65
Se o aveirense quisesse
Tirar riqueza da Ria,
Tirava as lamas que houvesse
E dava aos campos magia!
66
Quando temos preia-mar
Cheira Aveiro a maresia?
Quantos odores há no ar
Na Ria em maré vazia?
67
Maré basa corre ao mar,
Maré alta enche a Ria.
Entre um vai e vem de águas
Bem se conta um meio-dia!
68
"Andar à sirga" ou "à vela"
Não é como "andar à vara..."
Para quem conhece Aveiro
Nada disto é coisa rara!
69
Tanto "Zé, João, Manel"
Quanta aveirense Maria...
Na faina ou num mercantel
A dar vida à Beira-Ria!
70
Quando vem um "bota-abaixo"
Há sempre rebentação...
Espumante a "fazer ondas"
Na proa da embarcação!
71
Na Ria, tantos canais
Parecem não ter saída.
Certos têm dois cais:
A chegada e a partida!
72
A Estação e a Ria,
Em Aveiro, tão iguais...
A chegada e a partida
São a vida de seus cais! |
73
Num esteiro há ida e volta,
Ora ao sul, ora é do norte...
Quem se esgueira, por Esgueira,
Na volta, traz boa sorte!
74
Bem carregada de junco,
Vai a bateira, na Ria.
Vai tão macio tapete...
Perfumar que romaria!
75
Foi embarque em Verdemilho...
Disfarce em barco de junco.
Por causas de Liberdade...
Põe-se em causa "tudo junto"!
76
Barcos, quantos de junco,
De Aveiro, nos cais da cidade,
Foram medas salva-vidas
De histórias de Liberdade?
77
Quantos Clementes caíram
Mártires da Liberdade
Entre os que assumiram
Aveiro a livre Cidade?
78
Porque a Rua do Gravito?
No Alboi, da Liberdade!
Porque um dezasseis de Maio
Faz pensar uma Cidade!
79
Raízes na Realeza...
Vida, fonte de bondade,
Joana, Santa e Princesa,
Padroeira da Cidade!
80
"Toda a nobreza é serviço!"
Santa Joana ensinou...
E de uma pequena Aveiro
Nobre Cidade singrou!
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