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Almanaque
Desportivo do Distrito de Aveiro 1950, pág. 100. |
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TOBIAS DE LEMOS |
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O maior nadador aveirense de sempre e ainda o maior de Portugal durante
certo período. Tobias de Lemos nasceu em Aveiro a 9 de Maio de 1895.
Começando a sua gloriosa carreira no C. dos Galitos e vindo a
terminá-la no S. C. Beira-Mar, Tobias foi sempre e acima de tudo um
aveirense.
Teria 12 anos quando ganhou a sua primeira prova – 100 m. livres,
infantis. E só muito mais tarde, já com trinta anos, Tobias de Lemos,
competindo pelo S. C. Beira-Mar, teve ensejo de estadear qualidades que,
cedo afinadas e aproveitadas, não se sabe até onde poderiam guindar o
atleta.
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Campeão nacional, internacional contra a Espanha no primeiro encontro
peninsular, vencedor aclamadíssimo da Travessia da Baía de Vigo em 1929
e 1930, o velho tritão aveirense, senhor de um nome que continua a ser
respeitado em todos os meios natatórios do país, triunfou em inúmeras
outras provas de grande importância – Taça «António Monteiro», Taça
«José de Magalhães», «Meia Milha do Clube Fluvial», «Cego do Maio»,
«Dupla Travessia do Douro», Travessia de Aveiro (9 quilómetros), etc.,
etc., – levadas a efeito em Lisboa, Leixões, Figueira, Porto, Póvoa de
Varzim, Aveiro, e às quais concorreu a fina flor dos nadadores de
então.
Em 1936, o extraordinário nadador recebeu pública homenagem dos
aveirenses, sendo-lhe entregue, em sessão solene, uma medalha de ouro
adquirida por subscrição pública.
OBS.: Outra referência a Tobias de Lemos ►
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O nadador e o caranguejo
Domingos Calisto, ao ser catrafilado por um caranguejo, tratou de sair
da água para se livrar do «bicho». E como o animalzinho não se tivesse,
na devida altura, posto a salvo, Domingos catrafilou-o por sua vez sem
dificuldade.
Alegremente, já com ele entre os dedos, leu-lhe a sentença: — Meu
«pirata», então julgas que se morde impunemente? Pois vais morrer
afogado!
E arremessou o caranguejo à Ria...
O «pio» de A. Agostinho
Entre Manuel Gaspar e António Agostinho da Costa, ambos excelente
nadadores e ambos de Aveiro, mas o primeiro representante da
Académica de Coimbra e o segundo do Beira-Mar, chegou a esboçar-se
certa rivalidade.
Numa prova de 400 m., o beiramarense levou nitidamente a melhor. Ao
tocar a meta, tratou de investigar da posição do rival. Como este ainda
viesse longe, Agostinho, mão em pala sobre os olhos, desatou a
perguntar ironicamente, em alta gritaria:
─ Onde estará o Gaspar, onde estará o Gaspar que o não vejo? Teria
morrido afogado?!...
Manuel Gaspar não levou a mal e, daí a meses, vencia o adversário,
tirando-lhe o «pio»... |
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