DESALENTO
«INÉDITO»
A estrela da ventura que guiava
Meu coração nos campos do prazer,
Fê-la, a estrela razão, desvanecer.
E eu, pouco a pouco, a ver que se apagava
Uma vez que dos sonhos me apartava
Para um caso da vida resolver,
Foi quando começou de esmorecer,
À luz razão, a luz que eu tanto amava
Ah! Cruel desespero da minha alma
Mas que profundo sofrimento, o meu
Ver na dura razão sorrir a palma
Já a minha estrelinha, lá no Céu,
Não cintila, suave, doce e calma
A estrela da desgraça a escureceu.
Lisboa, 1905
LUCIANO D'ARAÚJO
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