N.º 5 – Abril de 1997
O dia-a-dia que a vida nos mostra e aquilo em que nos leva a acreditar
hoje para amanhã ser mentira, regra geral, para além de ser doloroso,
tende a transformar-se em frustração e revolta.
Os
acontecimentos mais marcantes, não só pela sua importância, mas
sobretudo pela força com que são divulgados nos grandes órgãos de
Comunicação Social, especialmente a televisão, aparecem-nos umas vezes
com roupagens aparentemente sérias outras vezes com outras absolutamente
opostas, dando a sensação que quem nos governa joga connosco ao sabor de
interesses absurdos e obscuros em nada tendentes a defender-nos.
Partidos fortemente representativos metem coisas na gaveta e tiram
coisas sei lá de onde com a facilidade de prestidigitadores altamente
treinados, argumentando ser diferentes sendo na prática iguais.
Ambientalistas que sem pensarem que o homem, não sendo perfeito, também
faz parte do ambiente, pelo seu fundamentalismo, por vezes parecem
querer desencadear mecanismos que podem por em risco a sobrevivência
deles próprios.
O que
a vida faz de cada um de nós e nos leva a fazer aos outros é, de facto,
horrível. |