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MAESTRO MIGUEL ÂNGELO PEREIRA
Músico e compositor
Na VILA DA FEIRA
«Há naquela fronte um raio de luz
que transverbera do interior do crânio, porque lá dentro está o
fogo, o génio, a inspiração» (Alberto Pimentel – in revista «A
Esperança»)
Miguel Ângelo Pereira nasceu em
Barcelinhos, Barcelos, em 27 de Janeiro de 1843 e faleceu na cidade
do Porto em 1 de Fevereiro de 1901. Foi baptizado nesta cidade, por
aí viverem seus pais.
Era filho primogénito de Bento de
Araújo Pereira, que foi o seu primeiro professor de música e de sua
mulher D. Ludovina Rosa de Jesus.
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Miguel Ângelo Pereira |
Foi casado com D. Elvira Vidigal de
Resende Pereira.
Teve uma vida muito acidentada.
Seu pai emigrou para o Brasil por
motivos políticos: para aí foi também Miguel Ângelo, depois de se
ter mantido em Portugal, durante anos, auxiliando o sustento da sua
casa com o pouco rendimento que auferia, ajudando à missa; aos 8
anos já fazia parte do coro infantil da Igreja da Lapa, no Porto.
No Brasil foi discípulo de
Segismundo Talberg e de Francisco Manuel da Silva: aí tirou, no
Conservatório, os cursos de composição e piano revelando-se, desde
logo, um apreciável músico.
Regressou ao Porto aos 20 anos,
iniciando então a sua carreira como professor e compositor.
Como organista foi discípulo do
artista Vidor.
A sua biografia, com um resumido
estudo sobre a sua obra, está publicada na Grande Enciclopédia
Luso-Brasileira, vol. 21, fls. 162.
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Dela colhemos muitas das notícias
que aqui damos, como já o fizemos no estudo publicado na revista
«Aveiro e o seu Distrito» – número 8, de 1969, pág. 63 e seguintes.
Para o seu estudo, podemos ainda
citar o Dicionário de Música Ilustrado de Tomás Borba e Fernando
Lopes Graça, pág. 362 e 363 – vol. I – Z (2.º) 1958, «O Tripeiro» de
10 de Outubro de 1966, com desenho de Manuel Monterroso e muito
especialmente o destacado estudo de Alberto Moreira na mesma revista
– O grande pianista e compositor «portuense» Miguel Ângelo – reunido
em volume em 1956 sob o título de
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Ângelo. Esboço bibliográfico do talentoso maestro e compositor
«portuense».
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A ele se refere a Revista Musical.
Guilherme Braga também traçou a sua
biografia, com elogiosas referências, no número nove do «Porto
Elegante» de 1865.
Alberto Soubiés, na sua História da
Música, exaltou os seus méritos: considera-o um «pianista de
talento» que com facilidade abrangia todos os géneros de música.
Durante dezenas de anos
evidenciou-se no Porto com as suas composições e audições, em época
em que esta cidade contava no seu seio outros grandes artistas.
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Outro tanto, no Brasil, ascendeu ao
lugar de organista particular da capela do Imperador.
Entre as suas obras notáveis
contam-se a marcha «Progredior» dedicada ao Porto, um «Te-Deum
Laudamus» a quatro vozes, a grande orquestra, que foi executado
nesta cidade quando aí se inaugurou, na Praça da Batalha, a estátua
a D. Pedro V, cantado pelo deão e executado pela orquestra do senhor
Silvestre, para tal fim composta por oitenta professores («O
Tripeiro» n.º 5 de Setembro de 1956 – fls. 150 e separata fls. 23) e
a «Marcha improvisada».
Alberto Moreira no mesmo «O Tripeiro
– n.º 3 de Julho de 1956 fls. 87 e citado livro fls. 20, é de
parecer que algumas das composições de Miguel Ângelo foram feitas, a
convite de algum mestre de Capela – o referido Silvestre ou Canedo.
Este Silvestre – Silvestre de Aguiar
Bisarro – era o pai do grande feirense Dr. António Augusto de Aguiar
Cardoso, que foi mestre da capela de S. Silvestre no Porto, por si
fundada e da qual foi director-proprietário.
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Como maior afirmação do seu talento,
como artista, Miguel Ângelo compôs uma ópera intitulada «Eurico» com
base no livro do mesmo nome de Alexandre Herculano, representada em
S. Carlos – Lisboa – em 1870, no Teatro de S. João – Porto –, pela
primeira vez em 1874 (onde lhe foi oferecida uma batuta de prata) e
ainda nesta cidade repetida por várias vezes. Também foi executada
no Rio de Janeiro em 1878.
Legou-nos, ainda: a «Cantata a Luís
de Camões» que se diz ter sido escrita em quinze dias e foi
executada a 10 de Junho de 1880 na Nave Central do Palácio de
Cristal; «Ondina», quinteto de piano e instrumentos de corda, em ré
maior; os quartetos de corda, «Scherse» (alia gallega) e «Mi Lá Ré
Sol Dó»; «Fantasia Heróica», escrita para peça de concurso para o
certame musical de Braga em 1894; «Adamastor», sinfonia a 6 pianos e
ainda diversas peças para piano e canto com letra de João de Deus e
de outros poetas; a ópera «Laida», que só foi dada a publicidade
depois da sua morte (em parte reproduzida na Revista Musical n.º 7 –
fls. 3) e cuja partitura está em Leipzig; «Avalanche»; «Stabat
Mater» e um «Libera-me».
Foi ainda Miguel Ângelo quem musicou
a «Marcha do Ódio», com versos de Guerra Junqueiro.
Produziu ainda outras obras
arroladas na dita Grande Enciclopédia e mencionada Revista Musical,
onde se informa ele ter usado o pseudónimo de Sam.
No Porto fundou e dirigiu a
«Sociedade de Quartetos», que mais tarde foi integrada no Orfeão
Portuense.
Foram seus discípulos Óscar da
Silva, D. Teresa Amaral, Artur Pereira, Ernesto Maia e D. Maria S.
Vasconcelos Leão.
Tinha um temperamento irascível, o
que lhe concitou más vontades que muito o prejudicaram, sobretudo
depois da publicação da revista musical «Eurico».
Depois de 1885, a par da decadência
como artista, deterioraram-se as suas faculdades mentais até que
veio a falecer numa casa de saúde do Porto em 1 de Novembro de 1901,
deixando um grande nome como maestro, professor de música, organista
e compositor.
Miguel Ângelo foi nobilitado por
grandes homens do seu tempo, entre os quais podemos citar o
arqueólogo e crítico de arte Dr. Joaquim de Vasconcelos e o poeta
Guilherme Braga – que lhe dedicou os seguintes versos:
A MIGUEL ÂNGELO PEREIRA
Dante soube moldar na estrofe a
santa ideia;
Fídias gravou-a em bronze e à pedra
a transmitiu;
Rafael, com a luz que as almas
incendeia,
Dando-lhe uma existência, a tela
coloriu.
Tu, como eles também, de glória
coroado,
Ouves, cantar-te em roda uns
espíritos bons,
E, ao sol da Arte sublime, ó sublime
inspirado,
Tu dás à ideia a forma invisível dos
sons!
(«Heras e Violetas» – 1.ª edição, fI.
99)
A MIGUEL ÂNGELO
(No benefício do distinto maestro,
cantando-se o Eurico)
À vasta inspiração do génio
soberano,
Que, em face às multidões, abrasa o
génio teu,
É viva como o sol, grande como o
oceano,
Sublime como a luz, profunda como o
céu!
Pulula-te no crânio a ideia, a forma
austera,
Que s'expande depois nuns turbilhões
febris,
Como a fervente lava irrompe da
cratera!
Como a espuma se arroja aos negros
alcantis!
Do triste cismador dos ermos da
Carteia,
Cinzelara Herculano a estátua
colossal,
Drama que assombra a História, o
Cântico, a Epopeia?
Misto d'inferno e céu! foco do bem e
do mal!
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D'Eurico a imensa dor tu viste-a de
perto!...
Desceste àquele abismo a
aprofundar-lhe o horror,
E a gente ouve rugir os ventos do
deserto
Na voz que deu à estátua o audaz
compositor!
Uma cidade inteira, artista, e que
cidade!
Te vem poisar na fronte a coroa
triunfal!
Lê-se nos seus brasões: «Trabalho
e liberdade!»
Folga, anima-te, exulta, espírito
imortal!
Dás glória ao teu país! Por entre os
portugueses
Não podias passar desconhecido e só!
Perdoa a afronta vã que te assaltou
por vezes:
– Sonha, que em sombras jaz! Pó que
volveu ao pó!
Quem não há-de sentir orgulho de
saudar-te
No ardente frenesi d'esplêndida
ovação,
Se tens escritos n'alma os
Evangelhos d'Arte?
Se tu nasceste aqui? Se tu és nosso
irmão?
(Versos coligidos por Dr. Rodrigo
Veloso – pág. 23)
Ainda se vê outra referência ao
maestro numa poesia dedicada a Ernesto Pinto de Almeida (21 de Maio
de 1865).
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37 /
Tu vês mais perto ainda um círculo
de amigos,
– Liras de que o futuro há de
extrair um som,
Agrupados ali como num Pantéon.
Alexandre (Alexandre da Conceição
autor das Alvoradas)...
Dias (José Dias de Oliveira, autor
da lira íntima)...
... . ..
... ... ... ...
Casimiro d'Abreu nascido em
Portugal,
Miguel Ângelo, o artista, a cabeça
imortal,
Onde está fermentado um futuro mais
rico...
O homem que levantou o cadáver de
Eurico
Para o dar no teatro às grandes
ovações
Que cercam de ordinário os grandes
corações.
... ... ... ... ... ...
... ... ... ... ... ...
(«Heras e Violetas» – 1.ª edição,
pág. 61)
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Miguel Ângelo deixou dois filhos –
Américo Ângelo Pereira e Virgílio Pereira, que também foram músicos
distintos.
Este distinguiu-se como maestro e
professor de música e por ter organizado o Coral da Câmara das
«Pequeninas Cantoras do Postigo do Sol» formado por educandas do
Recolhimento das Meninas Desamparadas.
Em 15 de Abril de 1883 fundou-se, na
Vila da Feira, um quinzenário de revista musical, intitulado «Miscellanea
Musical» da qual foram editores, a princípio, Joaquim Ribeiro e
Irmãos.
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Com o formato de 0,35x 0,26 tinha 4
páginas com 2 colunas cada.
Alcançou o segundo ano com 6 números
e um suplemento: o primeiro reuniu vinte e quatro números.
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Cada número era distribuído com uma
música tendo algumas a inscrição «Grav. J. Ribeiro – Vila da Feira».
A revista, até ao número 20, foi
impressa na tipografia municipal da Feira, onde se imprimiu o
primeiro jornal desta vila, intitulado «Jornal da Feira» que era
editado pelo seu proprietário Manuel José da Silva Ribeiro, irmão
daquele J. (Joaquim) Ribeiro: a partir do número 21 foi editado no
Porto, na tipografia de Manuel Luís de Sousa Ferreira.
O segundo ano voltou a ser editado
na Vila da Feira – apenas por Joaquim Ribeiro e Irmão: este deve ser
aquele Manuel.
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Pelo menos, a partir do 2.º ano, os
números eram revestidos por uma capa.
No artigo de fundo do seu número 1,
sob o título «Miscellanea Musical», que se reproduz em fotografia,
diz-se da sua finalidade e oportunidade da publicação.
A esta revista sucedeu uma outra, a
que foi dado o título de «Eurico», «quinzenário de revista musical»
de que era redactor Miguel Ângelo (Miguel Ângelo Pereira)
continuando a ser editores – Joaquim Ribeiro e Irmão: no seu
cabeçalho indica-se como seu agente «Agência Geral Raphael Ângelo,
Rua Formosa n.º 325 – Porto».
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O seu primeiro número foi datado de
15 de Setembro de 1884 e o último (número 5) de 30 de Novembro do
mesmo ano.
O formato era semelhante ao da «Miscellanea
Musical».
Tinha o mesmo número de páginas com
duas colunas cada.
O último número da «Miscellanea»,
datado de 15 de Julho de 1884, já foi dirigido por Miguel Ângelo:
este número ou o seu suplemento foi acompanhado de uma valsa – Polka,
deste maestro, dedicada à sua discípula D. Maria S. Vasconcelos
Leão.
No artigo de fundo do primeiro
número do «Eurico» intitulado «Expediente», os editores informam que
esta revista é publicada em continuação da «Miscellanea Musical» e
que o último número desta revista (o sexto do segundo ano) já foi
publicado sob a direcção de Miguel Ângelo.
A nova revista continuou a pertencer
à aludida empresa de Vila da Feira, Joaquim Ribeiro e Irmão, que
afirma, naquele artigo de fundo, que a substituição da «Miscellanea»
pelo «Eurico» representa um melhoramento e que a competência do
redactor garante a execução do programa que enuncia para a nova
revista.
Este foi traçado naquele
«Expediente» nos seguintes termos: «O Eurico apresenta-se
literariamente de lança em riste para combater tudo e todos que por
obras ou acções venham empanar o brilho da Arte ou prejudicar o bom
nome do artista, e de coração magnânimo para exaltar méritos e
registar virtudes onde quer que as haja. Musicalmente publicará com
preferência as obras de compositores portugueses de verdadeiro e
reconhecido mérito e dentre as composições de estranhos, escolherá
aquelas que possam auxiliar os bons professores na educação musical
dos seus discípulos».
A citada «Enciclopédia» atribui à
actuação dele, nesta revista onde deu expansão ao seu temperamento
azedo e conflituoso, a principal causa da sua decadência por, a
partir de então, ter perdido o prestígio. No entender dela a
publicação da revista «Eurico» teve o «fim único de desenvolver
campanhas de baixo insulto contra os artistas e os críticos». Esta
decadência acentuou-se quando o público deixou de frequentar os seus
concertos e ele deixou de encontrar a devida compensação nas suas
viagens ao Brasil.
Alberto Moreira a propósito desta
revista diz, no mencionado artigo sobre Miguel Ângelo – (número 10
de Fevereiro de 1957 – fls. 302): – «Miguel Ângelo, que durante
quatro gloriosos lustros caminhara de triunfo em triunfo, havia
chegado ao zénite, e o destino, sempre caprichoso, não permitiria
que o Artista fugisse por muito tempo em tão alto e ambicionado
esplendor!... Algo por culpa sua e muito por faltas alheias,
incompatibilizou-se com grande parte da valorosa falange artística
portuense e, a pouco e pouco, foi ficando isolado do necessário
convívio com a brilhante plêiade musical e literária. Então dera
início à publicação do Eurico, revista quinzenal quase
exclusivamente por ele colaborada, dando à estampa muitas e muitas
valiosas composições musicais, mas publicando também alguns artigos
de crítica que mais o incompatibilizaram com distintas figuras que o
Porto muito estimava.
Ainda assim, o Eurico foi uma
publicação muito útil e assaz vantajosa, pois além de outras
composições de reconhecido valor inseriu, num dos números de Maio de
1885, a esplêndida Canção de Abril que Miguel Ângelo compusera,
inspirado na poesia do mesmo título escrita pelo lírico poeta Diogo
Souto. Esta deliciosa composição foi muito apreciada pela imprensa,
e teve extraordinária voga em todo o País, sendo os mimosos versos
reproduzidos em vários jornais do Porto e da capital».
Cada número do «Eurico» era
distribuído protegido por uma vistosa capa de papel, desenhada e
subscrita por Rafael Bordalo Pinheiro.
Este foi sempre um bom companheiro e
dedicado amigo de Miguel Ângelo.
«O mais devotado defensor de Miguel
Ângelo no Rio de Janeiro, na grande campanha motivada pelo Eurico,
foi o genial artista Rafael Bordalo Pinheiro, que ali se encontrava
desde Setembro de 1875 e que nas páginas do “Besouro”, jornal
ilustrado, humorístico e satírico, cujo primeiro número apareceu em
6 de Abril de 1878, exaltou ardorosamente o Artista seu compatriota
– e com tão indómita violência ridicularizou os adversários, que
estes, enfurecidos «chegaram a armar o braço de uma capoeira para
uma facada nocturna, felizmente sem consequências graves» (Alberto
Moreira «O Tripeiro» – número 9 de Janeiro de 1957 – pg. 277).
Descrevendo aquela caricatura,
Guilherme de Azevedo, no Ocidente de 1 de Dezembro de 1878 – Crónica
Ocidental – diz «no número do Besouro que eu contemplo agora, deparo
com muitas fisionomias conhecidas...; o maestro Miguel Ângelo, autor
do Eurico, profundo músico português, aparando na couraça
invulnerável da sua grande sobrecasaca os golpes que a crítica joga
à sua partitura querida...»
Ainda Alberto Moreira nos informa no
cito número de «O Tripeiro» a fls. 303,
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reportando-se a Setembro de 1888:
«Decorrido algum tempo, era Miguel
Ângelo convidado para musicar a Marcha do Ódio, (dada a público em 5
de Abril de 1890) versos violentíssimos do consagrado poeta Guerra
Junqueiro e para os quais Rafael Bordalo Pinheiro compôs ilustrações
irónicas e causticantes».
«Eurico» tinha várias secções, como
educação musical por Hector Berlioz e outros, com conselhos aos
professores de piano por Felix de Couper, pelourinho, noticiário,
etc.
Cada número incluía uma música,
entre as quais citamos «Melodia» por Rubinstein, a melodia «L’amour
d'une femme» de Schuman e «Momentos musicais» de Schubert.
No número quatro de 15 de Novembro
de 1884, prestou homenagem ao fundador do «Comércio do Porto» Manuel
de Sousa Carqueja.
Os exemplares das mencionadas
revistas «Miscellanea Musical» e «Eurico» são hoje muito raros.
Já em Setembro de 1902 a citada
«Revista Musical» dizia que as colecções do «Eurico» eram raras e
valiosas.
Daquela apenas conheço duas
colecções, ambos incompletas, mas que se completam entre si: uma
abrange apenas os primeiros vinte e dois números do primeiro ano,
com falta do sexto, colecção que hoje pertence ao Dr. Domingos
Caetano de Sousa, desta Vila, por oferta que lhe foi feita por D.
Gilberta Xavier de Paiva e seu marido Dr. Humberto Xavier de Paiva;
a outra, a que só falta o número dois do primeiro ano, pertence ao
ilustre maestro António Melo, da cidade de Lisboa.
Do «Eurico» apenas conheço uma
colecção completa, encadernada juntamente com a «Miscellanea
Musical» também pertencente a este maestro, a quem gostosamente
manifesto o meu agradecimento por ma ter facultado para estudo e
para aquisição das fotografias que, desta revista, aqui se
reproduzem.
Conheço ainda um exemplar do número
um na posse de Vicente Rebelo da Sousa Reis, da freguesia de
Arrifana, deste concelho.
À «Miscellanea Musical» refere-se o
«Commercio da Feira» número 33 de 14 de Agosto de 1902, Dr. António
Zagalo dos Santos, no Arquivo do Distrito de Aveiro – vol. 9.º pág.
157, A. Carneiro da Silva, cit. vol. Arq. pág. 297, A. Xavier da
Silva Pereira, em «Jornaes Portugueses» – pág. 101 e «Bibliophilie
Musicale» de Michel Ângelo Lambertini MCMXVIII.
Por sua vez, a «Eurico referem-se
aqueles A. Carneiro da Silva, A. Xavier da Silva Pereira e «Bibliophilie
Musicale».
Estudei cada uma destas revistas no
meu trabalho sobre «Imprensa periódica da Vila e Concelho da Feira»,
publicado na revista «Aveiro e o seu Distrito», número 8 de 1969,
pág. 60 a 66, onde procurei esclarecer e corrigir as notícias dadas
em alguns daqueles autores.
A cidade de Barcelos já prestou
homenagem à sua memória dando o seu nome à rua de Baixo, que depois
se chamou de José Falcão.
Outro tanto fez a Excelentíssima
Câmara Municipal do Porto, dando o nome de Miguel Ângelo a uma das
ruas da cidade.
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