ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS
No dia 22 de Outubro, foi
assinada a escritura de constituição da Associação de Municípios do
Carvoeiro, que integrou as Câmaras Municipais de Águeda,
Albergaria-a-Velha, Aveiro, Estarreja, Ílhavo e Murtosa.
Assim se concretizou um
sonho que já vinha desde 1980.
Conforme se lê nos
estatutos, a Associação tem como objectivos não só promover, realizar e
unificar a exploração do serviço de abastecimento de água, mas também
realizar obras na área dos respectivos concelhos, com vista à captação,
tratamento, elevação e adução de água até aos centros de distribuição.
PROJECTO «MEREC»
No dia 31 de Outubro, decorreu, no Salão Cultural do Município, um
seminário subordinado ao tema «Desenvolvimento do Concelho de Aveiro: a
gestão e o aproveitamento racional dos recursos locais» – encontro que
serviu para apresentação do Projecto MEREC (Gestão Eficiente de Recursos
e Energia em Cidades). De origem norte-americana, o Projecto tem como
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objectivos, através de instrumentos de gestão integrada «demonstrar,
aperfeiçoar e promover meios para implementar o uso eficiente de
recursos e energia em pequenas e médias cidades».
A importância do Projecto
MEREC decorre do facto de ser ainda possível conseguir uma gestão
eficiente do uso dos recursos locais e energia, oferecendo boas
oportunidades de introduzir significativas medidas de conservação,
poupança ou melhor utilização dos mesmos, aspecto que tem merecido
grande relevo nos países desenvolvidos.
Para tal, em cada cidade o
Projecto MEREC tem em vista criar um processo de planeamento participado
e dinâmico, centrado na avaliação dos recursos principais e do seu papel
no desenvolvimento. Haverá, assim, que sensibilizar e levar à
participação todas aquelas pessoas e entidades julgadas mais
representativas e promotoras do seu desenvolvimento.
Em Portugal, a primeira
experiência-piloto teve lugar, desde Outubro de 1983 até Setembro de
1986, na cidade da Guarda, à disposição da qual foi posta uma verba de
150 mil dólares.
Obteve-se assinalável êxito
no campo do abastecimento de água, da agricultura, da construção civil e
do planeamento urbanístico. Citaram-se exemplos: no abastecimento de
água, o Município da Guarda poupou cerca de 1.700 contos/mês; no uso dos
materiais de construção tradicionais (granito e madeira) e no
aquecimento a lenha, houve uma poupança da ordem dos 70% no consumo de
energia eléctrica e uma redução de 10% nos custos de construção nos
edifícios escolares.
Tendo em atenção o interesse
que a experiência da Guarda despertou, nomeadamente nos responsáveis das
autarquias locais, dos institutos de investigação, dos departamentos da
Administração Central e Regional, surgiu a proposta do lançamento do
Projecto MEREC em mais sete concelhos do centro do País, entre os quais
o de Aveiro.
Foi neste contexto que a
cidade de Aveiro, que formalizara a sua candidatura, manifestando
empenhamento e disponibilidade para assegurar a sua quota-parte no
Projecto, passou a integrar-se no MEREC; a fase de planeamento irá até
nove meses, a que se seguirão, até Setembro de 1989, as fases de
implementação e de avaliação. Assim foi criada em Aveiro uma comissão de
responsáveis locais, presidida pelo Presidente da Câmara Municipal, a
quem compete definir e desenvolver a adequada estratégia.
O Projecto MEREC insere-se
na cooperação do nosso País com os Estados Unidos da América; por isso,
além da equipa de técnicos locais de diversas especialidades, nela estão
envolvidas a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, a Agência
para o Desenvolvimento Internacional dos Estados Unidos e Tennessee
Valley Anthoritz.
Com este seminário
pretendeu-se apresentar os objectivos e a metodologia do Projecto MEREC
e fazer um levantamento preliminar dos grandes problemas que se colocam ao desenvolvimento do concelho aveirense. É um facto que Aveiro tem
notáveis recursos, mas também é realidade inegável os muitos
estrangulamentos que obstam ao eficiente aproveitamento desses mesmos
recursos. E, além do mais, foi posta em destaque a necessidade de
interligação com os vários Municípios; não se pode pensar e projectar em
termos de «barreiras concelhias».
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