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Personalidade
multifacetada de soldado, orador parlamentar, político, jornalista,
professor e advogado, José Estêvão jamais abandonou a primeira linha
da luta pela Liberdade, não recuando perante situações a que poderia
ter-se acomodado, antes arriscando carreira e vida pelos seus ideais.
Filho de Luís
Cipriano Coelho de Magalhães e de D. Clara Miquelina de Azevedo
Leitão, José Estêvão nasceu em A veiro a 26 de Dezembro de 1809, aqui
fazendo os seus primeiros estudos.
Em 1825
encontramo-lo matriculado no primeiro ano de Direito, na Universidade
de Coimbra, curso que interromperá ao sabor dos grandes acontecimentos
políticos da época, e da sua intervenção directa nas lutas contra o
absolutismo.
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Em 1828 o Vintismo
sofre o último dos grandes golpes de estado, dirigido por D. Miguel,
aclamado rei absoluto em vários pontos do País. A Carta
Constitucional, que D. Pedro outorgara aos portugueses em Abril de
1826, deixa de vigorar, mas os baluartes do liberalismo ainda
estrebucham, assistindo-se a levantamentos populares e militares no
Porto, Aveiro, Coimbra, Algarve e Terceira (Açores).
José Estêvão
alista-se no Terceiro Batalhão Académico, como aliás o farão Garrett e
Herculano. As forças liberais acabarão venci das, devido em grande
parte à mediocridade dos seus chefes, desfecho que será sentido de
forma aterradora em A veiro, onde se sucedem as prisões e
perseguições, que culminam na execução de nobres filhos desta terra,
enforcados e decapitados no Porto. As cabeças destes Mártires da
Liberdade vieram de seguida para Aveiro, onde os absolutistas as
espetaram no alto de postes, colocados durante dias em vários pontos
da cidade. O obelisco que se levanta na praceta junto aos Arcos,
frente à sede do Clube dos Galitos, é uma homenagem de Aveiro a estes
Homens. Aquelas cabeças foram depois religiosamente recolhidas, e
estão no monumento que a cidade mandou erguer no Cemitério Central.
Na sequência da
derrota de 1828 José Estêvão foge para a Galiza e dali passa para
Inglaterra, onde os liberais portugueses procuram reorganizar-se.
Estas forças, que retiram penosamente para a Galiza, famintas e
debaixo de forte intempérie, são acompanhadas pelo velho conselheiro
Joaquim José de Queirós (morador em Verdemilho e avô de Eça de
Queirós), o único elemento da Junta do Porto que recusou embarcar no
vapor Belfast, preferindo acompanhar a pé as "mais de 12000 almas" que
marcharam para o exílio.
Em 1829 José
Estêvão está com as forças que embarcam para os Açores, onde redige a
"Chrónica da Terceira".(1)
Em 1831 assiste à tomada do Faial e, no ano seguinte, integra as
tropas que desembarcam no Continente, na praia de Arenosa de Pampelido,
tomando igualmente parte na sortida a Vila do Conde. Participa depois
activamente na defesa da cidade do Porto, dirigindo o reforço das
fortificações da Serra do Pilar e destacando-se em combate, o que lhe
valeu o grau de cavaleiro da Torre-e-Espada, ordem entretanto
restaurada por D. Pedro IV, por alvará de 28 de Julho de 1832.
José Estêvão
pertencia então ao corpo de artilheiros académicos, onde tinha o posto
de cabo, recebendo aquela alta condecoração por vontade expressa dos
seus camaradas de armas, que se recusaram a sorteá-la entre si,
conforme era hábito e fora superiormente decidido.
O reconhecimento
das altas qualidades militares e humanas do jovem aveirense levam o
respectivo comandante a propor a sua passagem para o exército de
linha, o que vem a acontecer em 4 de Abril de 1833, sendo integrado
com o posto de Segundo Tenente. Cinco dias depois batia-se
corajosamente pela tomada de Covelo(2),
para, em 25 de Julho do mesmo ano, se cobrir de glória na defesa da
Flecha dos Mortos(2), ganhando o
grau de oficial da Torre-e-Espada.
Em 1834 é promovido
a Primeiro-tenente e, em Fevereiro desse ano, contribui mais uma vez
para a vitória liberal, pelo denodo com que combate em Almoster.
A guerra civil
termina nesse mesmo ano, pelo que, com a vitória liberal, José Estêvão
regressa a Aveiro, donde segue para Coimbra, para continuar os seus
estudos. O soldo de primeiro-tenente servirá então para financiar a
sua formatura, bem como a de seu irmão António Augusto.
José Estêvão
termina o curso de Direito em finais de 1836 e, no ano seguinte, é
eleito deputado por Aveiro às Constituintes. O homem que defendera os
seus ideais com as armas irá agora defendê-los com a palavra, quer no
Parlamento quer na imprensa, nomeadamente no jornal "O Tempo", que
fundou em 1838, ou no jornal "Revolução de Setembro", também por ele
fundado, em 1840, de parceria com o seu amigo, conterrâneo e
companheiro de todos os momentos, Manuel José Mendes Leite.
Ainda em 1840, José
Estêvão concorre e ganha o concurso para leccionar a 10ª cadeira da
Escola Politécnica – "Economia Política, Direito Administrativo e
Comercial". O militar, político, parlamentar e jornalista é agora
também professor do ensino superior.
As suas qualidades
pessoais, a sua verticalidade moral e a sua benevolência estão bem
patentes em alguns episódios da sua vida. A generosidade de José
Estêvão ia ao ponto de se envolver, sem conhecimento do interessado,
na consecução de um cargo rendoso para um conterrâneo em dificuldades,
apesar deste ser seu inimigo político e não manter com ele quaisquer
relações.
O seu espírito de
tolerância, e a fidelidade aos princípios que sempre o nortearam,
levaram-no, em 1843, a defender em tribunal o jornal miguelista,
'Portugal Velho", acusado de abuso de liberdade de imprensa.
A posição de que
desfrutava poderia tê-lo transformado num homem acomodado, passível de
vender-se a interesses políticos ou económicos, que lhe assegurassem
um futuro promissor e desafogado. Mas na alma deste homem não cabiam
interesses mesquinhos, nem ele se alienava, qual vendilhão do templo,
aos interesses materiais, que jamais sobrepujaram as suas convicções
morais e políticas.
A Constituição de
1838, que José Estêvão ajudara a elaborar, na sua qualidade de
parlamentar constituinte, vai deixar de vigorar em 1842, na sequência
do pronunciamento de Costa Cabral. Os barões do dinheiro venciam assim
as forças da Revolução de Setembro de 1836, em cujas fileiras José
Estêvão militava, e cujo ideário se identificava com a esquerda
liberal ou a ala democrática do liberalismo português.
José Estêvão conspira e combate em
todas as frentes, mesmo quando o seu jornal "Revolução de Setembro"
tem de passar à clandestinidade, não deixando porém de se publicar e
chegar a todos os pontos do País. E quando, em 1844, a pressão da
ditadura cabralista atenta contra as liberdades fundamentais, o
capitão de artilharia José Estêvão abandona mais uma vez os confortos
da vida, para pegar em armas com o Regimento de Cavalaria de Torres
Vedras. Num dos seus discursos, e em resposta ao Ministro do Reino,(3) José Estêvão já reconhecera com desassombro, em pleno Parlamento,
«que a resistência armada é, em certas ocasiões, não digo um direito,
mas uma obrigação!»
Encurralado na praça de Almeida,
demitido do posto de capitão e de lente da Escola Politécnica, o
grande tribuno consegue romper o cerco e deslocar-se para
Trás-os-Montes, onde tenta sublevar várias localidades. A notícia da rendição de
Almeida fá-lo fugir para Paris, onde se conservará cerca de dois
anos, a viver no n.º 20 da rua Laffite. Em 16 de Abril daquele ano,
Costa Cabral assinava uma portaria pondo-lhe a cabeça a prémio por um
conto de reis...
Em 1846, na sequência da sublevação da
Maria da Fonte, cai o ministério dos irmãos Cabrais. José Estêvão regressa a Portugal,
beneficiando da amnistia que o ministério Palmela decretara para os
revolucionários de 1844. Em 5 de Outubro daquele ano aparece o
programa setembrista redigido por José Estêvão, com o qual a esquerda
liberal pretendia pôr cobro à situação político-militar resultante da
ditadura cabralista e dos acontecimentos da Maria da Fonte.
D. Maria II assusta-se com o evoluir
dos acontecimentos e acaba por promover o golpe de Estado de 6 de
Outubro, demitindo o gabinete Palmela e substituindo-o pelo ministério
de Saldanha, que se apressa a restabelecer a antiga lei eleitoral e a
dissolver as Câmaras.
O País vai-se revoltando aqui e ali,
do norte ao sul, enquanto José Estêvão, que tinha retomado a direcção
do jornal "Revolução de Setembro", se vê forçado a homiziar-se para
escapar à prisão. Conseguindo, sob disfarce, fugir de Lisboa,
aparece-nos a trabalhar afanosamente na organização das forças
revolucionárias, sucessivamente em Santarém, Caldas da Rainha,
Alcobaça e Nazaré. Em Dezembro, encontramo-lo envolvido na formação da
Junta de Setúbal e, no ano seguinte, percorre o Alentejo na luta de
guerrilha — a Patuleia alastrava por todo o território nacional.
A pacificação virá de seguida, imposta
por forças espanholas, francesas e inglesas que a rainha chamara a
Portugal. Em 24 de Junho de 1847 a Convenção de Gramido põe fim à
guerra civil e José Estêvão, amnistiado, retoma o magistério da Escola
Politécnica, mas fica proscrito do Parlamento na legislatura de
1848-50.
Em 1848, uma intervenção do Duque de
Saldanha no Parlamento, afirmando ser necessário «esmagar com mão de
ferro a hidra revolucionária»", deu lugar à chamada Conspiração das Hidras, onde pontificavam nomes como Oliveira Marreca, Rodrigues Sampaio e José Estêvão, que,
durante algum tempo, defenderam soluções republicanas para a política
nacional. A repressão policial não se fez esperar, o que obrigou José
Estêvão a passar uma vez mais à clandestinidade.
No ano seguinte regressa novamente à
regência da sua cadeira na Escola Politécnica e, em 1851, a
Regeneração trá-lo de volta ao Parlamento. É neste período que se bate
pela construção do Liceu de Aveiro e pela passagem, nesta cidade, do
caminho-de-ferro Lisboa-Porto.
O novo edifício do Liceu de Aveiro,
que José Estêvão exigia, em intervenções parlamentares, desde Julho de
1853, viria a ser inaugurado em 1860, enquanto a linha do caminho-de-ferro acabaria por passar em Aveiro, depois de várias peripécias,
acusações e pressões de diversa ordem, que pretendiam calar a voz do
insigne aveirense. Segundo Luís de Magalhães, filho e biógrafo do
tribuno, «Salamanca(4) tentou suborná-lo para que não insistisse no
traçado do caminho-de-ferro do Norte, que levava essa linha por
Aveiro. Ouvi-o dizer muitas vezes, e ouvi, até, contar que o emissário
do espanhol tivera de galgar rapidamente as escadas para não receber
senão em palavras a recusa da sua afrontosa proposta.» Talvez por tudo
isto, respondendo a torpes insinuações, José Estêvão, em manifesto de
1861, dirigido aos Srs. Eleitores do Círculo d'Aveiro, afirme a
determinado passo:
«Quanto a melhoramentos locais nada
posso prometer, e não vos tenho feito mais do que aquilo a que
tendes direito... Não lesei nenhuma província do reino para beneficiar
a minha terra. O meu voto foi sempre pronto a favor de todos os
progressos, qualquer que fosse a localidade do país que os
reclamasse.»
O exílio em Paris, que certamente
permitiu a José Estêvão observar mais de perto a instabilidade
europeia e a insatisfação francesa, quiçá o germinar dos
acontecimentos de 1848, bem como uma natural inquietação perante a
permanente fragilidade política e social do seu país, onde a
recuperação económica se mostrava inadiável e as reformas de
fomento se impunham, devem ter empurrado o tribuno para os braços da
Regeneração.
Esta fidelidade à ordem regeneradora,
que aprioristicamente pode ser percebida como uma incoerência do seu
percurso político, só será quebrada em 1860, aquando do gabinete
presidido por Joaquim António de Aguiar, embora já se adivinhe em
1857, quando, na sessão parlamentar de 23 de Maio, ocupando a sua "antiga cadeira de deputado da extrema esquerda", discursou sobre o
"Contrato do Tabaco".
O ilustre parlamentar parece sentir o
peso de uma certa incompreensão, face às suas opções políticas, e é
nesse sentido que interpretamos as suas sucessivas explicações e
justificações. No entanto, não devemos esquecer que tanto os
regeneradores como os históricos eram facções da mesma família
política, o chamado partido Progressista, nascido da coligação de
todas as forças liberais que se opunham ao cabralismo. Convém
igualmente lembrar que, até ao último quartel do século XIX, não
podemos falar de partidos no sentido moderno do termo. Os diferentes
grupos políticos tinham uma débil organização e eram, frequentemente,
muito indefinidos nos aspectos ideológicos e programáticos.
José Estêvão já em 1857 mostrava o seu
descontentamento pelo crescente oportunismo político, e pelos
trânsfugas que se iam vendendo ao ritmo das mordomias, privilegiando
com as suas diatribes o ministro António José d'Ávila, que o gabinete
progressista de Loulé fora recuperar das antigas hostes cartistas e
cabralistas. Aliás, seriam gabinetes presididos pelo Marquês de Loulé,
companheiro político do grande tribuno ao longo de quase todo o
segundo quartel de Oitocentos, o alvo dos discursos mais famosos e
vibrantes do estro estevaniano: referimo-nos aos discursos sobre as
questões do "Charles et Georges"(5) e das "Irmãs da Caridade"(6).
O probo e distinto orador jamais se
vendera, antes alardeara sempre uma grande independência intelectual,
uma invulgar coerência cívica e política, que facilmente captamos nas
suas mais importantes intervenções parlamentares. Em 1840 já se
insurgia contra a promiscuidade política, contra o amálgama ordeiro,
agrinaldando o discurso do "Porto Pireu" com algumas comparações de
ironia demolidora: "o centro da câmara é um fidalgo d'aldeia, que se
pretende aparentar com todos os titulares, por consanguinidade, por
afinidade, e até por bastardia!"
Quando se afastou da Regeneração,
enveredando, desiludido mas não vencido, por um certo isolacionismo
político, José Estêvão parece ter sentido necessidade de se explicar
perante o eleitorado. Nada melhor que dar-lhe a palavra:
«Era natural, se falássemos, que me
perguntásseis a que partido eu pertenço. E talvez não, que os
genealogistas políticos vão sendo raros, e os eleitores a quem me
dirijo, prezam mais actos de boa governação do que pergaminhos partidários. (...)
Eu pertenço ao partido histórico pela
parte que tomei em todas as suas luctas parlamentares e armadas para
sustentar as liberdades públicas.
Pertenço ao partido regenerador por
lhe ter dado o fraco concurso do meu voto nos muitos cometimentos
com que ele despersuadiu o país duma política de teorias e paixões
para o ocupar de melhoramentos reais e civilizadores. Para o futuro
pertencerei de certo ao partido que começa a formar-se, (...)»(7)
O tribuno casara-se em 1858 com D.
Rita de Moura Miranda e, no ano seguinte, nascera-lhe o seu segundo
filho, Luís de Magalhães, já que Coimbra, quando corria o ano de 1837,
lhe tinha trazido um filho natural, baptizado de Mateus,
fruto de amores de estudante. Em 1860 nasce-lhe a filha Joana, que
viria a falecer logo em Abril do ano seguinte, quando o pai andava em
campanha eleitoral.
O ano de 1861 é para José Estêvão um
período de forte actividade política. Para além de trabalhar na
organização de um novo partido, como se pode perceber pelo fragmento
do manifesto eleitoral atrás transcrito, ganha as eleições em
candidatura de oposição ao governo. Neste mesmo ano vende a "Revolução
de Septembro", passando a colaborar activamente, desde o seu primeiro
número, no jornal" A Liberdade".(8) Em Aveiro, perante a hostilidade
de Manuel Firmino de Almeida Maia, proprietário do jornal “Campeão das
Províncias" e seu ex-correligionário, funda, com um grupo de amigos, o
periódico "Districto de Aveiro".
No ano seguinte, para além de
continuar a trabalhar nas habituais tarefas políticas, José Estêvão
irá privilegiar a Confederação Maçónica Portuguesa, da qual acabava de
ser eleito Grão-Mestre. Com tradições maçónicas na família, já que seu
pai, Luís Cipriano, pertencera à Loja que em 1823 funcionava em
Aveiro, na Quinta dos Santos Mártires, José Estêvão foi iniciado no
exílio de Plymouth, em 1828, com o nome simbólico de Pórcio. Tendo
ascendido ao sétimo grau do Rito Francês (Soberano Príncipe Rosa
Cruz), o tribuno aveirense foi Venerável da Loja 5 de Novembro, de
Lisboa.
Entre 1861 e 1862 José Estêvão está
ainda envolvido na fundação do Asilo de S. João em Lisboa, o que faz
com meios financeiros da Maçonaria, bem como, em A veiro, de um asilo
para a infância desvalida.
Repentinamente, em 4 de Novembro de
1862, José Estêvão Coelho de Magalhães morre em Lisboa, quando nada o
fazia prever, deixando sua esposa grávida do filho que virá a
nascer postumamente e que virá a ser baptizado com o mesmo nome do
pai.
O duque de Loulé, chefe do ministério
histórico que governará o País de 1860 a 1865, envidava esforços
através de amigos comuns no sentido de o trazer ao governo,
pretendendo entregar-lhe a pasta do Reino.
«Privando com o poder, muitas vezes, e
nalgumas o seu maior esteio no parlamento, nunca ambicionou o
governo, não solicitou nem aceitou mercês ou condecorações. O peito
onde pulsava tão grande coração, só se ornou com a Torre e Espada,
ganha no campo de batalha, e com o colar da academia das ciências,
que lhe foi conferido pelo seu talento oratório. Eram os troféus que
havia conquistado nos dois campos de lide em que tantas vitórias
alcançara, e os emblemas da sua profissão – as armas e as letras
(9)
Manuel José Gonçalves de Carvalho
Professor de História
Escola Secundária Dr. Jaime
Magalhães Lima
Aveiro
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NOTAS
(1) - Jornal constitucionalista fundado em
Angra do Heroísmo a 17 de Abril de 1830. Órgão oficial da regência
liberal da Terceira, foi o primeiro periódico Açoriano, feito com o
prelo e outro material tipográfico embarcado em Londres, na mesma
escuna em que embarcaram os exilados de Plymouth. (Cfr. Grande
Enciclopédia Portuguesa e Brasileira, voI. 6, pago 705 b).
(2) - Redutos e fortificações que faziam
parte da linha de defesa do Porto. O reduto de Covelo ficava entre as
estradas de Braga e Guimarães, enquanto o reduto da Flecha dos Mortos
se situava entre Lordelo e Foz.
(3) – Sessão das Cortes de 12 de Agosto de
1840; era ministro do Reino, Rodrigo da Fonseca Magalhães.
(4) - José de Salamanca y Mayol
(1811-1883), financeiro espanhol fundador da Companhia Portuguesa dos
Caminhos-de-Ferro.
(5) - Barca negreira francesa,
apresada em Moçambique com um carregamento de escravos; sob a ameaça
de bombardeamento de Lisboa pela esquadra francesa ancorada no Tejo, o
governo devolveu o navio e pagou a indemnização exigida.
(6) - Instituição religiosa feminina
da Congregação de S. Vicente de Paula, vocacionada para a enfermagem.
O governo autorizou a vinda para Portugal de algumas destas religiosas
francesas, o que levantou grande celeuma.
(7) - In manifesto aos Snrs. Eleitores
do Círculo d'Aveiro, Aveiro 21 de Abril de 1861, assinado por Jozé
Estêvão. Impresso no Porto, na Typ. Comercial, Rua de Bellmonte, 19.
(8) - Jornal que começou a publicar-se
em 26 de Junho de 1861, sendo da autoria de José Estêvão o artigo
principal deste primeiro número. O periódico foi fundado por Jacinto
Augusto de Freitas Oliveira. (Cfr. Grande Enciclopédia Portuguesa e
Brasileira, vol. 19, pág. 370 b e Dicionário Bibliográfico Português,
tomo X, pág. 101 e tomo XII, pago 311)
(9) - In Archivo Pittoresco, tomo V,
pago 338a, Lisboa, 1862. O Archivo Pittoresco foi mn semanário
ilustrado, que se publicou em Lisboa, entre 1857 e 1868. Mateus Luis
Coelho de Magalhães, f1lbo natural de José Estevão, chegou a colaborar
neste periódico.
BIBLIOGRAFIA
- Arquivo Pittoresco, Tomo V, pp.
337-340, Lisboa, 1862.
- CERQUEIRA, Eduardo - Camilo e José Estevão, in Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. 29, Aveiro, 1963, pp. 81-93;
(fez-se separata).
- CERQUEIRA, Eduardo - José Estêvão
apreciado pelo filho (dois discursos de Luís de Magalhães, com nota
preambular de Eduardo Cerqueira), in Arquivo do Distrito de Aveiro,
vol. 28, Aveiro, 1962, pp. 258-275; (fez-se separata).
- CERQUEIRA, Eduardo - "José Estêvão e o
seu fecundo aveirismo", inAveiro eoseu Distrito, n02, Aveiro,1966; (fezse
separata).
- CERQUEIRA, Eduardo - "Um Irmão de José
Estêvão Esquecido. Apontamentos biográficos de António Augusto Coelho
de Magalhães", in Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. 38, Aveiro,
1972, pp. 81-105; (fez-se separata).
- ESTÊVÃO, José - Discursos
Parlamentares, Livraria Cardron, Porto, 1909 (edição do Centenário).
- ESTÊVÃO, José - Discursos
Parlamentares, Aveiro, Edição da Câmara Municipal de Aveiro, 1983.
- ESTÊVÃO, José - Discursos
Parlamentares de José Estêvão Coelho de Magalhães, coleccionados por
Joaquim Simões Franco, Aveiro, Edição de A. Augusto de
Souza Maia, 1878.
- FREITAS, Mello - A Família de José Estêvão.
Conferência realizada no "Clube Mário Duarte" (Aveiro) no dia 15 de
Agosto de 1909", (Aveiro, 1909).
- FREITAS, Mello - José Estêvão (2ª
Conferência), (Aveiro, 1909).
- FREITAS, Mello - Violetas, Porto,
Imprensa Portugueza, 1878.
- GOMES, Marques - Memórias de Aveiro,
Aveiro, 1875.
- GOMES, Marques - José Estêvão - Apontamentos para a sua biographia, Porto, 1889.
- GOMES, Marques - 1° Centenário do
Nascimento de José Estêvão..., Coimbra, Imprensa da Universidade,
1909.
- GOMES, Marques - Aveiro,
Berço da Liberdade. A Revolução de 16 de Maio de 1828, Aveiro, 1928.
- Grande Enciclopédia Portuguesa e
Brasileira, Editorial Enciclopédia, Lisboa-Rio de Janeiro, 40 volumes,
passim Homenagem do Arquivo do Distrito de Aveiro a José Estêvão
Coelho de Magalhães no primeiro Centenário do seu falecimento, Aveiro, 1962.
- JANEIRO, Padre Francisco de Sousa -
Oração fúnebre nas solenes exéquias do Sr. José Estêvão Coelho de
Magalhães, Aveiro, 1863.
José Estêvão - Duas palavras pela
Comissão de Propaganda do Centro Republicano Democrático de Lisboa,
Lisboa, Imprensa Democrática, 1878.
José Estêvão - Estudo e Colectânea,
Aveiro, Edição da Comissão do Centenário, 1962
- LEITÃO, Joaquim - Cabeça a Prémio
(contos), Porto, Companhia Portuguesa Editora, 1921.
- LIMA, Jayme de Magalhães - José
Estêvão, Coimbra, França Amado Editor, 1909.
- LIMA, Jaime de Magalhães - José
Estêvão, Aveiro, Edição da revista Labor, 1928.
(Conferência lida na Biblioteca do
Liceu de Aveiro, na sessão pública de homenagem a memoria de José
Estêvão, na noite de 17 de Dezembro de 1927)
- LIMA, (Sebastião) Magalhães - O
Centenário de José Estêvão, Lisboa, Edição do Arquivo Republicano,
1909; (Discurso pronunciado no Theatro de A veiro em nome da Maçonaria
Portugueza)
- LIMA, (Sebastião) Magalhães -
Episódios da Minha Vida, 2 volumes, vol. I. pp. 59-60.
- MADAHIL, A. G. da Rocha - "Apontamentos
para a História das Relações de José Estêvão com Ílhavo", in Arquivo
do Distrito de Aveiro, vol. 28, Aveiro, 1962, pp. 277-289.
- MAGALHÃES,
Joana Inês de Lemos Coelho de - "Luís Magalhães. A sua evolução
espiritual", in Arquivo do Distrito de Aveiro, vol. 25, Aveiro, 1959,
pp. 167-198.
- MAGALHÃES, Luís de - Estudo, in Discursos Parlamentares,
Aveiro, Edição da Câmara Municipal de Aveiro, 1983, pp. VII-LI.
- MARQUES, A. H. de Oliveira -
Dicionário de Maçonaria Portuguesa, 2 volumes, Lisboa, Editorial
Delta, 1986.