Está a
povoação de Noudal, também designada por Noudar, situada no topo de um
largo outeiro, na margem esquerda da ribeira de Murtega, afluente do rio
Ardila, do concelho de Barrancos, a 500 metros da raia espanhola.
Presume-se que a sua fundação seja remotíssima, pelo que deve ter
começado por um castro de povoamento, e constituiria já um florescente
oppidum à chegada dos romanos. A sua importância militar foi
sempre grande através dos séculos, mercê da situação que desfruta entre
duas linhas de água, a 300 metros das passagens enfragadas da ribeira de
Murtega e dum seu afluente da margem direita, que ali serve de fronteira
a guardar a importantíssima estrada militar que, vindo da Bética,
passava por Jerez de los Caballeros e Oliva de Jerez, ligando Noudar a
Moura. Estas razões fortes levaram certamente os romanos a transformar o
castro lusitano em inexpugnável fortaleza, numa potente base da sua
ocupação. Aos suevos e alanos teria igualmente
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o interesse, mantendo sempre a fortaleza em eficiente estado de defesa
durante as lutas contra os vândalos e visigodos, como depois o teriam
feito os mouros, que lhe mudaram o nome para Nodar ou Nodal.
El-rei
D. Dinis, fixada a fronteira com Castela naquelas terras, então quase
ermas, de além Guadiana, mandou logo restaurar a fortaleza de Nodar em
1295, dando foral à povoação com todos os privilégios, isenções e
regalias da de Évora, e fazendo-a couto do reino ou de homiziados, para
que mais fácil e rapidamente fosse povoada. Depois o seu forte castelo e
cerca amuralhada foram sucessivamente restaurados nos reinados de D.
Fernando e de D. João I, sendo ainda em tempos de D. Manuel uma próspera
e pujante vila Alentejana, guarda vigilante da nossa fronteira com a
Espanha. É desse tempo a fortaleza representada nos desenhos de Duarte
Darmas.
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