Figuravam no programa alguns consagrados nomes da tauromaquia nacional.
Não obstante, a praça do Rossio apresentava
mais de metade da lotação... às moscas!
O Morgado de Covas, no seu primeiro touro, houve-se bem, espetando mesmo
um ferro magistral. No segundo, confiado em demasia, deixou que a
montada levasse um "beijo" do «cornúpeto»...
José da Costa fez tudo por agradar. Da gente de pé, Cadete e Malagueño
brilharam nessa tarde ardente de Junho, pois estava-se a 14 do mês de
S. João... Cadão e João de Barros fizeram pegas
rijas, a ombrear com as dos homens do Ribatejo.
A corrida inaugural da época
teve pormenores de agrado, não satisfazendo inteiramente no conjunto.
A segunda corrida efectuou-se em 28. José Casimiro mostrou-se
esplêndido, Teodoro, Cadete e Saldanha pura e simplesmente bem.
Como na toirada precedente, o público
não acorreu em quantidade apreciável.
Em 20 de Julho, com menos de um terço da casa,
realizou-se a terceira corrida,
que causou decepção Farpeou
o velho cavaleiro José Bento de Araújo e estiveram presentes,
entre outros, os conhecidos bandarilheiros Tomás da Rocha, que se
distinguiu, e Manuel dos Santos.
Depois, o Clube dos Galitos, a Associação dos Bateleiros, a Sociedade
Recreio Artístico e o Clube Mário Duarte promoveram
garraiadas. Finalmente, em princípios de Setembro, apareceu a notícia desoladora:
«No dia 8 do corrente, e sob a base de 1.200.$000 será vendida em
arrematação a praça de touros do Rossio, com todos os seus pertences, se
antes daquele dia o proprietário não tiver proposta de compra aceitável.»
E a praça foi parar... à Golegã!
A sorte do circo taurino levantou celeuma e algumas penas vibraram
de pura indignação. Entre todas, flamejou, despedindo rijos golpes, a de João
Mendonça Barreto, homem de honra, tão bom pegador de garraios como
crítico esclarecido e sem papas na língua...
O certo é que a praça de madeira do
Rossio, a primeira do país no seu género, construída cerca de 10 anos após a demolição da de pedra e cal, que passava por ser a segunda do país na sua categoria, seria substituída,
por seu turno, só alguns anos mais tarde.
Se em 1897 o público lamentara o desaparecimento da praça magnífica para a
época e onde haviam toureado
Castelo Melhor e Conde do Côvo, Marquês de Belas e
D. António de Portugal, numa palavra, toda a fina fIor da tauromaquia
portuguesa – esse mesmo público, volvida uma dezena de anos, não saberia compreender a iniciativa entre arrojada e simpática de Domingos
João dos Reis. E, no entanto, pelo redondel haviam passado agora um José Casimiro, um Morgado, um Cadete,
um Teodoro, numa palavra ainda, a plêiade mais representativa
do seu tempo! |