A FEIRA DE MARÇO ATRAVÉS DOS
TEMPOS
Uma outra publicação do
Município, saída do prelo durante este ano, foi «A Feira de Março
através dos Tempos», da autoria do jornalista Júlio de Sousa Martins,
director do Gabinete de Imprensa da Câmara Municipal de Aveiro, que se
tem dedicado também à investigação e ao estudo de temas aveirenses. Além
da colaboração em jornais e revistas, saiu da sua pena um outro
trabalho, sob a epígrafe «Levantamento Cultural – Exemplos e sugestões».
Podemos avaliar o interesse
deste livro pela súmula dos assuntos nele tratados: – Origens e
características das feiras; De Tomar a Aveiro; Quem animava as feiras;
Da Agricultura à Indústria, passando pelo Artesanato; Males e
calamidades com reflexo nas feiras; Auge e declínio de Aveiro; A grande
confusão dos pesos e medidas; Do aranzel de tempo imemorial à Feira da
Madeira; De carpinteiro e arrematante da feira a pioneiro industrial;
Aveiro em fins de século XIX e novas posturas sobre a Feira; Dois
testemunhos; Actualização do preço dos abarracamentos.
Na introdução, assinada pelo
autor, lê-se:
Uma tradição que se mantém
viva ao longo de séculos não pode deixar de ser levada na devida
consideração, ao menos pela comunidade em que se insere.
É o caso da Feira de Março
aveirense, que completa 555 anos de existência neste ano de 1989.
Assim se explica (e se
impõe) que tal efeméride seja devidamente registada, evocando as
circunstâncias em que surgiu esse factor de desenvolvimento da então
vila de Aveiro, nessa época já a debater-se com as dificuldades de uma
barra inconstante, de consequências dramáticas para as actividades
sociais e económicas da região.
É pois uma evocação da Feira
de Março que a seguir se faz, enquadrando-se em alguns outros aspectos
da vida aveirense, não, só a nível citadino como distrital.
E vamos começar pelo
princípio, isto é: como surgiram as feiras e como evoluíram através dos
tempos.
Por outro lado, entende o
autor deste trabalho que, para melhor se entender a evolução da Feira de
Março, não pode deixar-se de a enquadrar no contexto social em que essa
tradicional manifestação aveirense naturalmente se integrou ao longo dos
séculos, conseguindo adaptar-se às circunstâncias – e sobreviver
galhardamente.
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