Nasceu com a brisa da praia mansa
Nos
olhos o mar, na boca a maresia
Dormita em lençóis de areia fria
Ao
som das marés é que descansa
É
marnoto? É marinhão? É moliceiro!
Alma
envolta na vela, que faz frio
A
garra lavrando a Ria em desvario
Para
ser de entre todos o primeiro
Na
proa tranca os medos de menino
Ao
leme enfrenta a sina com coragem
De fé
e vara ao peito se faz a viagem
Que é
crença e luta e raiva e desatino
E se
a faina se arrasta a horas mortas
Cruzando os canais pardos, medonhos
Vai
bolinando em vagas de sonhos
E é
no sonhar que endireita as costas
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