BIBLIOGRAFIA

O ARQVIVO DO DISTRITO DE AVEIRO dará sempre notícia das obras à sua Redacção enviadas quer por autores quer por editores.

De harmonia com a prática seguida pelas publicações suas congéneres, fará também algum comentário crítico aos livros de que receba dois exemplares.


Os Estranhos Costumes do Continente Negro - pelo Dr. FRED BLANCHOD. Volume de 400 págs. Livraria Tavares Martins, Porto, 1946.

-- É o 13.º vol. da colecção - «Por Terras de Maravilha» - que a conceituada livraria editora vem publicando, desde 1937, sob a direcção de Campos Monteiro, Filho. - São muito curiosos todos os volumes da colecção, cujos títulos. aqui deixamos para elucidação dos leitores que os não conheçam: I - No País dos Homens-Leões; II - Vinte Anos debaixo do Mar; III - O Desporto das Grandes Emoções (captura das feras e dos paquidermes); IV - Sobre o Saará Ardente; V - A Índia dos Marajás; VI - O Inferno Verde (florestas virgens da Bolívia); VII - Dez Anos debaixo da Terra; VIII - No Paraíso das Grandes Feras (subindo o Nilo milenário); IX - Entre os Pescadores de Pérolas; X - Os Esquimós; XI - Lapónia; XII - Homens Brancos nos Trópicos (O Extremo Oriente em foco).

O volume 13.º, de que em especial nos estamos ocupando, é tradução, muito acurada e conscienciosa, do aveirense Sr. Crisanto de Melo. Não nos surpreendeu o trabalho: o tradutor conhece muito bem a língua francesa, que largamente praticou durante a sua permanência em Paris e, além disso, é inteligente e culto e sabe português. Bem andou, pois, a casa editora em o encarregar da árdua tarefa de verter para português um trabalho de autor suíço, cuja linguagem difere bastante da de qualquer autor parisiense e não podia ser traduzida por quem não dominasse muito bem, como o Sr. Crisanto de Melo, o francês.

Do interesse do assunto de - Os Estranhos Costumes do Continente Negro - não é necessário falar. A obra terá por certo venda assegurada entre os compradores dos outros volumes da colecção, que mais uma vez serão arrastados pelo desejo de penetrar nos domínios do desconhecido e do pitoresco, patentes sempre nos livros dos devassadores de terras e de povos.

J. TAVARES

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