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Boletim n.º 15-16 - Ano VIII - 1990


AS TRICANAS E A TRICANA ISABEL DE ALMEIDA

Amadeu de Sousa

 

«Mais parecendo uma miragem ou sonho, xailes de antanho esvoaçaram, durante dois dias, sobre os corpos eternamente esbeltos de um grupo de tricanas, em bando de saudade.

Com o garbo, a elegância e distinção de outrora, essas lídimas representantes de um costume ímpar, que por muitas décadas, foi o ex-líbris da beleza incomparável da mulher aveirense, tiveram o condão mágico de nos fazer recuar no tempo, transportando-nos aos tempos do verdadeiro Aveiro.»

Foi com estas palavras de comentário que brindámos e homenageámos a presença de um grupo de admiráveis tricanas, aquando das comemorações das Bodas de Ouro da revista "Ao Cantar do Galo", em 25 de Julho de 1986.

Decorridos que são quatro anos, repete-se outra notável efeméride, – porventura mais famosa, pela dimensão e encenação –, a engrandecer o historial do glorioso Grupo Cénico do Clube dos Galitos, com a estreia no Teatro Aveirense em 10 de Junho de 1940 da monumental revista-fantasia "Molho de Escabeche", que com aquela, e a precedente não menos apreciada "A Caldeirada", alcançou inusitados êxitos nos principais palcos do país, mormente no Coliseu dos Recreios de Lisboa, legando à posteridade uma inolvidável esteira de luminosidade no firmamento artístico local, e nacional, a nível de amadores.

Contudo, embora revelando-se uns tantos, – e de que maneira! –, por naturais dotes, para os sucessos retumbantes obtidos, contribuíram essas gerações de famosas tricanas, que deslumbraram com a sua beleza e porte distinto os milhares de espectadores que tiveram a ventura de as ver e aplaudir, até ao delírio, quer na rua quer no palco. A beldade e a elegância da mulher aveirense patenteava-se uma vez mais de forma inigualável, através dos tempos, em famosos grupos e ranchos, cortejos e representações, na cena teatral e na própria corte. Porque pelos salões da nobreza passaram Isabel de Almeida, que por um triz não foi marquesa; e Florinda de Sousa Marques, (a Florinda Pirré) amado príncipe D. Luís Filipe, que Artur Ravara, médico da Câmara Real, por natural bairrismo, levara para o Paço. De tal forma, que o seu porte distinto chamara a atenção da Rainha Dona Amélia, ao exclamar: – É notável a gentileza e o ar senhoril daquelas mulheres de Aveiro. Como a ama do príncipe, por exemplo, pisava uma sala!

Há uma nota a assinalar da conduta exemplar de Florinda, que num rasgo extraordinário logra salvar a vida do presuntivo herdeiro da coroa, ante um incêndio deflagrado nos Paços de Vila Viçosa. Quando as labaredas já lhe crestam os cabelos, a feição. A formosa tricana Florinda de Sousa Marques veio a ser mãe de três filhas, senhoras finamente educadas e de distinta apresentação.

É, pois, com a saudade estampada na alma, que não nos coibimos de assinalar, em enaltecida veneração e preito de homenagem, numa pequena antologia, as elogiosas referências dispensadas por homens ilustres, (e foram muitos ao longo dos tempos!) em louvor das formosíssimas tricanas.

Comecemos por Almada Negreiros. – «As mulheres de Aveiro são, no seu conjunto, (digo exactamente no seu conjunto) o tipo físico da portuguesa. A sua maneira de andar (que já a notou uma rainha) é impressionante: uma graça antiquíssima vivida pelos nossos olhos dentro; a sua presença igual à / 44 / que já tínhamos visto há séculos nas margens do Mediterrâneo; a sua feminilidade a um tempo sadia e delicada, isto é demasiadamente comum e evidente para que o não notemos. Simplesmente, neste firmamento humano as estrelas são todas da mesma grandeza.»

Agora, ouçamos o enlevo das palavras de Sebastião de Magalhães Lima. - «Sem amor não há mocidade. E Aveiro não se compreenderia sem a tricana, que é para a cidade o que a rosa é para um delicioso jardim – um elemento de beleza e de adorno indispensável.

A tricana, com um lenço de seda a envolver-lhe a cabeça e o xaile a emoldurar-lhe o tronco, é um vestígio da raça árabe. Donairosa e gentil, leve como uma gazela, poucas mulheres no mundo a poderão igualar na graça e na originalidade.»

Depois, pela mesma origem céltica, diz que a andaluza se lhe assemelha, mas – «... Não possui a mesma feminilidade, embora a paixão que os olhos negros revelam, seja a mesma, como sucede na formosa Cármen.» E em relação à mulher napolitana, diz-nos – «... é também impetuosa e ardente. Mas a adorável tricana é dotada de um sorriso encantador e de uma doçura celestial, à maneira da Madona.»

E Magalhães Lima finaliza: – «A tricana é uma tradição. E eu lamento que não tivesse podido escapar à lei inexorável por que tudo passa no mundo.

Confesso que a tricana foi uma das grandes atracções da minha juventude.» E ainda acrescenta: – «A tricana foi a primeira que despertou em mim o ideal da beleza que me tem acompanhado.»

Luís de Magalhães expressa-se da seguinte forma. – «Pela formosura decantada, de "lendárias", enaltece-as pelos gestos expressivos, (...) que lhes fixam a gracilidade e seu quase patrício porte, descrevendo-as de "graciosas", de uma elegância magra e nervosa, marchando num ritmo curto, e ligeiro sobre as pontas das minúsculas e agudas chinelas, e todas esguias em seus longos xailes caídos, e nas suas longas e compridas saias, que se lhes colam à linha fina das pernas, com as roupagens de estatuetas de Tânagra.»

Também o lente de medicina e homem de letras Tomás de Carvalho atribui à tricana de Aveiro, cuja formosura considera inexcedível no país, «esse tipo imortal de beleza feminina». Descreve-a «de olhos vivos, alegres e travessos, dentes de uma alvura de jaspe, incomparáveis; feições regularíssimas, o corpo estatuário. A tricana é positivamente um enxerto da Geórgia ou da Circassia.» Relevando-lhe os dons que a tornaram famosa, o mestre termina: – «Agora acrescentai que, com quanto de uma vida dura e cortada de trabalho, o seu trato é por extremo polido e delicado, as maneiras palacianas, o conversar finíssimo e espirituoso. – A tricana é o enlevo dos olhos. – Isto vem da raça.»

Fechamos esta selecta com um excerto da reportagem sobre Aveiro do jornalista António de Cértima, subintitulada – A tricana – Nossa Senhora do Encantamento. Escreve assim: – «... E rítmica, esbelta, triunfadora, – a tricana passa: Passa majestática e graciosa como ânfora – a âncora fenícia de que descende. O passo miúdo, bem lançado, o busto erguido como magnólia de orgulho que um caule tenro, flexível como narciso, segura delicadamente, o caule da cintura fina, fragilíssima...; a garganta nua, pedindo colares de filha de rei, a cabeça nua, emoldurada da treva dos cabelos ou diademada com a seda negra da faixa grega ou judaica...».

É este o rastro brilhante de gerações sucessivas de tricanas que marcaram toda uma época, esvaída em saudade com o "Molho de Escabeche" a encerrar a inesquecível trilogia de revistas-fantasia de cunho regional, já que foram vãs as tentativas posteriores de um renascimento, como os casos prometedores mas efémeros de "Ainda Canta o Galo" e "Escabeche e Piripiri".

Indubitavelmente que o apogeu da memorável trilogia se atinge com a apresentação do faustoso "Molho de Escabeche", composto de festivos e esplendorosos quadros, e de uma excelente partitura musical. É deste "molho" a preceito, que nos permitimos destacar o lindíssimo quadro "Era uma vez...", personificado pelo fidalgo e a tricana, junto da fonte dos Arcos, onde tem lugar um idílico amor, ilustrado pela pena brilhante, lírica e romântica, do poeta Dr. Luís Regala.

Pois como se sabe, aquele diálogo amoroso inspira-se na história apaixonante, ocorrida por volta de 1875, entre o Marquês de Castelo Melhor e a tricana Isabel de Almeida, que deu brado na então corte de D. Luís I.

Vejamos quem foram os protagonistas reais desse romance vivido intensamente, que teve por epílogo um funesto desígnio.

João de Vasconcelos e Sousa Câmara Caminha Faro e Veiga, 5.º e último marquês de Castelo Melhor (10-11-1841 – 20-01-1878).

Verdadeira encarnação do fidalgo romântico, desinibido e aventuroso, foi insigne toureiro e um dos fundadores do Clube Tauromáquico. No dizer dos que de perto o conheciam, era considerado o fidalgo mais simpático do país.

A família dos Vasconcelos, uma das nobilíssimas de Portugal, procede do Capitão Mem Rodrigues de Vasconcelos, celebrado em "Os Lusíadas", e grande favorito do rei D. Dinis, descendendo de D. Rodrigo Velloso, filho de D. Ramiro III de Leão.

Conforme assento no Livro n.º 14 -1820-1859, folha 174 verso, da Paroquial da Vera-Cruz, Isabel de Almeida nasceu em 25 de Setembro de 1853, e foi baptizada em 2 de Outubro do mesmo ano, sendo filha legítima de José de Almeida Moreira e de sua mulher Maria Rosa, moradores na dita freguesia; neta paterna de João de Almeida e de sua mulher, Maria Moteira, da vila de Mira; e materna de José Luís da Maia e de sua mulher Joana Margarida, naturais da Vera-Cruz. Apadrinharam o acto de baptismo o Padre João Nunes Duarte, de Fermentelos, / 45 / e Dona Ana Rita Isabel de Carvalho Queirós.

Ora, a paixão entre os dois, nasceria aquando das visitas do marquês a Aveiro, para conhecer a terra onde sua mãe, que segundo crê Homem Christo, era filha do marquês de Ponte de Lima. As vindas repetem-se, e o marquês de Castelo Melhor, em 16 e 19 de Setembro de 1875, dirige na Praça do Campo de São João (Rossio) duas sensacionais touradas em benefício do Asilo de José Estêvão. Além de outros fidalgos, toma parte o administrador e técnico agrário do marquês, de nome João Meleças, integrado no grupo de forcados, do qual falaremos adiante.

Não levaria por certo muito tempo, que nas suas deslocações a Aveiro, mais frequentes pela nossa atraente terra, o marquês lograsse encontrar a tricana Isabel de Almeida e, fascinado pela sua beleza, a conquistasse com os seus modos de irradiante simpatia.

E foi assim que a tricana, a bela plebe ia, pela mão do apaixonado fidalgo de alta estirpe, investida em dama senhorial, viria a deslumbrar e conquistar a corte. Mas, para os familiares do marquês, rico e solteiro, era por demais evidente aos seus olhos, que a formosa Isabel representava uma inesperada intrusa a interpor-se como séria candidata aos teres e haveres do fidalgo. Até porque, fruto da paixão idolatrada que nutriam, nasceria em 28 de Abril de 1877 uma sua filha, a qual receberia o nome de Maria da Pureza de Vasconcelos e Sousa, que mais tarde viria a ser pelo matrimónio Condessa da Ribeira Grande.

O comportamento digno e exemplar de Isabel de Almeida, o porte e as maneiras palacianas com que se apresentava e conduzia nos salões da corte, causariam a admiração do próprio monarca pela origem modesta de tão distinta mulher. E de tal forma cativado pelos seus dotes e encanto, El-Rei D. Luís I, por mercê expressa, concedeu a ambos a permissão de se unirem pelos sagrados laços do matrimónio. Mas, o destino, abruptamente degenerado, assim não o permitiu. Três dias antes da data aprazada para o feliz enlace, o marquês de Castelo Melhor, em circunstâncias um pouco estranhas, morre repentinamente.

Consumara-se o trágico romance de amor. Isabel de Almeida, com o coração dilacerado pela dor, atenta contra a vida. Só muito mais tarde, recomposta do grande infortúnio, veio a contrair matrimónio com o técnico-agrário João Meleças, de cuja união houve três filhos. Com avançada idade, finar-se-ia em meados da década de quarenta.

Quase marquesa, que não "rainha", termo usado por alusão pelo poeta Paulo Carique no soneto intitulado "Aveiro", transcrevemos os dois tercetos:
 

«... E as moças têm perfis com distinção e raça!

– Essa gente do povo, a gente ribeirinha...

Um tipo definido e uma infinita graça.

 

Com que leveza firme aquela não caminha,

De olhar aberto e franco, em direcção da Praça,

Descalça, quase pobre... e quase uma rainha.»

 

Mas para que não bastasse de tanta desventura, um novo e rude golpe iria ferir profundamente o seu coração de mãe. A morte trágica da extremosa filha Maria da Pureza, filha do grande amor da sua vida, relatada assim pela revista “ABC” em 20 de Janeiro de 1921.

«A aristocracia portuguesa sofreu um rude golpe com a morte duma das senhoras da primeira nobreza, a senhora D. Maria da Pureza, condessa da Ribeira Grande e pertencente à nobilíssima casa de Castelo Melhor.

A ilustre senhora era pela sua educação, pela sua beleza, pelo seu talento, uma das figuras de mais alto relevo da aristocracia. Habitava há algum tempo em Londres e foi nessa cidade que se suicidou. Ao visitar a Abadia de Westminster, subiu à sua alta torre e despenhou-se, tendo a mais horrível das mortes. A ilustre fidalga sofria de neurastenia.

O seu fim comoveu profundamente toda a gente, já pelas circunstâncias em que se deu, já porque D. Maria da Pureza só tinha simpatias à sua volta pela bondade do seu coração e pela beleza do seu carácter, pela maneira porque se conduzia fazendo sempre o bem e espalhando gentileza e graça.»

Para além da neurastenia, queremos também crer que questões sentimentais estariam na origem do tresloucado acto de Maria da Pureza na capital britânica, onde o conde, seu marido, exercia funções na embaixada. / 46 /

Como diz Homem Christo – «Pobre Senhora! Talvez houvesse sido mais feliz se tivesse ficado, apenas, Maria de Almeida, a neta do pescador!» E acrescenta: – «Este é o caso mais notável do poder sedutor das mulheres de Aveiro. Mas quantas mais!»

*  *  *

Regressando à Leonor e ao Fidalgo do "Molho de Escabeche", e como caso curioso, já a história de Isabel de Almeida havia servido de urdidura, em meados da primeira década deste nosso século, a uma opereta intitulada "O Marquês de Forte-Maior", em 3 actos repartidos por 40 cenas. Trata-se de um original em nosso poder, que supomos inédito, do Dr. André dos Reis, escrito em Coimbra "nas horas vagas", quando frequentava o 4.º ano da Faculdade de Direito.

Ora, como diz no intróito, o entrecho foi inspirado na narração que lhe fez num período de férias o capitão da marinha mercante Manuel Gonçalves Moreira, (não José como escreve) casado com Maria.

José de Almeida e Sousa, sobrinha de Isabel de Almeida. Recorde-se que Manuel Gonçalves Moreira foi o Presidente da Comissão Instaladora do Clube dos Galitos, sócio n.º 1 desta prestimosa colectividade e autor da celebrada letra das «Tricanas da Beira Mar, / Do Alboi e do Rossio, / Vamos na barca pró rio, / Cantar à luz do luar...» musicado depois por João Aleluia.

Na opereta do Dr. André dos Reis, a tricana toma o nome de Branca. Resume-se a peça numa rocambolesca tramóia arquitectada pelo conde de Forte-Maior, primo do marquês. Em risco de ruína, e face a um eventual testamento que o deserdaria e aos seus, a concretizar-se a ligação amorosa entre o marquês e Branca, contrata um bando de malfeitores para obstar a uma tão triste situação de penúria.

Sabendo os malandrins dum encontro nocturno entre o apaixonado par, amordaçam por engano Genoveva. Verificando o logro, logo a libertam, sem mais cuidarem dela, que se esconde espavorida e fica à espreita.

Não tarda que surja Branca para o encontro aprazado. Lestos, vão sobre ela, que se debate, e conduzem-na ao palácio do conde, onde fica sequestrada. Entretanto, o famigerado primo faz constar que o marquês a tinha raptado. É então que Francisco, pescador e pai de Branca, corre alucinado, disposto a apunhalar o fidalgo, que, atónito, também a procura. Mas Francisco, emocionado, acaba por lhe implorar de joelhos a libertação da sua adorada filha.

Se não quando, por informação de Genoveva, os sinos tocam a rebate. O povo, armado, corre a libertar Branca. «Voa pelos ares o palácio do conde de Forte-Maior e ninguém nele se salvará. Venceu a justiça, triunfa o bem, e o mal sofre o merecido castigo!» Francisco, entre a filha e o marquês, exclama – meus filhos! Termina em festa com o coro final.

Porque já extenso este nosso apaixonante tema, como homenagem final às "nossas Senhoras do Encantamento", fadas galantes deste Aveiro único, aqui quedamos de alma e coração abertos, a bendizer o vosso magnificente reinado, com a mais sentida emoção, a eterna lembrança na mente, e os versos que vos dedico da Tricana-Saudade.

Tricana de porcelana,

traços de fenícia,

de xaile traçado.

Tricana de tez morena,

lembrança, carícia

do tempo passado.

 

Tricana, tricana bela,

suave chinela,

tão leve a pisar

o chão da cidade.

Relíquia de outrora,

que só vive agora

de amor e saudade.

 

Tricana de Aveiro

na doce paisagem,

só recordação,

Tricana de Aveiro,

a eterna miragem

dos tempos de então.

 

Tricana, gentil tricana

de colo ondulante

à brisa do mar.

Tricana, gentil tricana,

do tempo distante

pudesses voltar.

 

Tricana, tricana bela,

suave chinela,

tão leve a pisar

o chão da cidade.

relíquia de outrora,

que só vive agora

de amor e saudade.

 Amadeu de Sousa

Aveiro, Junho de 1990

____________________________

Obras consultadas:

– "Litoral" de 25-07-86

Notas da Minha Vida e do Meu Tempo – Homem Christo

– Revista "ABC" - Anos I e II

-. "Correio do Vouga" de 10-05-52

Mãos Rotas de Luz – Almada Negreiros

Episódios da Minha Vida – S. de Magalhães Lima

– “Aveiro e o seu Distrito” - Considerações sobre gente de Aveiro - Eduardo Cerqueira

Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira

Portugal Antigo e Moderno

– Verbo - Enciclopédia Luso-Brasileira de Cultura

– Arquivo do Distrito de Aveiro

Almanaque Desportivo do Distrito de Aveiro - João Sarabando, M. Costa e Melo, Virgílio Veiga

O Marquês de Forte-Maior (Opereta) – André Ala dos Reis.
 

 

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