FEIRA DE MARÇO
Conforme o que havia sido estabelecido, de 23 de Março a
21 de Abril, realizou-se em Aveiro mais uma edição da tradicional Feira
de Março, com a idade de «quinhentos e cinquenta e sete anos sempre
jovens». Mais uma vez, a popularidade deste certame ficou bem patente
nas centenas de milhar de pessoas adultos, jovens e crianças – que o
visitaram ao longo das quatro semanas.
O respectivo cartaz foi apresentado em concurso de alunos
das escolas secundárias da cidade; entre as dezenas de trabalhos, o júri
escolheu o de Carlota Trindade Verde, do 9.º ano – J – da Escola
Secundária de José Estêvão. Também houve prémios para os melhores
«stands»: 1.º prémio – «ex-aequo» para Anselmo Santos (pela exploração
harmoniosa do espaço) e Irmãos Monteiro (pela eficiência na transmissão
de imagem); 2.º prémio – não foi atribuído; 3.º prémio – para Stand
Vicente (pela criação de ambiente em espaço aberto). Foram contemplados
com «Menção Honrosa» os «stands» de Dilarmes, ASA, Interscape, Móveis
Kol, e Manuela Freire.
Como vem sendo habitual, estiveram presentes três
cidades-irmãs – Viseu, Ciudad Rodrigo (Espanha) e Arcachon (França) –
que, em 14 de Abril, tiveram o seu dia específico, com programa
apropriado. Também não faltou, em todos os fins de semana, a animação
cultural, musical e recreativa, de que se encarregaram diversos
agrupamentos, grupos folclóricos e etnográficos e vários artistas.
Sob o título «Tradição e Modernidade», o Presidente da
Câmara Municipal de Aveiro, Dr. José Girão Pereira, subscreveu as
seguintes palavras para o folheto-guia:
– «A Feira de Março estreia este
ano uma fórmula algo inovadora de gestão, comum a todas as feiras e
exposições de iniciativa municipal.
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Referimo-nos à nomeação de uma Comissão de Gestão,
composta por três elementos do Executivo Municipal e presidida pelo
vereador do pelouro de feiras e exposições, que terá a seu cargo a
gestão integrada de todos os certames bem como do Parque de Exposições.
Trata-se de mais um passo no sentido de uma crescente
autonomização deste importante sector da actividade do Município, que
desejamos partilhado com associações profissionais e de classe, outras
instituições e a iniciativa privada.
Para além da gestão integral do Parque e do conjunto de
certames anuais, se bem que enquadrada no âmbito mais geral da
administração municipal, sobre esta Comissão de Gestão recai a tarefa
não menos importante de perspectivar o futuro Parque de Exposições que
Aveiro merece.
Cumpre-lhe, ainda, fazer a demonstração da rentabilidade
económica do sector de feiras e exposições – para nós uma certeza – por
forma a cativar e interessar os agentes económicos.
A Feira de Março, este ano na sua 557.ª edição, estreia,
também, um espaço mais amplo e melhorado para o Secretariado de Feiras.
Beneficiarão os serviços.
Aproveitarão, também, públicos e expositores.
Noutro aspecto, penaliza-nos não podermos anunciar ainda,
este ano, o futuro Parque de Exposições, que o crescimento dos certames
exige, e Aveiro, no confronto com outras cidades, merece.
De qualquer forma, renovada como na esperança que a todos
– Comissão de Gestão e Câmara Municipal – anima, a Feira de Março/91
está aí, feita de festa, feira e mostra de algumas das potencial idades
da região.
Sejam todos bem-vindos.»
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Do Vereador do Pelouro de Feiras, Prof. Celso dos Santos,
é o texto que se transcreve:
– «Vai longe o tempo em que a
Feira de Março era um simples entreposto de trocas comerciais, na sua
maioria de produtos agrícolas ou seus derivados.
Sem que tenha perdido o seu cunho popular modernizou-se,
evoluiu, sendo hoje uma importante feira-exposição nacional, reflectindo
um extraordinário potencial nos diversos sectores de actividade
económica, comercial, industrial e de serviços, espelhando de certa
maneira a realidade de Aveiro e sua região.
Uma feira com características de algum modo invulgares,
apresenta-nos uma vivência que permite a comunhão plena de realizações.
Nela encontramos desde as áreas comerciais, ao artesanato, aos comes e
bebes, às quinquilharias, e, ao mesmo tempo, uma forte animação cultural
e recreativa que constitui um atractivo para todos os que a visitam.
Não perdeu as suas características no decorrer dos seus
557 anos de realização ininterrupta, embora crescendo e adaptando-se à
vida moderna. Continua a ser história, constituindo só por si um
elemento muito importante culturalmente.
Ela se apresenta mais uma vez em toda a sua plenitude.
Igual às anteriores, posição que importa manter, mas diferente, com
novas atracções, novos expositores, cada vez mais pujante, dando início
a um importante ciclo anual de feiras. Não fora a exiguidade do Parque
de Feiras e ela seria muito maior.
De facto, a reduzida área da feira não permite o
atendimento de todos os comerciantes e expositores. Sendo a primeira
feira do ano, é uma feira deveras importante, como que marcante de todo
o processo comercial a decorrer durante o ano. Lamentamos que assim
aconteça.
Ela aí está repleta, diversificada, com toda a sua força
e significado que a cidade lhe confere, mas cada vez mais nova e actual».
COMISSÃO DA FEIRA DE MARÇO:
Presidente
–
Prof. Celso dos Santos;
Secretariado
–
Vasco Alves Lopes, Alexandrina Maximino, Irene Bártolo e Isabel Neto;
Comissão Técnica – Arq.º José Quintão (GRUA),
António José Bartolomeu (DSU), João Portugal (Gab. de Design), Gonçalo
Lé (GRUA), Dr. Emanuel Cunha (Serv. de Cultura), Elmano Ramos (Armazéns
Gerais), Justino Tomás Ribeiro (Armazéns Gerais), José Evaristo
Rodrigues (Serv. de Fiscalização), Eng.º Acílio Vitória e José Carlos
Maximino (Gab. de Imprensa);
Colaboradores – Associação Comercial de Aveiro,
Associação Industrial do Distrito de Aveiro e INATEL.
ACTA DO JÚRI DO CARTAZ
Aos quinze dias do mês de Fevereiro de mil novecentos e
noventa e um, reuniu o Júri, no Salão Nobre da Câmara Municipal de
Aveiro, sendo constituído pelos seguintes elementos: – Vereador Prof.
Celso dos Santos; Arqt.º José Quintão (C.MA); Designer João Portugal (C.M.A.);
Arqt.ª Maria Teresa Pereira Campos (Esc. Sec. José Estêvão); Designer
Isabel Maria P. B. Gala Duarte (Esc. Sec. José Estêvão); e Pintora Lúcia
Seabra (Esc. Sec. de Esgueira).
Após apreciação dos trabalhos concorrentes, o Júri
decidiu atribuir os seguintes prémios: – 1.º Prémio - Carlota Trindade
Verde - 9.º J - Esc. Sec. José Estêvão; 2.º Prémio - Hélder Manuel Ruela
Sanches - 9.º D - Esc. Sec. de Esgueira; 3.º Prémio - Paulo Alexandre
Reis Carvalho - 9.º I - Esc. Sec. José Estêvão.
Dada a qualidade dos trabalhos apresentados, o Júri
decidiu atribuir três Menções Honrosas assim distribuídas: - Cláudio
João Feio - 9.º A - Esc. Seco de Esgueira; Cristina Costa - 10.º K -
Esc. Sec. José Estêvão; Cláudia Rocha - 10.º K - Esc. Sec. José Estêvão.
O critério do Júri obedeceu aos seguintes princípios: – a
originalidade com que o tema foi abordado; e o impacto visual como
cartaz.
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O Júri congratula-se com a quantidade e qualidade dos
desenhos a Concurso, o que tornou a tarefa muito difícil, lamentando não
poder expor a totalidade dos desenhos.
Os prémios a atribuir aos trabalhos são os seguintes: – 1.º Prémio:
35.000$00; 2.º Prémio: 25.000$00; 3.º Prémio: 15.000$00; Prémio de grupo
de trabalho – passeio de lancha pela Ria.
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