância.
De notar que nesta construção foi
considerado, curiosamente, um esquema de recolha/aproveitamento das
águas pluviais, armazenadas em cisterna, dando-lhe assim indiscutível
autonomia neste campo, em caso de cerco.
Como não podia deixar de ser,
considerando as características da região, o material de construção é,
basicamente, o xisto.
Hoje, submerso pelas águas do grande
lago da barragem de Alqueva, este castelo subsiste somente através dos
escritos que sobre ele vários investigadores fizeram.
Seria a todos os títulos interessante, e
até importante, que alguém que o soubesse fazer, escrevesse um romance
histórico sobre o assunto, considerando as condições específicas da
época e da geografia humana e territorial, pois este tipo de literatura
é sempre apetecida.
Este texto não pretende ser mais do que
um convite à ampliação do conhecimento sobre o nosso passado regional,
recomendando-se a consulta do respectivo Inventário do Património
Arquitectónico (DGEMN), bem como dos textos, fruto de investigação,
produzidos por João de Almeida, Afonso Paço, J. Bação Leal, Jorge
Alarcão, Adília Alarcão e Túlio Espanca. |