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VOLUME NONO |
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COM o fascículo presente inicia o ARQUIVO DO DISTRITO DE AVEIRO novo ano de publicação. Como de costume, apraz-nos registá-lo; não porque alimentemos sentimentos injustificáveis de deslumbramento pela obra realizada, pois tem ficado, por força das circunstâncias e da imperiosa subordinação às realidades da Vida, imensamente aquém de quanto ambicionáramos, mas para, uma vez mais, reivindicar, em favor do nosso trabalho levado a cabo nos oito anos que vão decorridos, o justo reconhecimento de que um ideal de sinceridade e de dignidade constantemente o animou. A dentro da modéstia das nossas possibilidades, essa atitude nos tem determinado, procurando a revista servir os superiores interesses do Distrito através de abundante documentação honestamente seleccionada, abarcando, não obstante, vasto sector do Pensamento, da Cultura, actividades e História regionais, em eclectismo absoluto de assuntos. Com propósito idêntico é desejo nosso prosseguir ainda, se os extraordinários sacrifícios que o momento presente nos impõe não vierem a tornar-se incomportáveis; eles, justamente, vão decidir da maior ou menor duração do nosso esforço; com o presente fascículo enfrenta-se, conscientemente, o período de maiores dificuldades desta publicação, que não conheceu nunca senão indispensável mediania, e a mais, aliás, não aspira. Contudo, / 4 / para que nem esse mínimo indispensável, abaixo do qual se torna impossível viver, venha também a faltar-nos, forçoso nos é, hoje, apelar para os nossos dedicados amigos e leitores. Um pouco de compreensão bastará, disso estamos crentes, para evitar que até esta modestíssima actividade cultural do Distrito de Aveiro se veja forçada a desaparecer, caindo-se no aviltamento total e no desinteresse completo dos mais nobres ideais, causa e origem de todas as renúncias que a falta de cultivo da consciência colectiva consigo acarreta. Na época conturbada que atravessamos, em busca de um ideal de vida condicionado por uma razão histórica de existência, não é demais que os aveirenses de todo o Distrito meditem um momento no que, em serviço de todos nós, lhes pedimos e propomos. Aveiro, Março de 1943.
ANTÓNIO GOMES DA ROCHA MADAHIL |
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