Tanto quanto se
imagina, nascem já com uma aptidão especial, que começa a
manifestar-se no início da escolaridade, evoluindo/aperfeiçoando-se
com o passar do tempo e da observação atenta das reacções de todos
os companheiros, especialmente dos mais fáceis de analisar, os
extrovertidos e voluntariosos, tornando-se, a pouco e pouco, uma
arma terrivelmente eficaz na obtenção de resultados.
Usam uma conversa
envolvente, por vezes do tipo fraseologia de falso penitente,
circulando com ar “santarrão” na área de uma qualquer sacristia.
Com este tom e
aspecto ganham, quase por regra, facilmente, com discretas e suaves
sugestões, a primeira etapa: distorcer, de vagar, muito de vagar e
subtilmente, os factos, à medida dos seus interesses.
De seguida,
sempre calculistamente atentos, dão mais uma voltinha à “tarraxa” no
sentido, como sempre, para eles conveniente. É um evoluir tão suave
que ninguém nota, seguindo sempre o princípio base: amanhã será um
pouco mais.
Depois, é a
utilização de mais um condimento para eles sempre imprescindível,
uma espécie de toque final: paciência, muita paciência, uma
paciência de que só os “dotados” sabem fazer condigno e atempado
uso.
Esta técnica,
numa boa parte das vezes, culmina com manifestações de revolta do
interlocutor/vítima, que, sentindo-se levado e envolvido numa teia
da qual não mais se consegue libertar, se rebela dizendo/fazendo
coisas que, em condições normais e perante pessoas intelectualmente
claras/honestas, nunca diria/faria. E, mais uma vez,
intencionalmente, confunde-se a causa com o efeito.
Este tipo de
estratégia, como facilmente se percebe, faz as coisas acontecerem (a
inversão dos valores e da verdade), uma e outra vez, parecendo que
foi por simples coincidência ou devido a estranho merecimento.
Face a isto, recomenda-se o maior cuidado. Eles estão aí, cada vez
mais, como que uma praga, “redondinhos” e sorridentes; e, regra
geral, tão “bons rapazes”. |