O INVERNO não é só tristeza

Inverno triste canção da Natureza. As árvores não têm folhas; os passarinhos não cantam como cantam na Primavera; a vida não brilha como brilha à luz do Sol de Julho; as mulheres nos seus casacos de peles, perdem muito da elegância que Deus lhes deu; as praias, onde as crianças se retemperam com o iodo das algas, estão inundadas; e os campos cheios de lama esperam ansiosamente a chegada das andorinhas.

...Mas não! O Inverno não é só tristeza, nem só melancolia. As noites longas de Janeiro convidam a ficar em casa no aconchego da família, a ler, a conversar, a ouvir rádio... Os esquiadores, por outro lado, sentem-se nesta época como peixinhos na água. A Serra da Estrela, noiva de Portugal, lá está, com o seu alvo manto, pronta para os receber, para os deixar deslizar vertiginosamente pelos seus «saarás» de neve. Mas as cidades também vivem, em poesia, esta quadra agreste do ano.

Não, o Inverno não é só tristeza. Não é só melancolia. Não é só chuva e abandono. É também poesia, e, além de tudo isso, saudade viva por uma Prima. vera que se aproxima a passos gigantescos - para nos tornar cada vez mais velhos...

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Será capaz de responder?

OS CICLISTAS

Dois ciclistas que se dirigiam ao Porto, apearam-se num sítio, onde a estrada se bifurcava, para decidirem por que lado deveriam continuar a jornada. Pedindo informações a um campónio que, por acaso, ali passava, este disse-lhes que as duas estradas que dali partiam, ambas conduziam ao Porto e tinham o mesmo comprimento, trinta quilómetros; mas, enquanto que uma delas era plana, a outra tinha muitas subidas e descidas.

– Vamos pelo caminho plano, disse um dos ciclistas. Sem nos apressarmos muito, a doze quilómetros por hora, em duas horas e meia estamos no Porto.

– Se formos pelo outro caminho, retorquiu o companheiro, gastaremos pouco mais ou menos o mesmo tempo. Tudo se reduz a vencer as subidas a seis quilómetros por hora, e as descidas a dezoito.

Decidiram separar-se. O primeiro ciclista tomou pelo caminho plano e conservou todo o tempo a velocidade do doze quilómetros por hora; o outro encontrou precisamente metade do caminho a subir e a outra metade a descer; e subiu a seis quilómetros e desceu a dezoito quilómetros por hora.

Chegariam os dois ao Porto ao mesmo tempo? Se não aconteceu assim, qual chegou primeiro? Se o leitor não for capaz de responder, veja a resposta na página 287.

 

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