Propriedade de Domingos João dos
Reis, a nova praça de toiros aveirense,
erguida no Rossio como a anterior, foi
inaugurada, com um atraente programa,
em 21 de Julho de 1907.
João Mendonça, crítico de uma
probidade extraordinária, transmitia no
dia
seguinte aos seus leitores algumas impressões acerca da corrida. Eis alguns tópicos
da crónica:
«Sai o primeiro bicho para Manuel Casimiro, que se apresentou bem montado.
Manuel
tem ferros aproveitáveis, outros menos bons e
pena foi aquele curto que apareceu descaído...»
«No seu "segundo", sofreu duas colhidas com
que decerto o seu Batata não contava, tendo oferecido o primeiro ferro ao
Sr. Mário Duarte,
velho amigo. Teve todavia um toureio alegre e
animado, e melhor já se não vê por cá há muitos
anos. Da gente de pé todos procuraram agradar,
havendo pares magníficos de Malagueño, Xavier,
J. d'Oliveira e A. Vieira».
«Em resumo, foi uma tourada que agradou».
Os touros eram de Silva Vitorino, de
Muge.
A segunda corrida, efectuada no mês
de Agosto, desiludiu completamente.
João Mendonça, desassombradamente o proclama:
«Obrigado por dever de cronista a dizer a verdade, pese ela a quem
pesar, nem sei como
deva descrever o que foi esta toirada. Toiros,
artistas, direcção, etc., tudo fundido, não dá sequer
um pálido, reflexo duma garraiada das que na
Barra é costume promover-se».
Em Aveiro, o novo período
taurino,
iniciado com a construção de ampla praça
de madeira, parecia, decididamente tudo
o indicava haver despontado sob maus
auspícios, sob signo menos feliz... |