EM terreno
baixo, num cenário quase circundante de montanhas, com a alterosa Serra
da Freita ao meio-dia, assenta a vila de Arouca, desde sempre notável
pelo seu grandioso mosteiro. Visto da encosta, o edifício monástico é
avassalador e empolgante. A vila amesquinha-se a seu lado. Esta
circunstância, longe de constituir um motivo de ressentimento, é um
título de glória. E com razão.
O vale de Arouca, umbroso e cortado de água, pela amenidade
manifesta, contrastante com as asperezas da serrania próxima, desde
remotos tempos atraiu o homem a fixar-se nele, pois em abundância produz
o necessário à sua vida e regalo.
Os monges bentos aí estabelecidos, como agricultores que eram,
deviam ter-lhe dado, também, as suas preferências.
Segundo refere o P.e CARVALHO na Corografia
Portuguesa, lI, a vila de Arouca teve como povoador «hum illustre
fidalgo chamado Ansur, juntamente com sua mulher D. Elva, pelos annos de
950, os quaes foram senhores do Valle chamado Arouca, aonde estava hum
Convento de Frades Bentos & de Freyras desta Ordem Foy fundado este
Convento por dous homens nobres, chamados Loderigo & Vandilo, & seus
descendentes o venderão ao dito fidalgo chamado Ansur, & sua mulher D.
Elva, que o ampliàrão de edificios, & mais officinas, & fizeraõ delle
entrega ao Abbade Hermenegildo da Ordem do Patriarca S. Bento aos 7 de
Setembro de 951».
São os informes dados por Fr. ANTÓNIO BRANDÃO na Monarchia
Lusitana, P. IV, L. XV, obtidos de duas escrituras em latim bárbaro
existentes no mosteiro de Arouca.
Na Chronica de Cister, L. VI, Fr. BERNARDO DE BRITO diz o
mesmo, e afirma «se pode ver na propria doação, cuja data he aos doze
de Abril da Era de Cesar novecentos & noventa & nove, & do anno de
Christo novecentos & sessenta & hum».
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Não há todavia concordância de datas, o que é de somenos importância,
porquanto, com pouca diferença se reportam ambas ao meado do século X,
aludindo à entrada dos beneditinos em Arouca.
Contudo a época, um tanto recuada, discorda da afirmativa de
FORTUNATO DE ALMEIDA, que na sua Historia da Igreja em Portugal, I,
escreve: «no território que hoje constitue o reino de Portugal, essa
regra [de S. Bento] não foi adoptada até ao meado do século XI.....
Pelo menos nenhum documento se conhece que prove o contrário.»
Tenham ou não entrado os monges negros para o mosteiro de Arouca na
data apontada pelos cronistas, pode crer-se que, quando a nacionalidade
portuguesa se constituiu, no século XII, eles já aí se encontravam. É
uma ascendência venerável.
A dedicação do mosteiro de Arouca «foy feyta em nome dos
Apostolos S. Pedro, & S. Paulo, & dos Martires S. Cosme e S. Damião».
Os santos anárgiros, que ainda hoje se veneram na igreja, ao lado
de Santa Maria, titular actual, eram invocados como lembrança de uma
ermida anteriormente existente no lugar.
O mosteiro, inicialmente de monges, teve junto dele, como indica Fr.
BERNARDO DE BRITO, «outro de Beatas ou Religiosas da propria Ordem,
instituido por Eleva, mulher de Ansur, depois que enviuvou».
Foi, assim, um mosteiro duplex, como muitos houve em
Portugal nos séculos XI e seguintes, apesar de condenados pelo concílio
de Nicéa. Viviam os religiosos dos dois sexos, isolados, em edifícios
distintos, com coro privativo e só igreja comum. Estes mosteiros
dúplices deram sempre causa a interpretações duvidosas, não obstante as
grossas paredes e fortes grades de ferro que os separavam. Demais,
frades e freiras não se cingiam a uma clausura rigorosa, pelo menos em
Arouca, empenhados uns na faina agrícola, e outras, como referem
alguns autores, na angariação do sustento pelos povoados, visto terem
parcos rendimentos. Natural é que nos bosques se acoutassem faunos...
A melhor maneira de evitar equívocos e de tapar a boca aos
maldizentes foi remeter os frades para outros lugares, o que se
verificou em 1154, deixando as freiras na santa paz do
Senhor.
Apesar destas providências, estava o mosteiro de S. Pedro de Arouca
muito «diminuído não, só no temporal, mas também no espiritual», como se
lê na carta do prelado D. Paio, para a reforma, quando a rainha D.
Mafalda, filha de D. Sancho I, sua padroeira por herança paterna, aí
ingressou no ano de 1220. Magoada com o ambiente estranho que se lhe
deparara, bem diverso daquele que supunha existir numa casa de devoção e
de renúncia, procurou dar-lhe remédio, com sábia prudência,
/ 7 / reformando a Ordem. O bispo de Lamego, D. Paio Furtado, concedia a
carta de licença em Agosto de 1224.
Resolveu pois a rainha transformar as monjas, a começar pelas
vestes; de negras tornou-as brancas, dando-lhes a cor própria da candura
espiritual que entendia deviam possuir.
Numa elocução poética, a propósito, gracilmente escreve FR. LEÃO DE
S. TOMÁS, na Beneditina Lusitana, lI: «Acordada andou a Raynha
Dona Mafalda em plantar no seu Mosteiro de Arouca os nossos brancos
gesmins, os nossos gesmins Cisterciences, as filhas digo do nosso
glorioso Bernardo, porque quis que as sepulturas dos Monjes & Monjas
negras, que no claustro delle estavão, estivessem sempre cubertas, &
ornadas de flores brancas.»
A nova regra de Cister ou de S. Bernardo, que era apenas uma
reforma da regra de S. Bento iniciada ao findar do século XI, faria
entrar a comunidade numa nova vida de obediência e de sacrifício.
Passou assim o mosteiro de Arouca ao instituto de Cister,
confirmada que foi a mudança da ordem Beneditina para a Cisterciense
pelo papa Honório III.
A primeira abadessa depois da reforma foi D. Eldara, aparentada com
a rainha.
D. Mafalda imitou desta maneira suas irmãs D. Teresa e D. Sancha,
também votadas à clausura, que tinham introduzido a Ordem de Cister,
respectivamente, nos mosteiros de Lorvão e de Celas.
A sétima filha de D. Sancho e D. Dulce, sua mulher, «em perfeições
e bondades de corpo, e de alma, − no dizer do cronista RUI DE PINA − foi
Princesa mui acabada.»
O pequeno romance da sua vida, que lhe deu o título de rainha,
provém da ligação com Henrique I, rei de Castela, filho de Afonso VIII.
Tendo ficado órfão aos dez anos, o «rei menino» estava sob a tutela do
violento conde Álvaro Nunes de Lara, que a irmã do rei e antiga tutora,
Berengária, rainha de Leão, tenazmente combatia.
Eis como o nosso grande HERCULANO, na História de Portugal,
IV, alude aos factos relacionados com a princesa:
«Tinha Berengaria parciais, e o sistema de governo adoptado pelos
Laras não era o mais próprio para lhes conciliar amigos. Lembrou-se
então o tutor de formar alianças fora do reino, buscando para o seu
pupilo uma esposa que lhe servisse a ele de dócil instrumento para
melhor o dominar. Mafalda, a irmã do rei de Portugal, pela brandura do
génio, pelo ascetismo em que vivia e pela ignorância do mundo estava
apta para o intentado fim, ao mesmo tempo que, sendo de maior idade que
o rei de Castela, nada mais natural do que adquirir em seu animo
decisivo predomínio. Por outra parte Afonso lI diligenciava a realização
deste consórcio... Elevada à categoria
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de rainha, ela adquiriu aos olhos do irmão títulos, senão mais
legítimos, ao menos mais sólidos, para possuir o que seu pai lhe
legara...
|
«O conde Álvaro Nunes, que viera pessoalmente a Portugal para se
realizar o enlace do seu pupilo com D. Mafalda, conduziu a infanta
portuguesa a Castela, onde o consórcio foi logo celebrado. Mas
Berengaria, que previa as consequências de semelhante consórcio,
trabalhou activamente conforme se diz e é provável, para que
Inocêncio III o anulasse com o pretexto de próximo parentesco.
Condescendeu o papa, e o casamento foi dissolvido antes de chegar o
moço rei à idade de se unir com sua mulher. |
Fig. 1 - Registo de N. Sr.ª da Silva, da Sé do Porto. Litografia
do séc. XIX. |
A prontidão com que o tutor aceitou a resolução do pontífice mostra
que ou ele receava que as censuras eclesiásticas, as quais
necessariamente seriam fulminadas no caso de resistência, dessem
demasiada força ao partido de Berengaria, ou, porventura, já revolvia na
mente outros desígnios, não sendo, acaso, infundada de todo a voz que
correu de que ainda depois do divorcio ele procurava conservar a aliança
de Portugal, solicitando para si próprio a mão de D. Mafalda, a qual,
havendo residido algum tempo em Castela apesar de repelir as pretensões
de D. Álvaro, voltou enfim à pátria, onde tomou o véu no mosteiro de
Arouca, dedicando o resto dos seus dias ao exercício das virtudes
monásticas.»
Afinal o rei Henrique morria de desastre em 1217, mesmo antes da
sua ex-mulher regressar a Portugal.
Tinha a rainha D. Mafalda especial devoção pela imagem de Nossa
Senhora da Silva, venerada na Sé do Porto, à qual
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não só dedicava orações fervorosas como fazia ofertas de valor. Foi um
facto que ficou na tradição e era aproveitado na composição do registo
da Senhora, onde se representava D. Mafalda, com o ceptro e a coroa a
seu lado, de joelhos, orando, acompanhada de uma dama com um pequeno
cofre de oferendas nas mãos. [fig. 1) Várias vezes a visitou no seu
santuário portuense. Foi numa dessas romagens que adoeceu no caminho,
acolhendo-se ao convento de religiosas beneditinas que então havia no
lugar de Rio Tinto, próximo do Porto, e não de Amarante como, por
equívoco, indica Brandão; não tendo experimentado melhoras, pediu a
comparência da abadessa de Arouca para recolher as suas últimas
vontades. Com o obstinado propósito de martirizar o pobre corpo, já
alquebrado pelos jejuns e várias práticas místicas, quis a rainha ser
deitada numa cama de cilício e cinza, onde, com um crucifixo nas mãos, e
a oração nos lábios, serenamente se extinguiu.
Morria no dia 2 de Março de 1256, com 61 anos de idade.
FR. FORTUNATO DE S. BOAVENTURA, nas Memórias para a vida da
beata Mafalda. rainha de Castela, reformadora do mosteiro de Arouca,
(Coimbra, 1814), relata este episódio, talvez lendário, da trasladação
da rainha, como recomendação expressa sua: «... mandou aos
circunstantes que puzessem o cadaver sobre huma azemula, que deixada ir
sem que Pessoa alguma a conduzisse, e succedendo parar em alguma Igreja
ou Mosteiro, ahi lhe tirassem o cadaver para ser dado á sepultura. Assim
o fizeram os circunstantes, e saindo a Mula de Rio Tinto tomou a
direcção de Arouca; e depois de fazer tres paragens, em memoria das
quaes ainda hoje se conservão tres arcos ou moimentos daquela idade,
chegou finalmente á Igreja de Arouca, e ajoelhando em face do Altar de
S. Pedro, ahi esperou até que lhe tirassem o cadaver, e morreo
immediatamente».
A morte do animal, ajoujado com o féretro, é assunto de uma das
pinturas do coro de Arouca, do lado da epístola, e o qual se acha datado
de 1795.
É natural que o cadáver fosse transportado no dorso de uma azémola,
pois assim se usava ao tempo, mas deixá-la à vontade na escolha do
caminho deve ser levado à conta de lenda, nascida na imaginação popular,
por contradizer a letra do testamento da rainha, lavrado pouco antes da
sua morte, cuja primeira cláusula determina: ln primis mando sepeliri
corpus meum in Monasterio de Arauca.
Há dois arcos que a tradição ainda hoje liga à rainha St.ª Mafalda:
um no Burgo, junto à capela de St.º António próximo a Arouca [fig. 2], e
outro na Ermida, perto de Penafiel.
Este último, conhecido pelo nome de Marmoiral, sabe-se ser o
túmulo de D. Souzino Alváriz, conforme um documento da era de 1152 (A. D
de 1114) descoberto em 1765 no arquivo do mosteiro de Paço de Sousa.
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Fig. 2 - Arco do Burgo
(Arouca). Segundo desenho do arquitecto Sr. Francisco Oliveira
Ferreira, em 1935.
(É de
notar que no cume se vêem ainda duas fortes cruzes de pedra, não
acusadas no desenho, e colocadas nas duas extremidades.) |
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Existe em Vila Boa do Bispo, Marco de Canaveses, outro arco, de factura
singela, e em Paiva encontra-se um monumento de tipo semelhante, mas sem
arco.
Só o arco da Ermida se, acha no primitivo lugar; os outros foram
deslocados quando se romperam as estradas.
O eminente arqueólogo e meu prezado amigo Sr. Dr. José LEITE DE
VASCONCELOS, no seu recente estudo sobre Mondim da Beira, a propósito
dos arcos de Paradela, refere que, segundo a tradição, indicavam os
lugares onde estacionou o cadáver do Conde de Barcelos ao ser conduzido
para Tarouca. A analogia com a trasladação de D. Mafalda subsiste,
também observada no monumento de Odivelas, ligado ao féretro de D.
Dinis, partido de Santarém, e num arco que existiu no Campo da Forca, à
saída de Lisboa, onde se diz parara o cadáver de D. João I quando a
caminho da Batalha.
Nada se sabe ao certo. Alguns desses monumentos talvez não passem,
como o da Ermida, de sepulturas medievais levantadas à beira dos
caminhos segundo o costume dos romanos que o cristianismo aceitou, visto
não serem permitidos nesse tempo os enterramentos nas igrejas.
Para o ilustre arqueólogo Sr. P.e J. MONTEIRO DE AGUIAR, os arcos
existentes «que o povo costuma atribuir à paragem do enterro de Santa
Mafalda, são, incontestavelmente, mausoléus ou túmulos de nobres ou
guerreiros E, certamente, quando morreu Santa Mafalda, já estavam todos
alçados, como o Arco da Ermida. (Câmara Municipal de Penafiel.
Relatório. 1933).
Os arcos do Burgo e da Ermida são de estilo românico (século XII),
bastante ornamentados. O de Odivelas é muito elegante, de estilo gótico,
que a tradição popular denomina «monumento de D. Dinis». Todos estão
classificados como monumentos nacionais.
A rainha D. Mafalda foi efectivamente sepultada no altar de S.
Pedro, do lado da epístola, onde um epitáfio latino, em verso, declarava
que «a era em que passou esta mulher pura e santa da vida, foi a de mil
duzentos e noventa». O epigrafista, por equívoco ou desconhecimento,
errou a data que corresponde ao ano de Cristo de 1252, quatro anos menos
daquele em que se finou.
Erro maior, porém, têm cometido outros autores modernos, dando, por
uma falsa interpretação, a rainha como tendo vivido «no claustro setenta
anos» e falecido com noventa!
O testamento da rainha, feito no ano da sua morte, foi levado por
Alexandre Herculano para a Torre do Tombo, e tem a data de 1294 da era
de César (A. D. de 1256), como informa, ABEL ACÁCIO, em O Occidente
(1884), comentando: «Eis pois um documento original, e perfeitamente
legível, que invalida por completo a ingénua lenda do letreiro».
Até ao século XVII não foi perturbada a paz do túmulo da
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excelsa rainha; mas a sua fama de santidade e os milagres que lhe
atribuíam, moveram uma freira à curiosidade. Com minúcia relata Fr.
ANTÓNIO BRANDÃO o sucedido: «Muitos annos esteve o corpo desta Santa
Raynha naquella sepultura, & correndo o anno do Senhor de mil &
seiscentos & dezasseis hua Religiosa por nome Violante de Moura, teve
devoção de saber se estava ali aquelle corpo, & em companhia de seis
Religiozas, abrio a sepultura & achou o corpo da Raynha inteiro emvolto
em hum sendal de tafetá pardo; o qual estava são: & descobrindo o sendaI
acharão o corpo da santa Raynha como de pessoa que estava dormindo, o
rosto composto, & as mais partes do corpo inteiras, ainda que a carne se
via algum tanto mirrada. Isto me referirão as mesmas Religiosas que se
acharão presentes, & concorreo depois o Convento que foy testemunha de
tudo.
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Fig. 3 - Registo de Santa
Mafalda (Arouca). Gravura em cobre, do séc. XIX. |
«Na mesma forma apareceo o corpo da santa Raynha em o anno
seguinte de mil & seiscentos & dezassete, no qual o Catholico Rey Dom
Felipe Terceiro tendo noticia do caso. mandou ao Bispo de Lamego, que
então era Dom Martim Afonso Mexia, o qual depois morreo Bispo Conde de
Coimbra, & Governador
/ 13 / deste Reyno, que fosse tirar informação do que passara.» (Mon.
Lus. L. XV).
Após várias negociações, activadas principalmente em 1704, a rainha
D. Mafalda era beatificada pelo papa Pio VI, por breve de 27 de Julho de
1792.
No mosteiro realizaram-se nesse ano, por motivo da canonização,
pomposas festividades prolongadas por uma semana.
ABEL ACÁCIO, que examinou no cartório o rol das contas, diz que a
respectiva despesa «ascendeu à importante cifra de 19.846$435 rs.»
A «função da Rainha Santa», assim grandiosa e dilatada,
compreendia-se; o mosteiro tudo lhe devia; nome, honras e riquezas:
contar no seu seio uma rainha do maior reino de Espanha, fruir direitos
reais sobre a vila e toda a sua jurisdição, dispor de numerosos
territórios e de avultadas rendas. «Mais de 30.000 cruzados de renda
cada anno», indica D. JOAQUIM DE AZEVEDO (Hist. ecclesiastica de
Lamego).
Santa Mafalda ficou desde então recolhida numa riquíssima urna de
ébano e prata (agora monumento nacional), cujo custo foi de 3:359$385
reis. O seu registo reprodu-la no majestoso tumulo (fig. 3).
Duas irmãs de D. Mafalda foram também beatificadas: D. Teresa e D.
Sancha, ambas por Clemente XI, no ano de 1705. D. Mafalda apenas logrou
sê-lo em 1792. Todavia, no entender de HERCULANO, esta «piedosa
princesa, parece ter merecido, mais que suas irmãs, o ser contada no
número dos santos».
O regozijo das monjas de Arouca, pela justiça feita, embora tardia,
era inteiramente legítimo.
PEDRO VITORINO
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