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Retornando

Vem do tempo dos tempos, vá-se lá saber exactamente desde quando, a ida, em altura do ano certa/necessária, dos grandes rebanhos de ovinos para as pastagens da planície do campo branco, ainda antes da criação da grande feira franca do sul, a Feira de Castro, datada, ao que sabemos, dos finais da década de vinte do século XVII.

 

Desde sempre, a deslocação destes enormes rebanhos implicou toda uma estrutura, composta pelos donos e seus serventuários mais próximos, bem como os meios de apoio, os pastores, os ajudas e os cães, sem os quais era impossível uma movimentação adequada. Tudo isto se acentuando/aperfeiçoando quando passou a ter também a componente comercial.

 

É fácil de imaginar o quão espantoso era de ver todo este aparato, onde se distinguiam os “operacionais”. Isto é, o pastor, os ajudas (falamos de crianças, ou próximo disso), os pequenos cães de rebanho, e o(s) guarda(s). Aqui falamos do grande e calmo Rafeiro do Alentejo e do seu porte seguro de majestosa nobreza.

 

É evidente que tudo mudou, começando pelas razões e acabando nos resultados, passando, naturalmente, pelos meios utilizados.

 

Obviamente que, também, esta raça canina foi afectada pela evolução dos tempos. Segundo uns num sentido e o seu inverso no ver de outros.

 

Uma coisa é certa/indiscutível, a partir de certa altura, não fora a decidida acção da ACRA – Associação de Criadores do Rafeiro do Alentejo e hoje, certamente, não estaríamos debitando aqui estas palavras.

 

Este ano o Rafeiro do Alentejo voltará a ter um importante papel na Feira de Castro, embora diferente e visando, para além da sua sobrevivência, o retorno às planícies da “ Pátria Alentejana”.

 

Não diz o povo que o bom filho à casa torna?.... Que sejas bem-vindo.

Luís Jordão

Out./2009

 
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