Desde há cerca de um mês, assistimos à
mais fantástica manifestação de "patriotismo", bem como à exibição em
quantidade jamais vista da bandeira de Portugal.
É evidente e todos sabemos que de há
muito os poderes aprenderam a utilizar o fenómeno do futebol, à mistura
com uns faduchos e uma ou outra peregrinação a Fátima, em proveito
próprio, chamando a si para isso todos os meios de agitação ao seu
alcance, directa ou indirectamente.
E nós vamos, como sempre fomos, na onda
da tristemente célebre trilogia dos "éfes".
Não se sabe quem vai ganhar o Euro 2004,
mas já que estamos metidos nele e depois de todo o entusiasmo popular,
bem como da enorme quantidade de dinheiro (quase inacreditável num país
de tesos) gasto em estádios (só) de futebol, julgo legitimo esperar que
seja a selecção portuguesa a fazê-lo.
Assistimos em todo o pais a discussões
sobre o assunto, tão absurdas, inesperadas e impensáveis, que tocam o
ridículo.
Aproveitando todo este entusiasmo à
volta do símbolo da Pátria, apelo aos futpatriotas para, usando-o
(entusiasmo) como arma/instrumento ao serviço do civismo e do humanismo,
criem um amplo movimento para irradiar definitivamente a pobreza de
Portugal. Um movimento cívico que exija aos tais poderes os mesmos
meios, as mesmas influências e a mesma quantidade de "camiões" de
dinheiro, para este tão mais nobre fim.
Aqui fica o desejo/apelo e a expressão
da minha, se calhar vã, esperança nos resultados. |