Costa e Melo, Gente de Toga, Beca e Capinha (Fogachos da lareira forense), CMA, 2000, pp. 15 a 17.

Explicação

O carinho com que foram recebidos os primeiro fogachos da lareira forense, mimaram-me e tanto que senti, nas próprias orelhas, o puxão que, em forma de postal, apareceu pela pena do Pinto da Costa que, na sua luta de classe e como homem de capinha, entendeu não ter sido de JUSTIÇA o saneador que do livro eliminou ou, melhor e mais justamente, nele não incluiu, gente que nem por não ser de Beca ou de Toga, deixava de acender a lareira e nela se consumir e por vezes chamuscar a sua emblemática fardeta.

E porque tinha razão o querido Amigo, logo pensei em rectificar a especificação e o questionário e, sem custas nem custo para o escriturário que nestes autos sou, promover uma Segunda série em que se juntassem aos que de toga e beca houvessem sido / 16 / esquecidos, uns tantos, de capinha que aqui e acolá, nisto ou naquilo, ilustrassem a minha saudade e não deixassem de provocar fogachos com que, sem me chamuscar, por vezes me tenham aquecido.

Isso justifica, por si só, esta espécie de adenda em que, sempre que possível, sem repetições descabidas, procurei acrescentar fogachos de gente diferente, mas, como a anterior, desta família enorme que, para ser completa, até tem filhos legítimos e ilegítimos, mesmo enteados e bastardos da Justiça, do Direito e da Moral.

Assim procurarei fazer e, sem menor consideração por quem quer que seja − a lareira é a mesma... − começarei pelos da capinha, hoje quase em desuso por descabido sintoma ou complexo de inferioridade, sem qualquer razão de ser. / 17 /

É que, quando há Justiça que se possa pedir, fazer ou executar, não pode nem deve haver tarefas que não honrem, por igual, quem as tenha ou deva praticar.

E a todos, com a devida vénia, aqui volto e a, para mim e como escriba, pedir JUSTIÇA.

 

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