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Quando…
Quando partir
Envolto nas ondas,
Ondas revoltas,
Que rebentam na areia…
Quero levar comigo,
Junto ao meu peito,
As mágoas do meu viver…
Quando partir
Não quero deixar para trás
Nada, mesmo nada,
Que não possa resolver…
Quando o Sol
Envolto nas brumas do oeste
Já não me possa aquecer
Quero partir sozinho
Na espuma das ondas,
No dorso do meu corcel…
Quando for noite
E os fantasmas aparecerem
Virá o tempo dos poetas,
Dos profetas,
Dos vendedores de ilusões,
Dos mortos pelos caminhos,
Dos lobos e dos vampiros…
Os poucos que restarem
Ficam por cá
Sem esperança,
Sem futuro,
Já sem sonhos,
Até chegar o fim…
António José Zuzarte,
Praia de São João, Costa da Caparica,
em 6 de Outubro de 2012.
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