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Boletim n.º 6 - Ano III - 1985

CONSERVATÓRIO DE MÚSICA DE AVEIRO

 

 

Pela Portaria n.º 500/85, de 24 de Julho, o Governo criou, com efeitos a partir de 1 de Outubro, o Conservatório de Música de Aveiro de Calouste Gulbenkian, por conversão do estabelecimento de ensino particular com a designação de Conservatório Regional de Aveiro de Calouste Gulbenkian. A notícia causou natural júbilo na região, pois Aveiro passou a contar com mais uma unidade de ensino oficial, neste caso, no sector da música. Entretanto, o belo e moderno edifício do Conservatório Regional, propositadamente edificado há cerca de quinze anos, foi doado pela Fundação Calouste Gulbenkian, sua proprietária, à Câmara Municipal de Aveiro – o que se formalizou em 8 de Outubro.

O Professor Doutor Ferrer Correia, pela administração da Fundação Calouste Gulbenkian – na impossibilidade da presença do Dr. José de Azeredo Perdigão – e o Dr. José Girão Pereira, em nome da Câmara Municipal de Aveiro, assinaram, naquela data, no salão nobre dos Paços do Concelho, a respectiva escritura notaria!. O acto coincidiu exactamente com o dia em que o Conservatório Regional de Aveiro completava as bodas de prata de actividade. Assistiram à cerimónia solene entidades civis, militares e religiosas de Aveiro, entre as quais, os Vereadores da Câmara Municipal, o Presidente da Assembleia Municipal, representantes do Governador Civil e do Bispo da Diocese, além dos actuais responsáveis do Conservatório; esteve ainda presente o Dr. Orlando de Oliveira, um dos mais entusiastas defensores da criação desta escola de música, há vinte e cinco anos.



 

 

 

Nas palavras que proferiu, o Presidente do Município referiu o facto de, com esta transferência, ficar mais rico o património municipal e congratulou-se por ter sido finalmente encontrada uma solução de utilidade para o Conservatório, ao mesmo tempo que manifestou o reconhecimento da Câmara de Aveiro em relação à generosidade sempre evidenciada pela Fundação Calouste Gulbenkian.

Em seguida, falou o Dr. Orlando de Oliveira, que fez uma breve evocação histórica da vida da escola e daqueles que mais se distinguiram na sua fundação e implementação.

Pela entidade doadora, o Doutor Ferrer Correia, depois de saudar os obreiros desta iniciativa, acentuaria que o Conservatório de Aveiro é hoje uma jóia de cultura, não só regional mas também nacional; comentando a doação, acentuaria que é partidário de se entregar ao Poder Local aquilo onde ele pode exercer a sua actividade.

Por último, o Presidente da Assembleia Municipal, Francisco da Encarnação Dias, classificaria o momento como «significativamente alto para as gentes de Aveiro e sua região» e louvaria todos quantos contribuíram para que o Conservatório fosse uma realidade incontroversa.

O Conservatório de Música de Aveiro é presentemente frequentado por cerca de quatrocentos alunos. Uma associação denominada «Cultura e Arte de Aveiro» deseja manter e desenvolver as actividades que não foram contempladas com a oficialização: formação artística em artes plásticas, bailado, línguas estrangeiras, iniciação musical ao nível preparatório, componente artístico ao nível do primário e ocupação de tempos livres.

Uma nova época principiou, pois, na história desta escola aveirense.


 

 

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