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O respeito é bonito e todos gostamos

Ilustração de Guilherme Alves Coelho. Clicar para ampliar.Vezes sem conta, algumas delas a despropósito, fomos/somos metralhados com frases do tipo “o direito de propriedade é sagrado”, “a casa de um homem é o seu castelo”, e outras que tais. Entretanto, lentamente, muito lenta e discretamente, pelo menos até certa altura, ia crescendo e ganhando forma uma nova corporação, a dos caçadores. Não dos caçadores a que estávamos habituados, mas uma outra espécie. Uma casta que tudo pode.

Por um lado, financeira e economicamente, dominando as grandes herdades onde galopam grandes manadas de veados e pastam javalis com fartura, não havendo, naturalmente, qualquer outro tipo de produção.

Por outro lado, há os outros que não dominando as propriedades através do poder do dinheiro, as devassam e desrespeitam os seus proprietários, de forma incrível, violando todas regras e leis. Impunemente ensaiam as espingardas disparando contra as paredes das casas dos montes, abatem tudo o que mexe, apropriam-se  de “recordações”, apanham azeitonas para a conserva, e se aparece algum descuidado//desenfiado borrego ou frango a jeito, também não lhes escapa.

Os elementos desta nova e poderosa casta (temos que reconhecer o se poder), de camuflado vestidos, quais frustrados últimos”guerreiros do império”, metem despudoradamente as viaturas dentro de uma qualquer propriedade, onde à hora entendida por conveniente confeccionam/comem o repasto do almoço,

Arrancam pernadas das árvores para fazerem esconderijos, sem qualquer respeito pelo tipo de árvore ou escolha da pernada, para além do mais fácil.

Se os devotados cães, por qualquer motivo não cumprem as ordens (até podem ser mal dadas) especiais/operacionais da caçada, são muitas vezes abandonados, quando não abatidos na hora.

Se alguém, mesmo dono da propriedade, lhes faz algum reparo, quando não lhe apontam a arma é,  no mínimo, enxovalhado.

Obviamente que nem tudo na caça é mau e nem todos os caçadores são vis.

Mas algo/muita coisa vai mal neste sector . Urge disciplinar. O respeito é bonito e todos dele gostamos.

Luís Jordão
Março de 200
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Ilustração

Guilherme Alves Coelho

 
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