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Calendário Histórico de Aveiro
– Séc. XV –

 

1460-07-09 — Frei Marcial Auribelli, geral da Ordem de S. Domingos, confirmou no cargo de vigário-geral dos Conventos Reformados das Províncias de Portugal e de Castela a Frei Antão de Santa Maria de Neiva, insigne entre os principais religiosos do Convento de Nossa Senhora da Misericórdia, de Aveiro, que foi confessor de El-Rei D. Afonso V, do Príncipe D. João e da Princesa Santa Joana (Frei Luís de Sousa, História de S. Domingos, II Parte, Livro III, cap. IV; Frei António de Sena, Crónica Geral da Ordem, pg. 270; Frei Manuel de Lima, Agiológio Dominico, IV, pgs. 631-632) – A.

1460-12-24 — Nesta data – ou no dia seguinte – faleceu no Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia o ilustre, douto e virtuoso Frei Antão de Santa Maria de Neiva, tido como o primeiro filho deste Convento, que ocupou elevados cargos na sua Ordem, foi conselheiro e confessor do Infante D. Pedro, de El-Rei D. Afonso V, do Príncipe D. João e da Princesa Santa Joana (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fls. 124-125) – J.

1460-12-29 — João de Madaíl e sua mulher Leonor Álvares, por instrumento de escambo, cederam as casas e o quintal que possuíam em Aveiro, junto ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, a D. Mécia Pereira, viúva de Martim Mendes de Berredo, representada, no acto, por D. Beatriz Leitão, ou Brites Leitoa, recebendo dela outras casas e quintal, sitos na Rua Direita, e 11.000 reais broncos Colectânea, I, pgs. 220-223; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 242) – J.

1460-12-31 — D. Beatriz Leitão, em nome e representação de D. Mécia Pereira, tomou posse da casa que obteve por escambo com João de Madaíl e sua mulher, cujo contrato fora assinado em 29 deste mês (Colectânea, I, pg. 223) – J.

1461-01-13 — Foi concedido aos «caseiros lavradores e marnoteiros do Mosteiro de Jesus, que lavrarem seus bens», o privilégio de não pagarem peitas, fintas e outros encargos (Aveiro, 13-1-1461. Confirmação em Sintra, 12-10-1485. Torre do Tombo, Estremadura, livro 3, fls. 119v-120 e livro 5, fls. 92-92v; Chancelaria de D. Afonso V, livro 37, fl. 110v) – A.

1461-02-23 — Foi concedido um privilégio ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, da vila de Aveiro, para um oficial de pedraria ou carpintaria que o Convento nomeasse ser escusado de pagar peitas, fintas, talhos, pedidos, emprestidos e outros encargos lançados pelo concelho (Torre do Tombo, Estremadura, livro 5, fl. 153v) – A.

1461-05-16 — O Papa Pio II expediu de Roma a bula Pia Deo et Ecclesiae desideria, autorizando a fundação do Mosteiro de Jesus, em Aveiro, para Religiosas Dominicanas (Domingos Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, II, pgs. 363-364. O documento encontra-se arquivado no Museu de Aveiro) – A.

1461-10-27 — Pedro Gonçalves Robalo e sua mulher Leonor Lopes, moradores na Vila Nova de Aveiro, venderam a D. Mécia Pereira, viúva de Martim Mendes Berredo e uma das fundadoras do Mosteiro de Jesus, diversos bens que possuíam (Colectânea, I, pgs. 224-226) – J.

1462-01-15 — El-Rei D. Afonso V lançou a primeira pedra, onde fora colocada uma dobra de ouro, para a construção da igreja do Mosteiro de Jesus – cerimónia imponente a que assistiram os da sua corte e o bispo de Coimbra D. João Galvão (Crónica, pg. 189) – A.

1462-05-03 — Fernão de Sá, clérigo de Missa, morador em Aveiro, vendeu a D. Mécia Pereira, viúva de Martim Mendes Barredo e uma das fundadoras do Mosteiro de Jesus, por 10.000 reais brancos, de 35 pretos cada real, uma marinha que possuía no lugar de Pero Maceira, termo de Aveiro, sendo a carta de venda passada pelo notário Afonso Vicente (Arquivo da Universidade de Coimbra, Pergaminhos do Convento de Jesus de Aveiro, gav. 1, n.º enc. 122; em Arquivo, I, pg. 323, há um erro na data) – J.

1462-05-16 — O Padre Fernão de Sá vendeu uma marinha de fazer sal, sita no lugar de Pero Maceira – hoje popularmente designado por Prumaceira – no termo da vila de Aveiro, a D. Mécia Pereira, viúva de Martim Mendes Berredo e uma das fundadoras do Mosteiro de Jesus, pela importância de 110.000 reais brancos (Arquivo, I, pg. 323) – J.

1462-08-17 — El-Rei D. Afonso V concedeu licença às dominicanas do Mosteiro de Jesus para poderem haver e comprar quaisquer bens de raiz até à quantia de 300.000 reais brancos (Torre do Tombo, Estremadura, livro 5, fl. 177v; Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 236; Domingos Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, II, pg. 505) – J.

1464-01-20 — O bispo de Coimbra D. João Galvão procedeu à dedicação litúrgica da igreja do Convento de Nossa Senhora da Misericórdia, dos frades dominicanos (Frei Luís de Sousa, História de S. Domingos, II Parte, Livro III, Cap. III; o autor dá erradamente como oficiante D. Jorge de Almeida, que seria bispo de Coimbra de 1483 a 1543. Marques Gomes, em Memorias de Aveiro, pg. 162, também labora no mesmo engano, além de indicar, decerto por erro tipográfico, o ano de 1664) – A.

1464-08-17 — Foi concedido um privilégio às religiosas do Mosteiro de Jesus «para três marnoteiros que marnotassem as marinhas que faziam na vila de Aveiro (Torre do Tombo, Estremadura, livro 5, fls. 118-118v; Domingos Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, II, pgs. 505-506) – A.

1464-10-02 — El-Rei D. Afonso V permitiu às religiosas do Mosteiro de Jesus «comprarem herdades de pão, vinho, azeite, casas e outros bens de raiz até à quantia de cem mil reais» (Torre do Tombo, Estremadura, livro 5, fl. 97v) – A.

1464-10-03 — Faleceu no Mosteiro de Jesus, sendo sepultada no sala do Capítulo, uma das suas fundadoras, a «mui Santa e virtuosa Senhora D. Mécia Pereira», que para aí entrara em 1460, tendo professado no mesmo ano em que faleceu e quando já estava de cama, gravemente enferma (Crónica, pg. 241; Frei Manuel de Lima, Agiologio Dominico, Tomo IV, pgs. 17-19) – A.

1464-12-25 — Depois de celebrada Missa pelo Padre Frei João de Guimarães, receberam o hábito de noviças, no Mosteiro de Jesus, em Aveiro, a fundadora D. Beatriz Leitão, as suas filhas D. Catarina de Ataíde e D. Maria de Ataíde, e ainda D. Grácia Álvares, D. Violante Nunes, D. Isabel Pires, D. Inês Álvares, D. Isabel Luís, D. Beatriz Velha, D. Catarina Rodrigues e D. Guiomar Velha, que foram as primeiras religiosas do afamado Mosteiro (Crónica, pgs. 189-190) – A.

1465-06-10 — Por escritura desta data, o conde de Odemira deu a sua filha D. Maria de Noronha, em dote, para casar com D. Afonso, filho do duque de Bragança, a vila de Aveiro, reservando para si o usufruto enquanto vivo (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 38) – A.

1465-06-16 — Por carta datada de Portalegre, El-Rei D. Afonso V confirmou a doação da vila de Aveiro, feita em 10 de Junho pelo conde de Odemira, D. Sancho de Noronha, a sua filha D. Maria de Noronha, casada com D. Afonso de Bragança (Torre do Tombo, Místicos, livro 3; D. António Caetano de Sousa, Provas da História Genealógica da Casa Real Portuguesa, V, n.º 8; Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 38; Rangel de Quadros, em Aveiro – Apontamentos Históricos, II, fl. 159, diz ser a carta do dia anterior) – A.

1465-11-26 — Foi passada ao Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, da vila de Aveiro, uma carta de padrão de 10.000 reis e oito alqueires de grão em cada ano (Torre do Tombo, Místicos, livro 3, fl. 46v) – A.

1466-01-01 — No Mosteiro de Jesus, onde a clausura se iniciou em igual dia de 1465, professaram perante o insigne Padre Frei João de Guimarães, encontrando-se presentes os principais religiosos do Convento Dominicano de Nossa Senhora da Misericórdia, a muito virtuosa Madre D. Beatriz Leitão e as freiras D. Inês Álvares e D. Isabel Pires (Crónica da Fundação do Mosteiro de Jesus de Aveiro e Memorial da Infanta Santa Joana Filha d’El-Rei Dom Afonso V, pg. 190) – A.

1466-01-12 — El-Rei D. Afonso V assistiu em Aveiro à profissão religiosa de várias dominicanas, realizada no Mosteiro de Jesus, após a de D. Beatriz Leitão, que fora no dia 1 deste mês e ano (Crónica, pgs. 41-42) – J.

1466-01-14 — Foi passada ao Mosteiro de Jesus «carta de quita de foro da água de qualquer moinho» que fizesse em determinado rio de uma propriedade que possuía no termo da vila de Leiria (Aveiro, 14-1-1466. Confirmação em Sintra, 9-10-1485. Torre do Tombo, Estremadura, livro 3, fl. 118v) – A.

1466-01-17 — Foi dada licença ao Mosteiro de Jesus para ter, lograr e possuir as terras que Fernão Pereira e Vasco Pereira houveram por morte de seu pai e das quais haviam feito doação em 3 do corrente (Aveiro, 17-1-1466. Torre do Tombo, Estremadura, livro 5, fls. 93v-94; Chancelaria de D. Afonso V, livro 14, fls. 2v-3; Museu de Santa Maria de Lamas, doc. avulso) – A.

1466-01-17 — El-Rei D. Afonso V, presente em Aveiro, privilegiou os navios de João Esteves, de Aveiro, almoxarife do conde de Odemira, para não serem utilizados contra sua vontade (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 14, fl. 9) – J.

1466-02-18 — Foi concedida ao Mosteiro de Jesus, de Aveiro, a esmola anual de 6.000 reais brancos (Torre do Tombo, Chancelaria de D. Afonso V, livro 14, fl. 16, v; Domingos Maurício Gomes dos Santos, O Mosteiro de Jesus de Aveiro, II, pg. 507) –  J.

1466-05-08 — A pedido de El-Rei D. Afonso V, o Papa Pio II concedeu um breve para que os dominicanos do Convento de Nossa Senhora da Misericórdia, da vila de Aveiro, não pagassem coisa alguma ao provincial quando este os visitasse. Castela e Portugal formavam então uma só província da Ordem Dominicana e, quando os provin­ciais eram castelhanos, parece que abusavam, mostrando mais interesse material do que espiritual (Rangel de Quadros, Aveiro – Apontamentos Históricos, IV, fl. 52) – J.

1467-05-20 — Por carta desta data, El-Rei D. Afonso V fez mercê ao conde de Odemira de mais uma terceira vida no senhorio de Aveiro para o neto varão que nascesse de sua filha D. Maria de Noronha e de seu marido D. Afonso, aquele que este nomeasse e, não nomeando, o mais velho (Marques Gomes, Memorias de Aveiro, pg. 38) – A.

1468-01-15 — João Pinto, de Óis da Ribeira, vendeu a André Gil um casal de cavalaria de que era possuidor na Arrota, junto a Eixo, «com todas suas pertenças [...], com todas suas entradas e saídas novas e antigas, e direitos», pela quantia de 800 reais brancos (Arquivo Histórico do Ministério das Finanças, Cartório das Casas de Sortelha e Abrantes; Colectânea, I, pg. 228) – J.

1468-07-22 — El-Rei D. Afonso V houve por bem conceder às dominicanas do Mosteiro de Jesus, de Aveiro, «licença para poderem lograr e possuir para sempre quantos e quaisquer bens lhes fossem deixados e apropriados por quaisquer pessoas» e para poderem «haver e comprar bens de raiz até à quantia de duzentos mil reis» (Arquivo da Universidade de Coimbra, Pergaminhos do Convento de Jesus de Aveiro, Gav. 1, Pasta 1, n.º 184) – J.

1469-01-16 — El-Rei D. Afonso V deu carta de padrão ao Convento de Nossa Senhora da Misericórdia, dos frades dominicanos, de 4.800 réis de tença por cinco moios e vinte alqueires que havia pelas rendas de Recardães e Segadães (Évora, 16-1-1479 – aliás 1469. Confirmação pelo mesmo rei: Porto, 12-7-1476. Torre do Tombo, Místicos, livro 3, fls. 18v-19) – A.

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