Biografia
José Estêvão
Coelho de Magalhães, filho de Luís Cipriano Coelho de
Magalhães e de D. Clara Miquelina de Azevedo Leitão,
nasceu em Aveiro a 26 de Dezembro de 1809, onde foi
baptizado na Freguesia da Senhora da Apresentação, em 1 de
Janeiro de 1810.
Aos 16 anos
encontra-se matriculado no Curso de Direito da Universidade
de Coimbra.
Alistou-se no
Terceiro Batalhão Académico quando, em 1828, D. Miguel
estabeleceu o Absolutismo. Em Aveiro conseguiu sublevar os
Liberais da região; teve, porém, de emigrar para a Galiza
com as Forças da Junta do Porto. Daqui embarcou para
Inglaterra, onde se alojou no célebre barracão de Plymouth.
Em 1829, passa
com outros emigrados à Ilha Terceira, onde escreve a Crónica
da Terceira. Tomou parte nas lutas dos Açores, onde
assistiu à tomada do Faial. Desembarcou no Mindelo a 8 de
Julho de 1832.
Em 1834 José
Estêvão é promovido a Primeiro Tenente e, em Fevereiro
desse ano, contribuiu mais uma vez para a vitória liberal.
A guerra civil
terminou nesse ano, depois da vitória liberal. José Estêvão
regressou a Aveiro e, depois, seguiu para Coimbra, para
continuar os estudos.
Dispensado da
frequência do 5º ano, substituiu o pai no parlamento. Foi
eleito representante pelo círculo de Aveiro em 1837. No ano
seguinte fundou o jornal "O Tempo".
Em 1840
concorreu à cadeira de Economia Política da Escola Politécnica,
que ocupou.
Em 1842,
combateu o Cabralismo e, em 1844, entrou na Revolta do Conde
do Bonfim.
Entretanto,
fugiu para Espanha, tendo voltado em 1846. Hostilizado pelo
Cabralismo, ocultou-se na província em 1848, tornando à
política no ano seguinte.
Decorria o ano
de 1847. O Partido Nacional que reunia a oposição não
conseguia evitar as falsificações nos recenseamentos e,
por isso, colocou-se a hipótese de não se realizarem eleições.
José Estêvão opôs-se.
No ano de 1851,
a Regeneração trouxe-o de volta ao Parlamento. Neste período
bateu-se pela construção do Liceu de Aveiro
e pela passagem na mesma cidade do caminho de ferro
Lisboa-Porto.
Entre 1861 e
1862, José Estêvão está envolvido na fundação do Asilo
de S. João em Lisboa, o que faz com meios financeiros da Maçonaria,
bem como, em Aveiro, de um asilo para a infância desvalida.
O novo edifício
do Liceu de Aveiro, que José Estêvão exigia, em intervenções
parlamentares, desde Julho de 1853, viria a ser inaugurado
em 1860, enquanto a linha de caminho de ferro acabaria por
passar em Aveiro, depois de várias peripécias, acusações
e pressões de diversa ordem, que pretendiam calar a voz do
insigne Aveirense.
José Estêvão
casou em 1858 com D. Rita de Moura Miranda e, no ano
seguinte nasceu o seu segundo filho, Luís de Magalhães,
isto porque, em 1837, em Coimbra, nasceu um filho seu de
nome Mateus, fruto de amores de estudante.
Em 1860 nasceu
a sua filha Joana, que viria a morrer em Abril do ano
seguinte.
Repentinamente,
a 4 de Novembro de 1862, José Estêvão Coelho de Magalhães
morreu em Lisboa, quando nada o fazia prever, deixando a
esposa grávida de um filho que viria a ter o nome do pai.
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