N.º 8 –
Maio de 1998
Assusta-me a forma
displicente como são tratados os actos de destruição do planeta, ,
camuflados ou não.
Assusta-me a habituação
pura e simples a tal facto.
A banalização de pequenos
e grandes gestos destruidores que cada um de nós tem dia após dia,
multiplicando-se imparavelmente, apavora-me.
Revolta-me a hipocrisia
dos governantes do mundo ao reunirem-se facilmente para fazerem a
guerra, não sendo capazes de ter a mesma prática e eficácia para
combater um incêndio que vem destruindo o mais importante pulmão da
humanidade.
Os produtos químicos são
espalhados nos nossos solos e atmosfera, sem cuidado nem controle.
É unânime a opinião de
que preservar e controlar as águas de superfície é fundamental para a
nossa sobrevivência. No entanto, o tratamento de águas residuais
continua a ser descurado de forma criminosa , debitando centros urbanos
importantes os seus esgotos directamente nos rios.
O Alentejo é,
reconhecidamente, a zona do país onde o Poder Local mais tem construído
nesta área. De qualquer modo é pouco.
Na vasta área abrangida
pela nossa região existem verdadeiros paraísos, não só para o homem mas
também para a fauna e flora que o rodeiam, sendo da maior importância
uma visão futurista de preservação global.
É necessário que cada um
de nós discipline o seu comportamento diário, visando o bem estar dos
vindouros, cuidadosamente.
É importante que se
exija, cada vez mais, de quem dirige, uma atenção redobrada e
incansável, mesmo que não mediática, para estas questões.
Urge que cada um de
per si, sem fundamentalismos, se transforme num ambientalista
denunciando estes crimes de todas as formas ao seu alcance.
É preciso que cada um de
nós seja “fiscal” de si próprio. |