Francisco Ferreira Neves, Como se formou e transmitiu a lenda da fundação de Aveiro pelos Gregos, Vol. IV, pp. 200-208.

COMO SE FORMOU E TRANSMITIU A LENDA

DA FUNDAÇÃO DE AVEIRO PELOS GREGOS

A ORIGEM das povoações interessou sempre, como é natural, os povos e os investigadores. Às vezes, um pretenso facto, uma analogia de nomes ou a pura fantasia servem para justificar a fundação de uma localidade.

De Aveiro, que é o caso que agora nos interessa, diz-se, por vezes, que foi fundada por uma colónia de gregos. Há até  quem queira confirmar esta lenda com a beleza das mulheres aveirenses.

Note-se, porém, desde já, que se tal fundação fosse verdadeira, ela remontaria à época da guerra de Tróia, e portanto, a alguns milhares de anos já passados. Só este enorme lapso de tempo tornaria tal lenda de pequeníssima consistência. Mas teria havido factos de cuja falsa interpretação tenha resultado a lenda?

É o estudo destes factos que nos propomos aqui fazer.

O espanhol FLORIÃO DEL CAMPO, que viveu no século XVI, -interpretou a seu talante as referências que antigos autores gregos e latinos fizeram à origem de certas povoações da Lusitânia, e o escritor português do mesmo século, frei BERNARDO DE BRITO, seguiu-o nas suas conclusões, e escreveu também conforme a sua fantasia lhe foi ditando.

E assim, BRITO diz-nos, como sendo a coisa mais verdadeira, que às costas da Lusitânia aportaram naus com emigrados gregos que haviam tomado parte na guerra de Tróia, e descreve-nos com o maior realismo a sua entrada na foz do Vouga, o seu estabelecimento na foz do Douro, na região de Entre Douro e Minho, e na actual Galiza (que noutros tempos se estendia / 201 / até o rio Douro), às suas lutas com os indígenas, e consigo mesmo, e muitos outros supostos factos relativos a tais gregos.

Conta-nos, por exemplo, acerca de uma pseudo-expedição de povos do sul para o norte da Lusitânia, e quando estes já tinham chegado a Conímbriga:

«Daqui diz Florião deI Campo, que partírão os Celtas, & Turdetanos, cõ os Gregos Lacones em sua companhia, & cõ varias dificuldades de brenhas, & féras, que avia nellas, & muyto mais dos Barbaros, diz, que chegarão ao Rio Vouga...»(1).

Diz-nos mais:

«... os de entre Douro, & Minho, forão pela mayor parte Gregos, da companhia de Diomedes, & de outros que alli arribaram...»(2)

Referindo-se ainda a estes povos, diz:

«Este povos pois que no tempo em que himos falando, se chamavão geralmente Ga[r]yos, ou Gregos, & muytos annos depois mudárão este nome em Bracaros, derivando-o da cidade de Braga... »(3).

«... Nesta fertilíssima Provincia habitavão os Grayos, sem pensamento de guerras, quando outros Gregos, que viviam além do Rio Minho, & vieram em companhia de Teucro, irmão de Aiax Telamónio, como refere Trogo Pompeio, & outros, julgando por mais fertil a terra que ficava destoutra parte passarão o Rio, & se começarão a extender pela comarca, aproveitando-se dos fruitos, & mantimentos que achavão, como se fora cousa própria: a isto acudirão os Grayos, & se travou hüa rija peleja, onde morreu muyta gente, de hüa parte, & da outra...»(4).

Referindo-se às povoações fundadas, BRlTO diz-nos que os Graios fundaram uma povoação a que puseram o nome de Tydiciano «que significa Tyde a nova, por diferença da outra Tyde, que os companheiros de Diomedes fundaram em Portugal.»

Seguindo FLORIÃO DEL CAMPO, BRITO diz que esta Tyde é a actual cidade de Tuy, e foi principiada perto dos anos 3489 e 3473 antes de Cristo(5).

Ora os Graios a que se refere BRITO são de facto os gravios / 202 / da Galiza, e não os gregos graios; é errada a identificação de gravios com graios, embora SÍLIO ITÁLICO diga, como veremos, que gravio é corrupção de graio.

Para amostra do que BRlTO escreveu sobre as lendárias povoações gregas no noroeste da Espanha, bastam-nos os passos que acabamos de transcrever.

Foram as afirmações do que se julgou ter sucedido com os gregos ao norte do Douro que levaram certos investigadores e o povo a formar a lenda de que Aveiro também teve origem numa colónia grega.

Vejamos primeiramente o que nos dizem os autores latinos.

TROGO POMPEIO traduziu para latim as histórias do mundo que os gregos haviam escrito, e MARCO JUSTINO, que viveu no tempo do imperador Antonino, compendiou a obra de TROGO POMPEIO.

Ora diz JUSTINO que os povos da Galiza descendiam dos gregos − Gallaeci graecam sibi originem asserunt - (liv. 44, cap. III), porque após a guerra de Tróia, e pela morte de seu irmão Ajax, Teucro viu-se aborrecido por seu pai Telamónio, que o não quis admitir no reino; e por isso foi para Chipre, onde edificou a cidade de Salamina, pondo-lhe o nome da sua antiga pátria; e tendo depois conhecimento da morte de seu pai, tentou voltar para a sua terra, mas não o conseguiu, por a isso se opor Eurisaco, filho de Ajax; então Teucro buscou fortuna pelas praias de Espanha, e fixou-se no lugar que hoje se chama Cartago Nova, ou Cartagena. Daqui passou para a Galiza, e, estabelecendo-se aqui, deu nome aos povos, alguns dos quais se chamaram Amphilocos (da cidade de Amphilochia).

Vejamos agora o que nos diz POMPÓNIO MELA. Escritor hispano-romano do séc. I d. C. Informa-nos que do rio Douro para o Norte existiram os povos grávios, mas não nos diz que fossem de origem grega; e com certeza nem o poderia dizer por não ser verdade.

Totam Celtici colunt; sed a Durio ad flexum
Gravii; fluuntque per eos, Avo, Celadus, Naebis,
Minius et cui oblivionis cognomen est Limia
(6)


Vejamos agora outro autor: PLÍNIO.

Este autor, que viveu no séc. I d. C., afirma que os Helenos, os Grávios (ou Gróvios) e a cidade de Tyde descendem de gregos:

A Cilenis conventus Bracarum; Helleni, Gravii, Castellum Tyde, graecorum sobolis omnia(7) / 203 /

SÍLIO ITÁLICO (25-101), no seu poema das Guerras púnicas, diz que os Grávios habitavam a região do rio Lethes, isto é, o Lima:

Hinc certant, Pactole, Tibi Duriusque, Tagusque
Quique super Gravios lucentes volvit arenas
lnfernae populis referens oblivia Lethes.

Dizem estes versos:

«Esta terra é donde, ó Pactolo, te desafiam em levar areias douradas o Douro e o Tejo, e aquele que corre pelos Grávios, revolvendo areias de ouro, e que é o que faz esquecer aos que baixam aos infernos tudo quanto hão visto, e por isso é chamado Lethes.»

O autor quer forçadamente identificar estes Grávios com gregos ou graios, afirmando que a palavra grávio é corrupção de graio. É o que se reconhece nos seguintes versos:

Et quos nunc Gravios violato nomine Grayum
Oeneae misere domus, Aetolaque Tyde
(8).

Dos autores latinos mencionados não se pode, pois, concluir que os gregos tenham colonizado a parte ocidental da península ibérica nem que os grávios ou gróvios sejam gregos, como concluiu frei BERNARDO DE BRITO.

Vejamos agora o que dizem outros autores.

SANTO ISIDORO, bispo de Sevilha (Híspalis), séc. VIII, segue os autores latinos e diz também que os povos da Galiza eram de origem grega e dotados de grande engenho:

Hi graecam sibi originem asserunt: unde et naturali ingenio callent; post finem troiani belli ferunt Teucrum in Gallaetiam profectum, ibique edes posuisse (9)


E SÃO JERÓNIMO, referindo-se aos galegos, nas suas Questões Hebraicas, escreveu:

«Leiamos os livros de antiguidades de Varro, Ticino Capiton, e ao grego Flegonte e a todos os mais eruditos autores; e veremos que quase todas as ilhas, ribeiras e terras de todo o orbe, vizinhas do mar, estão ocupadas de habitantes gregos, os quais, / 204 / como já dissemos, possuíram todos os lugares marítimos desde os montes Amano e Tauro até o Oceano Britânico.»

Vê-se que S. JERÓNIMO atribui aos gregos uma expansão que nada autoriza a admitir.

É essencial, porém, consultar os autores gregos neste assunto. É o que vamos fazer, para tirarmos conclusões, tanto quanto possível, seguras.

HERÓDOTO (séc. v a. C.) escreveu que os gregos de Phocea, cidade da Ásia Menor, teriam sido os primeiros que fizeram longínquas navegações, tendo percorrido todo o mar mediterrâneo, chegando mesmo à Tartéssida, no sul da Península Ibérica, onde reinava Argantónio. Este rei recebeu os focenses com as maiores atenções, tendo-lhes até oferecido terrenos para se estabelecerem, o que eles recusaram por terem de partir em auxílio da sua terra, sitiada por Harpago, general de Ciro. Contudo, diz APlANO que ficaram alguns deles. Depois, outros focenses fundaram Emporias (Ampúrias).

SCHYMNO DE CHIOS (séc. I a. C.) diz que a primeira cidade fundada na Ibéria pelos gregos foi Emporias, e Rhoda a segunda (Orbis descript., verso 203).

É de notar, porém, que muitas cidades da Ibéria, com nome grego, não foram fundadas pelos gregos; estes instalavam-se nas cidades já existentes e davam-lhes nomes gregos. Emporias, por exemplo, era uma cidade mista (de indígenas e de gregos), e como estas muitas outras, conforme diz ESTRABÃO, e PLÍNIO confirma, dizendo que Empórias era uma cidade gemina, isto é, formada de duas cidades, uma de antigos habitantes, e outra de gregos, com origem nos de Phocea (Nat. Hist., p. I, cap. III).

ESTRABÃO, que viveu entre 58 a. C. e 25 d. C diz na sua Geografia, baseando-se em ASCLEPÍADES, POSSIDÓNIO, e ARTEMíDORO MIRLEANO − professor de Gramática na Turdetânia e autor de uma Periegesis ou corografia da Espanha, diz que alguns companheiros de Teucro na expedição contra Tróia fundaram na Galiza alguns povos, entre os quais os Helenos e Amphilochia.

Diz também que certos companheiros de Hércules conduziram à Ibéria uma colónia desde a cidade de Messana e que os lacónios ou espartanos fundaram alguns povos na Cantábria.

Os escritores em que ESTRABÃO se apoia parecem repetir, neste assunto, o que escreveu HOMERO pelo séc. IX antes de Cristo, nos seus poemas acerca da viagem de Ulisses (Odisseia), e ESTRABÃO diz que tais escritores deram por isso verosimilhança ao poema, em especial aos factos sucedidos para além das Colunas de Hércules; confessa, porém, que outros consideram estes factos como fabulosos e atacam tão grosseiramente os escritos de HOMERO, que não somente o hão considerado tão ignorante como um cavador, mas consideram ainda os que o defendem como homens sem juízo. / 205 /

Em todo o caso, ESTRABÃO inclina-se a que sejam verdadeiras as viagens dos gregos na Ibéria, porque houve causa para eles andarem errando e viajando pelas nações bárbaras.

Esta causa foi não terem podido os gregos resistir às invasões estrangeiras, divididos em pequenos estados como estavam, e serem arrogantes e intransigentes na sua opinião. E, comparando os gregos com os iberos, diz: − «Estes mesmos defeitos havia nos iberos, desconfiados uns dos outros, e amigos do roubo e incapazes de grandes empresas.

«E tanto é assim, que, se se tivessem auxiliado mutuamente, nem os cartagineses, nem antes deles os fenícios, haveriam podido assenhorear-se de uma grande parte do país, como de facto fizeram.»

E diz ainda ESTRABÃO: «Também me consta que os fenícios, que são os que deram a conhecer aos outros povos tanto a Ibéria como a Líbia, ocuparam o melhor delas, antes da idade de HOMERO.»

E acrescenta que nem depois dos fenícios, os celtas, chamados no seu tempo celtiberos e berones, nem depois destes o «ladrão Viriato», nem Sertório, nem qualquer outro haveriam intentado ou concebido dominar os iberos. O próprio povo romano fez sempre, contra determinadas nações ibéricas, guerras que duraram por largos anos, destruindo ora umas ora outras, até que ao fim de duzentos anos ou mais, conseguiu sujeitá-las todas ao seu império.

ESTRABÃO é favorável a HOMERO, a quem considera um grande poeta e ilustre historiador. E porque procede assim? Será por ambos serem gregos, e querer defender HOMERO dos que o apoucavam?

O que é certo é que a ESTRABÃO não repugna acreditar na afirmativa de HOMERO de que Hércules com os seus exércitos, e os fenícios tenham vindo até o Tartesso e regiões vizinhas, porque ainda no tempo dele muitas das cidades da Turdetânia eram habitadas por fenícios; e que até estes mesmos lugares tenham chegado as viagens de Ulisses, como pode concluir-se da leitura da Ilíada e da Odisseia, em cujos textos se referem factos históricos de mistura com outros fabulosos, como era estilo próprio dos poetas.

ESTRABÃO explica como os gregos se lançaram nas viagens marítimas, dizendo que, apesar de terem conquistado Tróia, muitos deles ficaram arruinados, por não terem sido compensadores os despojos obtidos, e foram obrigados a seguir a vida de piratas. Assim sucedeu aos heróis Eneias, Antenor, Henotos, Diómedes, Tydeo, Menelau, Ulisses e outros que depois os poetas cantaram.»

Em resumo, HOMERO admite que os gregos se tenham estabelecido ao sul, na Turdetânia, e possivelmente na Galiza.

É interessante conhecer-se o mau conceito em que ESTRABÃO / 206 / tinha os gregos e os latinos, a propósito dos seus conhecimentos geográficos da Celtibéria. Diz ele:

«...Os gregos são os mais faladores de todas as nações. Ao tratar-se de nações bárbaras, ou muito remotas, ou de lugares pouco celebrados ou muito separados do comércio geral, nem escrevem comentários bem fundados e exactos, nem falam com a devida extensão; assim é que se pode contar por ignorado dos gregos tudo quanto lhes cai a grande distância.

Enquanto aos latinos, se escrevem alguma coisa, o que é bem pouco, não fazem senão copiar os gregos, e quase tudo o que escrevem o tomam deles; mas por si só é muito pouco o que têm escrito, mesmo pelo que diz respeito à sua história ou república; deste modo, se os gregos omitem referir algumas coisas, não é fácil suprir esta omissão pelo que escrevem muitos escritores; e isto contribuiu para que os nomes mais célebres de cidades sejam quase todos tomados da língua grega.» (Geografia, liv. III).

Sobre os assuntos que estamos tratando esclarece-nos FLÁVIO JOSEFO, historiador judeu do século I depois de Cristo, que viveu no tempo do imperador Vespasiano Tito. Ora este historiador, na sua obra conhecida pela designação de Contra Apion, faz uma crítica dos conhecimentos e tradições dos gregos, e diz que estes só tardia e dificilmente conheceram a escrita, e que os que a querem dar como muito antiga, lisonjeiam-se de a terem aprendido dos fenícios e de Cadmo. . E continua:

Contudo, mesmo desta época, não se poderia mostrar nenhuma crónica conservada nos arquivos, quer sagrados, quer públicos, pois que, a respeito dos próprios homens que marcharam contra Tróia tantos anos mais tarde, é muito difícil saber se eles conheciam a escrita.

E a opinião que prevalece é a de que eles ignoravam o uso actual das letras. Diz mais JOSEFO:

Em nenhuma parte, aliás, da Grécia se encontra um escrito considerado mais antigo que a poesia de HOMERO. Ora este poeta é posterior à guerra de Tróia, e ele mesmo, diz-se, não
deixou os seus poemas escritos, mas transmitidos pela memória, foram só mais tarde constituídos pela reunião de Cantos; daí as numerosas divergências que neles se verificam
(10).

E pergunta FL. JOSEFO: − «Não é absurdo que os gregos se ceguem a ponto de se julgarem os únicos conhecedores da antiguidade e dela contarem com exactidão a história?

E não se pode saber facilmente pelos seus próprios historiadores, que, longe de escreverem de ciência certa, cada um deles não fez mais do que emitir conjecturas sobre o passado?
 
/ 207 /

A maior parte das vezes, as suas obras refutam-se umas às outras da maneira mais contraditória.»

Depois mesmo, além da falta de outros mais antigos, os historiadores gregos não se preocupavam muito com a verdade; mas apenas desejavam mostrar o seu talento, pelo que escreviam contos míticos; e outros, por lisonja, faziam o elogio das cidades e dos reis.

Em especial, acerca dos conhecimentos geográficos dos gregos, diz ainda:

«Sobre os gauleses e iberos, era tal a ignorância dos historiadores gregos considerados como os mais exactos, entre os quais se conta Éforo, que, no seu pensamento, os Iberos formam uma só cidade, eles que ocupam uma tão grande porção do Ocidente; e ousaram descrever e atribuir a estes povos costumes que não correspondem nem a factos nem a palavras.»

Em face de tão categóricas afirmações de FLÁVlO JOSEFO, que crédito podemos dar às afirmações de que os gregos vieram fundar povoações ou colónias no Ocidente da Ibéria?

A influência grega na Península Ibérica foi insignificante, pois que PLÍNIO, citando VARRÃO, nem menciona os gregos como tendo de alguma forma dominado nesta:

«In universam Hispaniam M. Varro pervenisse iberos, persas, phoenicas, celtasque et poenos, tradit. »(11)

O facto de alguns povos da Galiza dizerem que descendiam de gregos pode ter explicação na origem dos celtas, pois que estes, segundo HERÓDOTO, parece serem oriundos da Trácia, e a sua língua seria um dialecto grego.

Do que dissemos conclui-se que não deve ter havido colonização grega no Ocidente da Península Ibérica, especialmente ao norte do Douro, e por isso deve ser considerada pura fantasia a lenda da fundação de Aveiro pelos gregos. E o que dizemos de Aveiro aplica-se a outras localidades.

Foram a semelhança de nomes, falsa interpretação de factos históricos ou fabulosos e o desejo de engrandecer os nomes das povoações que levaram BERNARDO DE BRITO, FARIA E SOUSA, e outros escritores nacionais e estrangeiros a fazer falsa história.

A influência das fantasias de tais autores foi tão grande, que até o austero historiador ALEXANDRE HERCULANO lhes segue na esteira, pois, interpretando o passo de PLÍNIO que atrás transcrevemos, diz: / 208 /

«De feito, os fenícios se haviam apossado da melhor parte da Espanha em tempos anteriores a Homero, enquanto pequenas colónias gregas se estabeleciam em diversos pontos marítimos, nomeadamente nas margens do Minho e Douro, subindo pelas suas fozes»(12).

Aveiro, 23 de Agosto de 1938.

FRANCISCO FERREIRA NEVES

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(1)Mon. Lusit. I, pág. 172, ed. de 1690. 

(2) − Ibid., T. I, pág. 139. 

(3) − Ibid., pág. 140. 

(4) − Ibid. pág. 141 

(5) − Ibid., T. I, pág. 147. 

(6) De situ orbis, liv. 3, capítulo 1. 

(7)  Nat. Hist., I parte, liv. 4, cap. 20. 

(8) − Julga-se que Diomedes, filho de Tydeo, rei da Etólia, vendo-se obrigado a errar pelos mares, por motivos relacionados com a guerra de Tróia (HOMERO, Ilíada, 5), aportou à Galiza, e fundou a cidade de Tyde, dando-lhe o nome de seu pai. Pretendeu-se depois identificar Tydecom a cidade de Tuy.

(9) −  Etimologias, liv. 9, cap. 2.

(10) − FLAVIUS JOSEPHUS. Contra Apion. Texto grego por T. REINACH e tradução francesa de LÉON BLUM. Paris, 1930, pág. 5. 

(11) − Nat. Hist., I. 3, cap. I 

(12) História de Portugal − tomo 1, pág. 50, 8.ª ed.

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