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N.º 17

Publicação Semestral da Junta Distrital de Aveiro

Junho de 1974 

Antologia Aveirense

 

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Egas Moniz

«As grandes escolas de artes plásticas são os museus. Quisera uma em cada cidade, em cada vila, em cada aldeia, para que o Povo se elevasse na comunhão com o Belo».

(Legenda extraída da conferência proferida pelo nosso Prémio Nobel, no Museu de Aveiro, em 1916, que está gravada à entrada da Casa do Marinheiro).

 

 

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«A separação do Estado da Igreja era uma aspiração de muitos liberais portugueses; mas não o era menos de uma grande parte dos cató­licos, sobretudo daqueles que, pensando pouco em interesses, aspiravam à sublimação das doutrinas cristãs. Daqui se conclui que uma lei que marcasse a diferenciação dos departamentos do Estado e da Igreja devia agradar à maior parte da população portuguesa. Bastava que fosse esta­belecida em bases honradas e não houvesse o propósito de vexar fosse quem fosse. Todos se devem respeitar e, mais ainda do que os homens, se devem respeitar as crenças de cada um. Por isso, uma lei que houvesse de fazer-se em assunto de tanta monta, visto jogar com milhões de cons­ciências portuguesas, tinha de ser ponderada e sem propósitos agressivos. Ora a lei da Separação que foi publicada, embora fundamentalmente consignasse um princípio justo, vinha cheia de pequeninas agressões con­tra o clero, classe que merece ser respeitada como qualquer outra.

E foi pena que assim sucedesse, porque imediatamente o meio ecle­siástico se manifestou contrário às disposições que o vexavam e a popula­ção católica do País não viu com bons olhos os exageros da lei.»

EGAS MONIZ

(De UM ANO DE POLÍTICA)

 

 

 

páginas 33 e 34

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