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Acabou. Com
um rotineiro acto administrativo e amortalhada em toda a sua
história, foi encerrada a Revista Alentejana, tendo saído o
último número no final do mês de Março de 2003.
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Muito cedo a
instituição regionalista dos alentejanos mostrou entender a
importância da Comunicação Social, talvez porque do grupo que a
fundou fizessem parte alguns nomes ligados à escrita. |
Assim, em meados
de 1935, nasce o Boletim do Grémio Alentejano, tendo como director
Oliveira Charrua.
Do N.º 1 ao 18,
teve vários directores, tal como Oliveira Charrua, também eles
chamados de delegados dos Corpos Sociais da colectividade.
A partir do N.º
19, assume a Direcção Victor Santos.
Com o N.º 46
começa a chamar-se “Boletim da Casa do Alentejo”, nome pelo qual a
instituição passa a ser designada.
É com Vítor
Santos que este órgão de Comunicação Social cresce e vai tomando
forma adulta e profissional, vindo a chamar-se, com o N.º 277 de
Maio de 1960, “Revista Alentejana”.
O último número
da 1.ª série é o 482, de Outubro de 1983.
Nos primeiros
meses de 1996 nasce a 2ª. Série, integrada desta vez num projecto
mais vasto e numa perspectiva evolutiva, denominado Gabinete de
Comunicação e Edições da Casa do Alentejo (GCE), que abrangeria
também: a) a criação de um novo título «Cadernos C A», do qual
saíram quatro números, indo o N.º 1 na terceira edição, estando à
data do fecho do projecto prevista a publicação de mais 3 números
durante os anos de 2003 e 2004; b) a criação de uma etiqueta de
Editor, a inaugurar com a publicação da história da Casa do Alentejo
até ao final da década de 1970, solicitada em finais de 2001 ao
historiador alentejano Rui Rosado Vieira; c) reactivar, a médio
prazo, o Almanaque Alentejano, parado há três ou mais décadas. De
salientar que, deste título, enquanto activo, foi sempre
proprietário/director/editor Fausto Gonçalves; d) também a médio
prazo, criar um programa de rádio, numa estação local da área da
Grande Lisboa, inicialmente quinzenal, ao fim de semana.
Todo este
projecto era complementado/auxiliado por um outro de
Merchandising, posto em prática na mesma data, devagar, com o
lançamento de: 1) colecções de postais ilustrados do interior do
Palácio Alverca/Casa do Alentejo, que foi um absoluto sucesso;
2) duas marcas de vinho de qualidade e bem rotuladas,
convenientemente registadas — Casa do Alentejo e Pátio Árabe —,
bastante bem recebidas por sócios, amigos e outros visitantes;
3) três camisolas — um Pólo e duas T Shirt’s —, umas com o
brasão da CA e outras com desenho do pintor Alentejano António
Galvão; 4) Isqueiros com o símbolo da Instituição. Sendo certa e
já prevista a entrada de outros produtos marca Casa do Alentejo. |
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Como já
anteriormente dissemos, nunca foi fácil nem pacífica a vida da
Revista Alentejana. No entanto, pela mão de Victor Santos e do seu
mais próximo colaborador, Fausto Gonçalves, marcou bem uma posição
única no panorama da Comunicação Social regional, do seu género.
Foi este exemplo
que presidiu à criação do projecto Gabinete de Comunicação e Edições
da Casa do Alentejo, e, por concomitância, à reactivação da “Revista
Alentejana” em 1996. Um exemplo de criatividade, persistência e
espírito de luta pela defesa das culturas regionais, face a uma
globalização desenfreada e, tudo indica, imparável, nunca perdendo
de vista a importante missão de fazer a ponte entre o Alentejo e os
alentejanos que, por motivos de toda a ordem, dele partiram.
Este texto não
pretende ser mais do que um modesto contributo para a preservação da
memória, considerando meu dever, porque fui o último director da R.A.,
e porque continuo a acreditar nos princípios que enformaram o seu
projecto, agradecer a todos os que, ao longo dos anos, de algum
modo, colaboraram/participaram na sua feitura.
Os nomes são
muitos e bons. Já falei em alguns, embora poucos, mas não posso
deixar de mencionar a Ana Fonseca, a Isabel de Carvalho, o Manuel
Geraldo e o Victor Paquete.
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Termino
lembrando-me da Fénix, convicto de que a lenda se voltará a cumprir.
Luís Jordão
Junho/2003 |