A camaradagem que eu sentia à minha volta e tinha a qualidade de não exclusiva, pois crescia entre todos os oficiais do tal
ofício de "pedidores de justiça", sempre foi fértil na geração de frutos
de convivência mas, nem por isso, de sociedades que gerissem interesses
comuns.
Havia um pouco a sensação, talvez natural e pura, de que a advocacia era
um acto individual de comunicação íntima e total com o cliente e carecia
de qualquer coisa como o segredo de alcova, que só permitisse destapar
os lençóis da comunhão, e mesmo assim, não completamente, quando tivesse
de desmanchar-se perante um Senhor da Beca que, para ver melhor ou mais
importante parecer, se sentava num degrau alto dos patamares do mundo
judicial.
A ideia de especialização colaborante que a sociedade multimoda de hoje
impôs aos seus membros, praticamente só existia na camaradagem de todos
e na amizade de alguns.
Por isso quando, para além da conotação natural e de jeito
familiar, surgida entre o Manuel das Neves e o Álvaro, seu filho,
apareceu o Sardo e o Sebastião, Flávio de nome, o primeiro e Dias
Marques de apelidos, o segundo, todos mais ou menos sorrimos, sem
invejas nem rancores, antes desejando aos "nubentes" que o conúbio
durasse, até "fim" do mundo como o Pedro da História declarou em relação
à Inês da lenda" estórica" e mandou escrever no doce e macio calcário do
seu palácio final.
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E do sorriso de todos nasceu a "versalhada" atrevida do Amigo que eu era e, felizmente, ainda sou.
E foi a minha prenda para a corbelha!
Ei-la tal como as tubas do atrevimento amigo a fizeram soar,
nas quebradas da cordilheira da nossa velha amizade:
TOADA DOS BEM CASADOS
Para cantar à teorba pelo Sardo e Sebastião, em dias de
Colectivo.
Com o Sardo e o Colega,
Em plena sociedade,
É quase certo, florir,
Neles, o pôdre da vaidade!
Com luxos de Xá da Pérsia,
Sem Soráias-Messalinas,
EIXO melhora e a GAFANHA
Passa pr'além das salinas.
Mas tenho um certo receio,
Um temor-reverencial,
De que o dueto açambarque
As acções do Tribunal!
No seu AVISO "estenderam-se",
Ultrapassaram a decência,
Indicando o EVARISTO
Como ponto de referência!
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Só há uma solução,
Na penitência, a cumprir:
É convidar os Colegas
Com ordem de... mandar vir!
Basta chegar à janela
E dizer: Ó EVARISTO,
Mete coisas na panela,
Seja chouriço ou morcela.
E
depois.. CHEGA CÁ ISTO.
P.S. (Ainda não havia P.S.)
Como questão marginal,
Surgiu a "gaffe" mais feia:
Foi dado como sinal,
Um homem do "Futebal"
Preterindo, assim, o Granjeia.
Primavera de 1972
Primo anno affectio societatis.
A alusão ao Granjeia, Colega de todos e com banca paredes meias com a
Adega do Evaristo, compreendia-se e até servia de tempero satírico
naquele "Primo anno afectio societatis".
O sorriso foi geral e ultrapassou o negro das togas e becas, na primeira
acção de convívio, em colectivo, levada a efeito naquela Adega ou não
importa em que Tribunal, uma vez que esse sorriso e
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essa camaradagem nunca se sentiam deslocados, apesar dos degraus e
das... custas. |