NOTICIÁRIO
AGROVOUGA / 86
A I Feira-Exposição
Agro-Pecuária de Aveiro realizou-se em 1972. Desde então, sucessiva e
anualmente se tem repetido em Aveiro este género de certames, de grande
interesse para a nossa região.
Desta vez, porém, à
inauguração da AGROVOUGA presidiu o Dr. Mário Soares. A cerimónia
decorreu às 12 horas do dia 12 de Julho.
O Presidente da República,
depois de saudado e cumprimentado pelas Autoridades presentes, percorreu
demoradamente os vários "stands» dos cerca de 120 expositores. O ilustre
visitante saudou a «laboriosa população de Aveiro, que merece o apoio e
o carinho das entidades públicas portuguesas», formulou votos de que o
certame, "extremamente importante numa das mais desenvolvidas zonas do
País», atingisse ainda maior projecção e classificou a nossa região como
"das mais bem preparadas para a concorrência europeia e que, portanto,
não deve temer o futuro, deve ser audaciosa, ter coragem e confiança
nela própria».
A AGROVOUGA/86, que teve o
decidido patrocínio da Câmara Municipal de Aveiro, encerrou no dia 20 do
mesmo mês de Julho. «Nenhuma edição tem sido igual; cada Feira tem a sua
vida própria, mas sempre com uma tónica comum: a defesa da agro-pecuária
do Baixo Vouga» – afirmou o Eng.º Carlos dos Santos, secretário Geral da
AGROVOUGA/86. E disse mais: «Será a linha de continuidade», não apenas
através da mostra anual das potencialidades agro-industriais, «mas acima
de tudo promovendo o desenvolvimento por intermédio de estudos e
debates, de concursos, e de múltiplas acções nas áreas da agricultura,
pecuária, indústria, comércio e ordenamento territorial da região».
Na AGROVOUGA/86 não faltaram
colóquios, debates, mesas-redondas. tudo bastante válido e com muito
interesse, dada a entrada de Portugal na CEE.
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Foram debatidos e explicados
os apoios financeiros da Comunidade à agricultura portuguesa. O PEDAP
(Programa Específico de Desenvolvimento da Agricultura Portuguesa), a
desenvolver ao longo de 10 anos, incidindo principalmente sobre as
infra-estruturas de produção, num montante de 100 milhões de contos à
Reestruturação e Modernização da Vitivinicultura Nacional; o chamado
Regulamento 397, de apoio às estruturas agrícolas, principalmente a
pequena e média exploração, e os jovens agricultores.
O colóquio subordinado ao
tema «O desafio que a CEE coloca à Agricultura Portuguesa» mostrou como
é difícil o acesso dos pequenos e médios agricultores aos fundos
comunitários.
Elevado nível e êxito
notável teve o colóquio «Entrámos para a CEE. E agora?», promovido pela
Delegação de Aveiro da JNPP (Junta Nacional de Produtos Pecuários). A
Lacticultura e a Avicultura foram os grandes temas deste debate, que
suscitou vivo interesse dos participantes, designadamente nas matérias
que se prendem com a obtenção de produtos de alta qualidade em bases
económicas que permitam enfrentar a agressiva competitividade dos nossos
parceiros comunitários. Foi salientada a necessidade do crescimento da
capitação em Portugal no uso do leite e lacticínios; essa capitação está
ainda muito aquém da média europeia. Ainda neste colóquio, foi apontada
a falta de um verdadeiro ordenamento da produção leiteira e dos sectores
de
transformação e de comercialização; e também a necessidade de aumentar a
qualidade, tanto da matéria prima ao nível de produção como dos produtos
transformados, única forma de conter a invasão do mercado nacional por
lacticínios provenientes dos outros países comunitários.
Outras iniciativas houve na
AGROVOUGA/86.
Lembramos o III Salão
Fotográfico, organizado pela Secção de Fotografia e Cinema de Amadores
do Clube dos Galitos. Constou de três temas: «O Mundo Rural», «Mercados
e Feiras», e «Livre», em trabalhos a cor (dimensões 24x30). Este certame
foi aberto a todos os residentes no País.
A Administração Regional de
Saúde de Aveiro (A.R.S.A.), departamento distrital responsável pela
execução da política de saúde no âmbito dos cuidados de saúde primários,
esteve presente na AGROVOUGA/86.
À semelhança do ano passado
e com o intuito de levar ao conhecimento do grande público algumas
actividades e preocupações sentidas neste sector da saúde, a A.R.S.
centrou a sua especial atenção nos aspectos relacionados
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com a promoção e a vigilância da saúde, a prevenção da doença, o
diagnóstico e o tratamento dos doentes e a sua reabilitação médica e
social.
Esta presença activa da
A.R.S.A. foi, com certeza, valioso contributo para a efectiva melhoria
da qualidade de vida. Abordando a temática geral da Alimentação e Saúde,
deu-se particular relevo ao papel do leite e seus derivados na
alimentação humana.
Para terminar este
apontamento, ainda referimos os concursos realizados.
No VII Concurso Nacional da
Vaca Leiteira houve dois quintos prémios para gente das terras de
Aveiro: na 2.a Secção para Francisco Baptista Beirão, de Fermelã
(Estarreja), e na 3.ª Secção para Manuel Dias de Almeida, de Anadia.
Armando Almeida e Silva, de Loureiro (Oliveira de Azeméis) ganhou o
prémio «Produtividade».
Desde 1982 que não se
realizava o Concurso Pecuário Regional/Espécie Bovina, devido a
restrições de ordem sanitária, relacionadas nomeadamente, com a
brucelose e a peripneumonia.
No dia 12, teve lugar o 44.º
Concurso, cujos prémios (referimos só os 1.ºs) foram estes:
Raça Arouquesa:
– Manuel Tavares, de
Albergaria da Serra (Arouca).
Raça Marinhoa:
– touros a partir do 2.º
desfecho: ex-aequo António Valente Pires, de Salreu, e Manuel Tavares
Rebimbas, de Pardelhas (Murtosa);
– novilhos inteiros com o
1.º desfecho: Manuel da Silva Tavares Lameiro, da Costa do Vaiado;
– vacas isoladas a partir do
2.º desfecho: António Aurelino Baptista, de Salreu;
– novilhos isolados sem
desfecho: Alberto Tavares de Sousa, da Murtosa:
– novilhos isolados com o
1.º desfecho: António Valente Ramos, de Estarreja.
Raça Holanda-Portuguesa:
– vacas contrastadas:
António Ferreira de Pinho «Púcaro», da Quinta do Picado;
– touros a partir dos 26
meses: Manuel Lameiro, da Costa do Vaiado;
– novilhos dos 12 aos 26
meses: Manuel Lameiro, da Costa do Vaiado;
– novilhas dos 12 aos 26
meses: Maria Vechina Vieira Ribau, da Gafanha~da Nazaré;
– vacas isoladas a partir do
2.º desfecho: Manuel Marques Guiomar, de Veiros (Estarreja);
– novilhas sem desfecho:
António Gomes da Silva, de Salreu;
– novilhas com o 1.º
desfecho: Maria Vechina Vieira, da Gafanha da Nazaré.
No domingo, dia 13 foi o Concurso Pecuário/Espécie Equina, alcançando os
primeiros prémios:
– garanhões com 4 ou mais
anos: «Amoroso», de Irlanda Saraiva, de Cacia;
– poldros de 2 anos:
«Confiado», da Casa Agrícola «Quinta da Costa», de Estarreja;
– poldros de 1 ano: «Dopel»,
de Vitorino Costa, de Cacia;
– éguas afilhadas: «Briosa»,
de Irlanda Saraiva, de Cacia;
– poldras de 3 anos: «Brasina»,
da Casa Agrícona «Quinta da Costa», de Estarreja;
– poldras de 2 anos: «Clavija»,
de Irlanda Saraiva, de Cacia;
– poldras de 1 ano:
«Destinada», da Casa Agrícola «Quinta da Costa», de Estarreja.
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