o viajante pára entre
juncos
escuta as ferraduras
dos cavalos que esmagam pedras
há uma aragem salgada
que sobe pelo rio
e encanta moiras
o viajante recusa
abandonar a viagem
mesmo se tido como
vilão
cegonhas pousam entre
as estátuas
bebem gotas de sal
à noite as crianças da
viagem
têm nas mãos elmos
prateados
e os cavaleiros
vagueiam
à procura do dia claro
junto a um túmulo
as mulheres dançam
nasce uma terrível
beleza
que enfeitiça os
cavalos
o viajante é um
pássaro
e de minuto a minuto
esfrega nas asas um
pólen
a que chama cegueira |