Em finais
de 2000, um grupo de dirigentes associativos na área do
regionalismo, criou o Conselho Nacional das Casas Regionais em
Lisboa, composto pelas instituições representativas das oito regiões
do país (Açores, Alentejo, Algarve, Beiras, Madeira, Minho, Ribatejo
e Trás-os-Montes).
Neste
grupo, como em todos, o número de “rodas motoras” era limitado.
Todavia, também como em todos os lados e situações, as “rodas de
arrasto” e outras “peças intermédias” são da maior importância.
Não sei
qual o conjunto que falhou, ou se foi só um onde tal aconteceu, mas
o facto é que a “máquina”, tanto quanto julgamos saber, deixou de
mexer.
Sem medo de
me repetir, insisto em considerar, face às novas realidades trazidas
pela globalização/estandardização, o CNCR importantíssimo.
Na
cerimónia de constituição, na Casa dos Açores, perante os muitos
órgãos de comunicação social presentes, foi afirmado, de uma maneira
ou de outra, em todas as intervenções, que este Conselho iria
funcionar, essencialmente, como fórum de debate, visando a defesa
das culturas regionais, quebrar o (quase) imobilismo da maior parte
das Casas Regionais e promover acções conjuntas, que, na
diversidade, ajudassem a aproximar umas das outras estas
instituições.
No entanto,
face ao que está à vista, é de ter medo que tal imobilismo tenha
sido, tristemente, mais forte e minado o próprio Conselho.
Penso ser
indispensável um forte abanão. É necessário que os dirigentes destas
associações representativas de região, entendam a importância das
instituições que dirigem em função da nova causa: a defesa das
culturas regionais face à globalização, firmemente, mas sem
fundamentalismos bacocos. É, também, preciso não por de lado a
questão da problemática transfronteiriça, melhorando os contactos
com instituições congéneres espanholas.
Não é,
obviamente, de menor importância nesta época mercantilista, ter
imaginação/criatividade/competência para “inventar” novos mecanismos
que rentabilizem económica e financeiramente estas colectividades.
Luís Jordão -
2004 |