INFÂNCIA
Da vida o livro d'oiro, o confidente
Que em tamanha aridez traz a esperança,
É como o riso bom de uma criança
Que a dor do mal inda não fez descrente.
Riso, prazer, ventura, eis a aliança,
Que só na infância todo mundo sente;
Depois vem a velhice e, num repente,
nosso corpo no túmulo descansa!
Que mundo de prazer nos traz a infância!
Tem mais cantos os bosques, mais fragrância
As flores que se estendem, vale em fora!
Criança
– sonho-azul de Deus, bafejo
Do hálito de Cristo, casto beijo
Que o sol depôs na face de uma aurora
Júlio Seabra –
Niteroy
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