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Boletim n.º 17 - Ano IX - 1991

FEIRA DE MARÇO

Conforme o que havia sido estabelecido, de 23 de Março a 21 de Abril, realizou-se em Aveiro mais uma edição da tradicional Feira de Março, com a idade de «quinhentos e cinquenta e sete anos sempre jovens». Mais uma vez, a popularidade deste certame ficou bem patente nas centenas de milhar de pessoas adultos, jovens e crianças – que o visitaram ao longo das quatro semanas.

O respectivo cartaz foi apresentado em concurso de alunos das escolas secundárias da cidade; entre as dezenas de trabalhos, o júri escolheu o de Carlota Trindade Verde, do 9.º ano – J – da Escola Secundária de José Estêvão. Também houve prémios para os melhores «stands»: 1.º prémio – «ex-aequo» para Anselmo Santos (pela exploração harmoniosa do espaço) e Irmãos Monteiro (pela eficiência na transmissão de imagem); 2.º prémio – não foi atribuído; 3.º prémio – para Stand Vicente (pela criação de ambiente em espaço aberto). Foram contemplados com «Menção Honrosa» os «stands» de Dilarmes, ASA, Interscape, Móveis Kol, e Manuela Freire.

Como vem sendo habitual, estiveram presentes três cidades-irmãs – Viseu, Ciudad Rodrigo (Espanha) e Arcachon (França) – que, em 14 de Abril, tiveram o seu dia específico, com programa apropriado. Também não faltou, em todos os fins de semana, a animação cultural, musical e recreativa, de que se encarregaram diversos agrupamentos, grupos folclóricos e etnográficos e vários artistas.

Sob o título «Tradição e Modernidade», o Presidente da Câmara Municipal de Aveiro, Dr. José Girão Pereira, subscreveu as seguintes palavras para o folheto-guia:

– «A Feira de Março estreia este ano uma fórmula algo inovadora de gestão, comum a todas as feiras e exposições de iniciativa municipal. / 42 /

Referimo-nos à nomeação de uma Comissão de Gestão, composta por três elementos do Executivo Municipal e presidida pelo vereador do pelouro de feiras e exposições, que terá a seu cargo a gestão integrada de todos os certames bem como do Parque de Exposições.

Trata-se de mais um passo no sentido de uma crescente autonomização deste importante sector da actividade do Município, que desejamos partilhado com associações profissionais e de classe, outras instituições e a iniciativa privada.

Para além da gestão integral do Parque e do conjunto de certames anuais, se bem que enquadrada no âmbito mais geral da administração municipal, sobre esta Comissão de Gestão recai a tarefa não menos importante de perspectivar o futuro Parque de Exposições que Aveiro merece.

Cumpre-lhe, ainda, fazer a demonstração da rentabilidade económica do sector de feiras e exposições – para nós uma certeza – por forma a cativar e interessar os agentes económicos.

A Feira de Março, este ano na sua 557.ª edição, estreia, também, um espaço mais amplo e melhorado para o Secretariado de Feiras. Beneficiarão os serviços.

Aproveitarão, também, públicos e expositores.

Noutro aspecto, penaliza-nos não podermos anunciar ainda, este ano, o futuro Parque de Exposições, que o crescimento dos certames exige, e Aveiro, no confronto com outras cidades, merece.

De qualquer forma, renovada como na esperança que a todos – Comissão de Gestão e Câmara Municipal – anima, a Feira de Março/91 está aí, feita de festa, feira e mostra de algumas das potencial idades da região.

Sejam todos bem-vindos.»  / 43 /

Do Vereador do Pelouro de Feiras, Prof. Celso dos Santos, é o texto que se transcreve:

– «Vai longe o tempo em que a Feira de Março era um simples entreposto de trocas comerciais, na sua maioria de produtos agrícolas ou seus derivados.

Sem que tenha perdido o seu cunho popular modernizou-se, evoluiu, sendo hoje uma importante feira-exposição nacional, reflectindo um extraordinário potencial nos diversos sectores de actividade económica, comercial, industrial e de serviços, espelhando de certa maneira a realidade de Aveiro e sua região.

Uma feira com características de algum modo invulgares, apresenta-nos uma vivência que permite a comunhão plena de realizações. Nela encontramos desde as áreas comerciais, ao artesanato, aos comes e bebes, às quinquilharias, e, ao mesmo tempo, uma forte animação cultural e recreativa que constitui um atractivo para todos os que a visitam.

Não perdeu as suas características no decorrer dos seus 557 anos de realização ininterrupta, embora crescendo e adaptando-se à vida moderna. Continua a ser história, constituindo só por si um elemento muito importante culturalmente.

Ela se apresenta mais uma vez em toda a sua plenitude. Igual às anteriores, posição que importa manter, mas diferente, com novas atracções, novos expositores, cada vez mais pujante, dando início a um importante ciclo anual de feiras. Não fora a exiguidade do Parque de Feiras e ela seria muito maior.

De facto, a reduzida área da feira não permite o atendimento de todos os comerciantes e expositores. Sendo a primeira feira do ano, é uma feira deveras importante, como que marcante de todo o processo comercial a decorrer durante o ano. Lamentamos que assim aconteça.

Ela aí está repleta, diversificada, com toda a sua força e significado que a cidade lhe confere, mas cada vez mais nova e actual».

 

COMISSÃO DA FEIRA DE MARÇO:

Presidente Prof. Celso dos Santos;

Secretariado Vasco Alves Lopes, Alexandrina Maximino, Irene Bártolo e Isabel Neto;

Comissão Técnica – Arq.º José Quintão (GRUA), António José Bartolomeu (DSU), João Portugal (Gab. de Design), Gonçalo Lé (GRUA), Dr. Emanuel Cunha (Serv. de Cultura), Elmano Ramos (Armazéns Gerais), Justino Tomás Ribeiro (Armazéns Gerais), José Evaristo Rodrigues (Serv. de Fiscalização), Eng.º Acílio Vitória e José Carlos Maximino (Gab. de Imprensa);

Colaboradores – Associação Comercial de Aveiro, Associação Industrial do Distrito de Aveiro e INATEL.


ACTA DO JÚRI DO CARTAZ

Aos quinze dias do mês de Fevereiro de mil novecentos e noventa e um, reuniu o Júri, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Aveiro, sendo constituído pelos seguintes elementos: – Vereador Prof. Celso dos Santos; Arqt.º José Quintão (C.MA); Designer João Portugal (C.M.A.); Arqt.ª Maria Teresa Pereira Campos (Esc. Sec. José Estêvão); Designer Isabel Maria P. B. Gala Duarte (Esc. Sec. José Estêvão); e Pintora Lúcia Seabra (Esc. Sec. de Esgueira).

Após apreciação dos trabalhos concorrentes, o Júri decidiu atribuir os seguintes prémios: – 1.º Prémio - Carlota Trindade Verde - 9.º J - Esc. Sec. José Estêvão; 2.º Prémio - Hélder Manuel Ruela Sanches - 9.º D - Esc. Sec. de Esgueira; 3.º Prémio - Paulo Alexandre Reis Carvalho - 9.º I - Esc. Sec. José Estêvão.

Dada a qualidade dos trabalhos apresentados, o Júri decidiu atribuir três Menções Honrosas assim distribuídas: - Cláudio João Feio - 9.º A - Esc. Seco de Esgueira; Cristina Costa - 10.º K - Esc. Sec. José Estêvão; Cláudia Rocha - 10.º K - Esc. Sec. José Estêvão.

O critério do Júri obedeceu aos seguintes princípios: – a originalidade com que o tema foi abordado; e o impacto visual como cartaz. / 44 /

O Júri congratula-se com a quantidade e qualidade dos desenhos a Concurso, o que tornou a tarefa muito difícil, lamentando não poder expor a totalidade dos desenhos.

Os prémios a atribuir aos trabalhos são os seguintes: – 1.º Prémio: 35.000$00; 2.º Prémio: 25.000$00; 3.º Prémio: 15.000$00; Prémio de grupo de trabalho – passeio de lancha pela Ria.

 

 

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