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1. A geometria
clássica das salinas, se acompanhada com restos de água, pelo «craquelé»
dos algibés, é de uma beleza calma a aguardar a explosão dos
cristais. |
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2.... até parece uma
alcatifa de luxo, a tapeçaria de lamas no caminho deste moço a
dirigir-se ao milagre do Sal. |
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3. O catavento, a
barraca, as bicicletas e a ponte de tosco pau marcam o que vem
de longe e o que se espera para a metamorfose da água no salgado
do sal e do suor. |
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4. Os rectângulos já
começam a enfeitar-se para receber a carícia dos pés gretados
dos marnotos e seus moços... |
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5. ... e a faina
continua por entre o matagal que o Inverno fez crescer, apesar
do açoite das nortadas. |
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6. O trabalho de
grupo é uma das leis do salgado, sobretudo na tarefa ingrata que
precede a «botadela». A pá, a canastra, a rodilha para as
cabeças, são os acessórios deste quarteto de trabalho sem o qual
o milagre não vem. |
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7... e o rodo ainda
não traz cristais, mas «lixo» que nem por o ser, deixa de
oferecer perspectivas de encantamento para os olhos, bem
representadas pelos claros-escuros da camisa do moço e pelos
montes alinhados, à espera da canastra e do barco. |
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8. ... antes do Sal
começar a nascer, como que a medo, em espumas, ele mostra-se ao
Sol que lhe dá brilhos e reflexos de beleza sem par. |
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9... depois de lhes
abrir a água, ainda suja e negra, que toma contornos
fantasmagóricos dignos de atrevido Pintor, surgem Picassos
involuntários. |
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10. Terminada a
limpeza, importa alisar a carpete para que o Príncipe, ao
chegar, se sinta bem e cresça como «Rei». |
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11. As janelas do
céu já caíram e o cristal delas começa a fazer negaças à luz,
chamando-a para o noivado. |
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12. Para quem os
saiba ver, em encantamento, os reflexos são, na faina do sal, um
dos principais encantos. |
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13. A canastra, os
cristais, os punhos e o moço, tudo cheio de luz, ainda mais faz
brilhar a sombra alongada, criada pelo Sol da tarde. |
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14. A cordilheira
começa a tomar formas de fruto a mostrar-se para o amadurecer da
montanha que o espera, em forma de cone. |
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15. ... pernas de
infância mal acabada. |
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16. ... e depois,
pelo esforço desta, até ao crescer alegre das cenas de marcar
volumes na planura mista. |
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17. ... e a
democracia «condessa» guarda o naco de broa, quem sabe se sem
qualquer azeitona, como conduto, que enfeite o apetite do
suor... |
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18. ... para logo a
seguir desenhar velhas e sempre novas figuras que poderiam ser
de vitrais de qualquer templo à Deusa-Mãe natureza. |
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