A LINDA VILA DE CAMPO MAIOR

Por PEDRO AUGUSTO VITORINO

Campo Maior é uma das terras alentejanas, situada no distrito de Portalegre, próximo da fronteira luso-espanhola, vila concelhia, de grandes tradições, berço de heróis soldados e de almas beatificadas, como a de Beatriz da Silva Menezes e de Frei Amadeu da Silva ou Frei Amador, como lhe chamava o povo. A primeira, que foi dama da côrte, teve durante os sessenta e seis anos de existência terrena, uma vida angélica e pura, mas cheia de sofrimentos, derivado às suas belezas, que faziam nutrir inveja à própria rainha. Foi assim obrigada a seguir a vida de freira, espalhando ternura e amor, por onde passava, em nome de Deus.

A segunda alma beatificada, era irmã da primeira, fidalgo de ardente paixão amorosa pela Infanta Leonor, filha de D. Duarte, que foi casar com o Imperador Frederico III de Alemanha.

Este, desiludido, foi dedicar-se também à vida religiosa, fundando um convento conjuntamente com outro frade, na vila de Campo Maior, no ano de 1482, no sítio da Fonte das Negras, e mais tarde foi o confessor do Papa Xisto IV, tendo falecido em 10 de Agosto de 1493, na cidade de Milão, onde se encontra sepultado no Convento de Santa Maria da Paz.

Em tempos passados, Campo Maior foi um dos principais baluartes na defesa do território nacional.

Pela organização do exército / 285 / português, feito pelo Marechal Guilherme Garr Beresford, oficial britânico, em 30 de Setembro de 1807, foi dada a Campo Maior a seguinte guarnição militar: o regimento de infantaria n.º 20, com dois batalhões e um batalhão de Milícias, com o n.º 5, cujos uniformes destes últimos eram de saragoça, caseados de cordões canhões e gola encarnados, e em 1810, foi organizado um hospital para bem servir a tropa e a população, no período da Guerra Peninsular, que tem uma folha das mais brilhantes da nossa história Pátria, escrita com o rubro sangue de toda a população, em 1811, sendo por tal facto premiada com o título de «Leal e Valorosa».

Nestas últimas quatro décadas de anos, tem-se Campo Maior transformado, dia a dia, pelo esforço incansável de várias comissões administrativas, pois antes dormitava vaidosamente elevada nos feitos de armas e no encanto da sua cintura de muralhas, parapeitos, rebolins, fossos centralizando o belo Castelo (hoje monumento nacional).

Era eu criança, presenciei o desmoronamento de dois arcos e muralha, na parte junto ao quartel da Guarda Fiscal (caserna), onde existia uma loja do ferrador já falecido, Joaquim Cereja, tendo sido estes arcos e muralha dinamitados, pelos cabouqueiros, Estêvão Cordeiro e Patrocínio, já falecidos. / 286 /

Deram princípio a tal obra de alargamento, as comissões presididas pelos saudosos políticos Dr. José Regala, Dr. Agrela, José Pereira e Major José Dores, seguindo-lhes aquela plêiade de campomaiorenses com quem tive a honra de conviver.

Entre eles quero destacar os principais:  Dr. Francisco Telo da Gama, Dr. João António Carreiras e o actual presidente do município, Sr. João Vitorino Muñoz.

Toda a parte norte e nascente foi transformada do bélico num lindo jardim, seguido de dois formosos e espaçosos bairros, com modernas escolas primárias, edifícios dos C. T. T., campo de jogos desportivos, etc..

Campo Maior é hoje um grande centro comercial e industrial, tem fábricas de torrefacção de cafés, de conservas de frutas em compotas e a conhecida fábrica de licores «Anis Dómus», modernos lagares de extracção de azeite, de que este concelho possui em abundância devido ao seu vasto ramo de olival.

É de doze mil almas, aproximadamente, a população desta valorosa Vila, que é servida por duas óptimas estradas nacionais que a põem em ligação, por um dos lados, com a capital do distrito e pelo outro com a Estação do Caminho de Ferro de Elvas, que dista 15 quilómetros.

E assim, Campo Maior, protegido pelo carinho dos seus filhos, tem sido e continuará a ser, uma das principais vilas alentejanas, visto ser dotada de magníficos monumentos que recordam um passado brilhante.

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Para conservar as flores cortadas

1.ª receita

Se, em lugar de água vulgar, deitarmos água da chuva ou água destilada nas jarras, as flores conservar-se-ão quinze a vinte dias.


2.ª receita

Conservam-se a cor e a forma às plantas durante mais de quinze dias, mergulhando-as em água a que se adicione 2 gramas de sal amoníaco por litro de água.

As flores um tanto murchas podem fazer-se reviver, mergulhando as hastes durante alguns segundos em água quente; corta-se a parte da haste introduzida na água quente, antes de se meter novamente na água fria.

 

 

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