F. de Moura Coutinho, Os Costas e os Almeidas de Aveiro, Vol. X, pp. 199-206.

OS COSTAS E OS ALMEIDAS

DE AVEIRO

O PRIMEIRO que destes encontro, servindo-me de guia o que escreveu o capitão-mor de Aveiro, Luís DA GAMA, é André Pires «a quem D. Jorge, duque de Aveiro, «emprazou a quinta dos Santos Mártires em 1447». A esta data não tinha ainda sido criado o ducado de Aveiro (foi-o por D. João III em 1547, segundo D. ANTÓNIO CAETANO DE SOUSA), e nem ao menos tinha nascido o 1.º duque, D. João de Lencastre, que nasceu em 1501; ora D. Jorge de Lencastre, 2.º duque e filho de D. João, só principiou a usar o título de Duque de Aveiro depois do falecimento do pai, que foi a 22 de Agosto de 1571. Para o emprazador da quinta dos Santos Mártires ter sido o mestre de S. Tiago e duque de Coimbra, D. Jorge, pai de D. João e avô do outro D. Jorge, não se conforma com tal a computação dos tempos porque um bisneto de André Pires, Simão da Costa de Almeida, foi baptizado em 1593, a 5 de Novembro. Um século e quarenta e seis anos entre o nascimento de Simão e o acto do bisavô ter aceite um emprazamento, é espaço demasiado, e, note-se ainda, que eu posso interpretar mal o que escreveu LUÍS DA GAMA, e ter sido o avô de Simão, e não o bisavô, o que emprazou a quinta, pois que lá vejo isto assim escrito: «João André da Costa, o herdeiro, f.º de André Pires a quem D. Jorge, duque de Aveiro, emprazou a quinta dos Santos Mártires em 1447».

João André da Costa, o herdeiro de alcunha, casou com Isabel da Costa Côrte-Real, filha bastarda de Manuel da Costa Côrte-Real, senhor do Gafanhão, filho este do meu 9.º avô João Nunes Cardoso, de quem tratei largamente no volume I do meu genealógio «Mouras Coutinhos de Esgueira». Aqui temos a primeira ligação dos Costas e Almeidas com antepassados meus.

Entre os filhos de João André houve um, António de Almeida e Costa, clérigo, que, segundo as notas de JOSÉ REINALDO DE QUADROS OUDINO6T a que no mencionado trabalho / 200 / meu faço referência, «fêz doação de parte dos seus bens. seu sobrinho Simão da Costa de Almeida para a fundação e vínculo dos Santos Mártires de Aveiro». O epitáfio da sepultura de Simão da Costa, a que adiante me referirei mais de espaço, diz que o instituidor de vínculo e quem mandou construir a capela dos Santos Mártires na igreja de S. Miguel foi este bisneto de André Pires, mas certo é que este poderia aceitar o emprazamento da quinta e o bisneto vinculá-la depois. Além daquele clérigo, os filhos de João André da Costa e de Isabel da Costa Côrte-Real foram:

Manuel Jorge da Costa, o herdeiro da casa, que se segue.

− Pedro Nunes da Costa, desembargador do Paço, que casou com Catarina Rangel, filha de Miguel Rangel e de Maria Pericão, s. g. ,

− Luísa da Costa Côrte-Real, mulher de Pedro Nunes Quaresma.

− André Nunes da Costa, que foi casado com Maria da Costa Pacheco, de quem foram filhos André Nunes da Costa e Isabel da Costa Pacheco, que casou com João Gomes Bombarda, de Aveiro, a 4-VI-1636, c. g.

Manuel Jorge da Costa, filho primogénito de João André, cavaleiro da Ordem de S. Tiago, diz Luís DA GAMA que casou com Jerónima da Costa e Almeida «filha de Fernão Lopes de Almeida, f.º de Francisco de Almeida e Meneses e neto de Henrique de Almeida», e que Fernão Lopes de Almeida foi casado com «Bárbara Borges da Costa, filha de Duarte Borges e de Iria da Costa Pereira, da Arrifana de St.ª Maria». O mesmo, pouco mais ou menos, escreveu JOSÉ REINALDO, mas isto não pode ser. Se Jerónima foi efectivamente filha de Fernão Lopes de Almeida, não encontro nos outros genealógios que conheço tal filha mencionada, nem Fernão Lopes era filho de Francisco de Almeida e neto de Henrique de Almeida, nem foi casado com Bárbara Borges da Costa. Também neste livro trato de Fernão Lopes de Almeida, o de Esgueira, e veja-se o que a seu respeito escrevi(1).

Os filhos de Manuel Jorge da Costa e de Jerónima foram:

− Pedro Nunes da Costa e Almeida, baptizado em S. Miguel a 19-IX-1585, foi desembargador do Paço, diz OUDINOT, e morreu solteiro s. g.

− Maria, baptizada a 14-IX-1587; morreu menina. / 201 /

− Luísa de Almeida e Costa, baptizada a 31-VIII-1591, que casou com Miguel Corrêa Rangel de Quadros e Veiga, baptizado a 6-IX-1592, filho primogénito de António Rangel de Quadros Peres Pericão, e de Catarina Corrêa da Veiga Henriques de Quadros; neto paterno de Miguel Fernandes Rangel e de Maria Peres Pericão, filha de Pedro Anes Pericão, e materno de André Ribeiro e de Brites Henriques Corrêa de Quadros, tudo gente nobre de Aveiro. Com larga geração.

Simão da Costa e Almeida, que segue.

− Tomás da Costa e Almeida, baptizado a 3-III-1602; foi clérigo formado em direito canónico, em que se tornou distinto.

− António de Almeida e Costa, baptizado a 5-1-1606, solteiro.

Simão da Costa e Almeida, baptizado a 29-X-1593, foi duas vezes − diz JOSÉ REINALDO − procurador em Cortes pela nobreza e foi o primeiro administrador da capela e vínculo dos Santos Mártires em Aveiro.

Casou duas vezes, mas só tenho notícia de uma mulher, Maria Saraiva de Carvalho, que LUÍS DA GAMA parece dizer que foi a primeira e JOSÉ REINALDO que foi a segunda. Diz o primeiro que era filha de Francisco de Matos e de Isabel Saraiva de Carvalho, e LUÍS DA GAMA que era filha de João Vicente de Carvalho, da Faia, e de Maria Jorge de Carvalho, filha de António Saraiva de Carvalho, do Ermelo (Guarda); os avós paternos: Domingos João... e Maria de Almeida.

Simão da Costa e Almeida e sua mulher Maria Saraiva de Carvalho foram sepultados na igreja de S. Miguel (hoje demolida) em Aveiro. Veja-se o Arquivo do Distrito de Aveiro, 1.º ano, págs. 325 e 326 nas «Informações Paroquiais do Distrito de Aveiro de 1721», interessantíssimas transcrições do estudioso Director da revista, ROCHA MADAHIL.

Abreviando o que lá, a tal respeito, vem mencionado e pondo em linguagem corrente: Os Costas e Almeidas tinham na referida igreja de S. Miguel a capela dos Santos Mártires que tinha duas sepulturas, uma da parte da Epístola e outra do Evangelho «metidas nas paredes da dita Capella e Levantadas da Terra a maneyra de Tumullos». A do lado da Epístola tinha este epitáfio: «Sepultura de Maria Saraiva de Carvalho mulher que foi de Simão da Costa e Almeida». Era brasonada. A da parte do Evangelho: «Sepultura de João da Costa e Almeida, o qual mandou fazer esta capela, e instituidor e administrador das missas que nelas se dizem e hão de dizer; faleceu no ano de 1673».

Morreu a 7 de Julho daquele ano. Ao meio tinha um brasão e em baixo mais estes dizeres:«As quais duas sepulturas / 202 / mandou fazer seu filho Manoel Jorge da Costa, professo da ordem de Cristo no ano de 1683». Estas armas tinham um escudo partido, as armas dos Costas e as dos Almeidas, e o outro da mesma forma partido com as insígnias heráldicas dos Carvalhos e parece que dos Saraivas. Por esta forma são descritas estas armas:

«Como Sette aMeyas Carregando hũas sobre as outras dezemContradas; e pª baixo hũ Crespo, e no alto tem Meya flor de Lis, e em baixo, outra, e no Meyo de Cada parte tem Sua Meyaflor e no Elmo do timbre huma cabeça de peyxe».

Digo «parece», mas são de facto as armas dos Saraivas; lá têm a cabeça do espadarte por timbre, os crivos, o faxado-andado, a bordadura de vermelho carregada de quatro flores de lis, etc., etc.

De Simão da Costa e de Maria Saraiva de Carvalho foram filhos, Manuel, que se segue, e Luísa Saraiva que casou com André da Costa Bombarda, de quem foi a primeira mulher, baptizado a 8-X-1648 e falecido a 31-XII-1703, filho de João Gomes Bombarda que casou a 4-VI-1636 com Isabel da Costa Pacheco, como digo atrás. Esta Isabel da Costa Pacheco faleceu a 20-XII-1653, e foi sepultada em S. Domingos. A segunda mulher de André da Costa Bombarda foi Francisca Ribeiro, filha de Manuel Ribeiro de Oliveira. Da primeira mulher teve geração, da segunda não sei.

Manuel Jorge da Costa, filho herdeiro de Simão da Costa de Almeida, foi baptizado a 11-IV-1654, foi cavaleiro da Ordem de Cristo tomando o hábito na igreja da Conceição em Lisboa a 3-11-1680. Foi sepultado na capela dos Santos Mártires e havia casado duas vezes, a primeira com Mónica da Cunha Rebelo, de quem teve uma filha chamada Catarina, que era defeituosa e morreu criança; e a segunda com Joana de Távora de Azevedo Monteiro(2), filha de Miguel da Silva, / 203 / Chamorro, familiar do Santo Ofício por carta de 27-VI-1675, morador na quinta de Recardães à porta de Águeda, e de sua mulher Mariana de Távora Veloso, filha herdeira de Diogo Veloso da Silva, de Góis, e de sua mulher Joana de Távora de Azevedo, da Lousã; neta paterna de Julião de Carvalho da Silva, de Recardães, assim como a mulher Maria Madalena de Almeida, filha de Diogo de Almeida, da mesma localidade, e de Maria Ferreira, de Vila Nova de Monçarros. JOSÉ REINALDO acrescenta a este Manuel Jorge da Costa outros apelidos, e chama-lhe Manuel Jorge da Costa Côrte-Real e Almeida. Filhos, que foram três: Simão Pedro, que se segue; Fr. Miguel de Távora, religioso dominico e D. Maria Dorotêa, que morreu recolhida no convento de Sá em Aveiro.

Simão Pedro da Costa e Távora Monteiro e Almeida, baptizado a 7-VII-1699, casou a 29-IX-1715 com D. Brites Isabel Varela Rangel de Quadros e Veiga, filha de Miguel Rangel de Quadros, cavaleiro da Ordem de Cristo e almoxarife da Rainha, e de sua mulher D. Mariana Pacheco Varela, baptizada a 26-XI-1694 e que faleceu a 27-V-1769, e seu marido a 18-II-1756, tendo sido sepultado, diz LUÍS DA GAMA, no convento de Santo António, em sepultura própria. Dos Pachecos e Varelas já em outro capítulo tratei, e por sinal que lá colei uma árvore genealógica destes Costas e Almeidas. De Miguel Rangel direi que era filho de António Rangel de Quadros e de sua mulher D. Ana da Veiga Cardoso de Albergaria, filha do Dr. Manuel Saraiva Cardoso de Albergaria e bisneta, por esta linha, de D. Jerónima Soeiro Cardoso de Albergaria, mulher do Dr. Sebastião de Almeida e Costa, a qual D. Jerónima pertencia aos Soeiros de Albergaria, / 204 / geração à qual também pertenço pelos meus antepassados destes apelidos. No genealógio dos «Mouras Coutinhos, de Esgueira», vol. III, trato disso. Simão Pedro foi o terceiro administrador da capela dos Santos Mártires, e foram
seus filhos:

− Manuel, morreu menino.

− D. Mariana Joaquina Rangel de Quadros, que casou com seu tio Miguel Patrício Cabral Rangel de Quadros, filho de Manuel Castanheda Cabral de Moura e Horta, monteiro-mor de Aveiro, e de sua mulher D. Maria Custódia Rangel de Quadros e Veiga, c. g.

− D. Catarina Joana, freira no convento de Sá em Aveiro.

−D. Joana Margarida, mulher de seu tio António Rangel de Quadros Cabral Castanheda e Horta.

− D. Maria Francisca, morreu menina.

− D. Ana Norberta, morreu em 1792 recolhida no convento de Sá.

− D. Teresa Joana, baptizada em S. Miguel de Aveiro a 24-VI-1729 e faleceu solteira a 26-VI-1792.

− Fr. João Rangel, monge de Alcobaça, onde foi mestre de Teologia.

− D. Brites Maria, faleceu solteira em 1800.

António Veríssimo, que se segue.

− Miguel Rangel, morreu a 16-1-1764.

− José Leandro da Costa Monteiro Rangel de Quadros, faleceu a 31-1-1786.

 

António Veríssimo da Costa Monteiro Rangel de Quadros, acima, foi o 4.º administrador da capela dos Santos Mártires, e casou com D. Inês Margarida Coronel de Vasconcelos, filha de Romualdo de Almeida Matoso da Silveira, da Oliveirinha, e de D. Joana lnácia Coronel de Vasconcelos. Também por esta linha há ligação de parentesco com a casa dos Mouras Coutinhos, de Esgueira, como deduzi no meu canhenho «Casa-solar de Oliveirinha».(3). Filho único:

Miguel Rangel de Quadros da Costa Monteiro, 5.º administrador da capela dos Santos Mártires, casou em Aveiro a 9-Xl-1759 com sua prima D. Maria Bárbara Rangel / 205 / de Quadros Borges de Queiroz, filha de José Luís Rangel Mascarenhas de Quadros, dos Rangeis do Carmo, e de sua mulher D. Maria Flávia de Andrade e Queiroz. D. Maria Bárbara faleceu a 15-VI.1794. Filhos:

António Máximo, segue.

− José Luís Rangel de Quadros, bacharel formado em Cânones, desembargador da Relação de Lisboa, ajudante do Procurador Geral da Coroa, fidalgo cavaleiro, falecido em Lisboa a 29-1-1857, tendo sido casado com D. Catarina Street de Arriaga Brum da Silveira, irmã do primeiro Visconde de Carnide; c. g.

− Diogo Luís e Francisco Luís, que morreram crianças.

− D. Maria do Carmo, morreu solteira em 1878 com 85 anos.

António Máximo Rangel de Quadros da Costa Monteiro, 6.º administrador da capela dos Santos Mártires, casou com D. Maria Amália Nunes Fragoso, «de cuja genealogia não será fácil dar notícia», diz JOSÉ REINALDO. Filhos:

Júlio Máximo, segue.
− António, que morreu de 15 anos.

Júlio Máximo Rangel de Quadros da Costa Monteiro, 7.º administrador da capela dos Santos Mártires, casou com sua prima co-irmã D. Maria Bárbara Rangel de Quadros, filha do Dr. José Luís Rangel de Quadros e de sua mulher D. Catarina Street de Arriaga e Cunha Brum da Silveira, atrás referidos. Filhos:

− José, morreu criança em 1855.
− D. Maria Augusta, idem.
− Alfredo, que se segue, nascido a 22 de Agosto de 1855.
− D. Catarina, que morreu solteira em 1893.
− D. Maria do Carmo, casada com seu primo José Reinaldo Rangel de Quadros Oudinot, genealogista a que me tenho referido.
− D. Júlia, solteira, tutelada.
− D. Iria, mulher de António Maria Marques Vilar.


Alfredo Rangel de Quadros, 8.° e último administrador da capela dos Santos Mártires. Casou em 7-Xll-1876 com D. Maria CIementina de Sousa Monteiro Rebocho, filha dos primeiros viscondes e primeiros barões de Santo António, Pedro António Rebocho Freire de Andrade e ,Albuquerque,
/ 206 / general de divisão, vogal do Conselho Superior de Justiça Militar, grã-cruz; de Avis, etc., nascido a 1-III-1792 e falecido a 24-II-1868, e de sua mulher D. Ana Izequelina de Oliveira, irmã da primeira baronesa de Palme. Filhos:

− José Luís Rangel de Quadros, faleceu em 1892.
D. Maria Luísa, segue; nasceu a 14-Vll-1880.
− D. Máxima Clementina Rangel de Quadros, que nasceu em 13-X-1882.
− Alfredo Rangel de Quadros, morreu solteiro em 26-III-1907.


D. Maria Luísa Rangel de Quadros da Costa Monteiro, casou em Agosto de 1903 com o seu parente D. Francisco de Almada e Quadros de Saldanha, representante dos títulos de conde e barão de Tavarede, que nasceu a 21-I-1879 e faleceu a 12-II-1932, filho primogénito dos terceiros condes de Tavarede. Filhas:

D. Maria Luísa, que se segue.
− D. Maria Helena Justina Rangel de Almada e Quadros de Saldanha, que vive solteira.


D. Maria Luísa Rangel de Almada e Quadros de Saldanha, actual representante dos títulos de conde e barão de Tavarede, e da casa dos Santos Mártires dos Costas e Almeidas, nasceu a 24-IX-1904 e casou em Julho de 1932 com o tenente-aviador José Rodrigues dos Santos, de quem tem uma filha chamada D. Maria Teresa
(4).

23-VIII-1936.

FRANCISCO DE MOURA COUTINHO

_________________________________________

(1) Constitui um outro capitulo a publicar, intitulado «Fernão Lopes de Almeida, o de Esgueira».

(2) D. Joana de Távora e Azevedo, segunda mulher de Manuel Jorge da Costa, segundo administrador da capela dos Santos Mártires, vem mencionada a pág. 330 do Arquivo do Distrito de Aveiro nas «Informações Paroquiais» a que já me referi. Assim se lê:

«Nesta Igra. Matriz de Sant Miguel está sepultada Donna Joanna de Tauora e Azeuedo Mulher que foy, Cazada con Manoel Jorge da Costta, ya nomeado nesta deLig.ª; e a Sobredita foy natural da Villa de Goes, e filha de Miguel da Silua Chamorro, e de Mariana de Tauora; a qual teue outra Irmãa Chamada Mariana de Tauora ficando ambas orfaãs de May; vierão en Companhia do dito seu Pay para Agueda, e uiuerão en sua Companhia e de hum seu tio o Padre Diogo da Sylua de Almda; e Con â doutrina e Criassão que ambos lhe dauão forão m.to obseruantes dos preceytos da Ley de Ds; e de meninas Logo tiuerão Criassão de terêm todos os dias oração Mental en Caza que tinhão deputada pª. o tal effeito, e outros, exercicios, e deuossoẽns Speretuães; o que me Consta por ellas me darem Conta do principio de sua vida e ser notoria o sobre dito, a mtas. pessoas que de sua uida tinhão Conhecimto na terra aonde uiuião, antes que uiessem para esta Villa; aonde uiuerão he falecerem;

E foy a sobre dita Donna Joanna de hũa uida, e uirtude tão exemplar, que na humildade Cauzaua admiração ao pouo desta Villa; hera mto. Cuidadoza, e não faltaua ao gouerno de sua família, e mto. mais vigilante hera en seruir a Deos Continuou Sempre no tempo que lhe hera Concedido, por seos Padres Sperituaes o SaCramto. da Confissão, e Communhão, e na oCazião e tempos que fora dos dias de preceito não tinha Missa na sua Capella que tinha en hũa Sua quinta, aonde assistia algũns tempos uinha a sobre dita Matriz ouuil la Con todo o Rigor do tempo; E para con os pobres ardia en Charidade pello mto. que lhe daua, e Remediaua suas nececidades, pello amor de Ds; sendo admoestada de seu Marido dizendo lhe por algumas uezes que aquella Caza não hera nehũ Conuento para que nellas se yuntassem tantos Pobres;...» 

(3) − É possível que muito em breve este manuscrito seja dado à publicidade com tiragem muito limitada. Os leitores do Arquivo do Distrito de Aveiro terão preferência na sua distribuição, mas para tal deverão previamente inscrever-se nesta Redacção. Procuraremos, contudo, promover a sua publicação nas páginas da nossa Revista se o espaço de que dispomos o permitir. (N. da R.).

(4)De D. Maria Luísa e do tenente-aviador José Rodrigues dos Santos houve, até 1944, a seguinte descendência:
         − D. Maria Teresa, que nasceu em 1934.
         − José Manuel, nascido em 1935.
         − Helena, falecida em 1943.
                      (Nota de ROCHA MADAHIL)
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