David Paiva Martins, Fragmentos de Vida. A Minha Terra. 1ª ed., Aradas, ACAD (Associação Cultural de Aradas), 2005, 170 pp.

Conselheiro Queirós

XLV

CONSELHEIRO JOAQUIM JOSÉ DE QUEIRÓS

( ? - 1850)

Joaquim José de Queirós nasceu em Quintãs, mas viveu em Verdemilho, na casa apalaçada que ainda hoje existe na rua que tem o seu nome (Rua Conselheiro Queirós). Aí faleceu, em 16 de Abril de 1850. A casa, actualmente em deplorável estado de ruína, é agora conhecida por Casa Eça de Queirós, pelo facto de o escritor, seu neto, nela ter vivido a sua meninice, entre 1848 e 1855. Após o falecimento da viúva do Sr. Conselheiro, D. Teodora Joaquina, em 1855, o prédio teve diversos usos. Aqueles que recordo é de lá ter funcionado, durante muitos anos, a secção de moagem da fábrica de José dos Santos Capela; depois, durante um tempo, foi salão de bailes e a seguir depósito de garrafas de gás doméstico. Como a grande placa que lá está afixada indica, há, de há anos, a promessa de ser recuperado e devolvido a uma finalidade consentânea com a sua história. Mas ainda não foi cumprida...

O Conselheiro Queirós, importante figura nacional da sua época, foi Magistrado, Ministro da Justiça, Conselheiro de Estado, Fidalgo Cavaleiro da Corte de D. Maria II e Cavaleiro Professo da Ordem de Cristo. O seu nome é histórico pelo facto de ter chefiado o primeiro levantamento liberal contra o regime absolutista do rei D. Miguel, a Revolta de 16 de Maio de 1828. Em capítulo anterior, a propósito da Fonte da Arregaça, já dei conta das vicissitudes por que passou pelo facto de ter falhado esse pronunciamento militar.

A figura do Conselheiro Queirós ainda não está esquecida pelo povo de Verdemilho. O seu nome figura na nossa toponímia. Há também a sua campa no nosso cemitério, com um obelisco evocativo, mandada erigir pela Junta Militar de 1932.

 

 
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22-04-2018