O centenário da morte de Mousinho da Silveira
Passou em 5 de Abril de 1949 o primeiro
centenário da morte de Mousinho da Silveira, que nasceu em Castelo de
Vide e foi um dos maiores legisladores portugueses de todos os tempos,
sem duvida o maior estadista do período liberal, o reformador que deu
expressão jurídica e económica às revoluções liberais do século
dezanove, e que a todos se impôs pela nobreza do seu carácter, pela sua
modéstia e desprendimento de interesses e ambições pessoais.
Magistrado austero e homem de princípios
liberais, sofreu a prisão e exílio devido às suas ideias, e nas horas
amargas do desterro, enquanto outros se dispersavam em lutas e vaidades
estéreis, ele ia estudando e trabalhando na futura legislação tomando
contacto com as modernas ideias, preparando as bases jurídicas em que
deveria assentar a sociedade portuguesa após a queda do regime absoluto.
Mousinho da Silveira, ele só, lutando e
trabalhando sem desfalecimentos, valeu como um Parlamento. Foi o grande
organizador que D. Pedro IV teve a seu lado, deixando uma obra colossal
na gerência dos Ministérios das Finanças e Justiça, defendendo sempre as
franquias populares e liberdades públicas e banindo os injustos
privilégios.
Alexandre Herculano, o mais austero dos
historiadores e homem verdadeiro, que viveu na época de Mousinho da
Silveira, e sempre foi avesso a elogios, escreveu nos «Opúsculos» nobres
palavras enaltecendo o carácter e a inteligência do grande estadista.
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A FLORBELA ESPANCA
(Adormecida no Cemitério de Matosinhos)
«Terra, quero dormir, dá-me pousada».
E a terra abriu-se, para receber-te,
para guardar teu moço corpo inerte,
na hora em que, da vida já cansada,
tua alma te deixou abandonada,
sem mais lume de sonho p'ra aquecer-te.
– asa que de seu ninho, então, deserte,
para o voo mais alto despertada.
Pobre desiludida! Até na morte
recusou-te ventura a estranha sorte!
Junto do mar, longe da antiga casa,
dormes, enfim, sem que ouças o rumor
dos trigais ondulando em teu redor
e o sol te cubra, na planície rasa!
EDMUNDO MACHADO
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Perguntas e adivinhas
1 – Uma pereira tinha peras. Foram lá acima,
e nem comeram peras, nem trouxeram peras, nem deixaram peras. Como foi?
2 – Diz-me lá, adivinhão: Bota e meia, em
cada pé, quantas botas são?
3 – Compadre, se eu te der uma ovelha das
minhas, ficas tu com o dobro das minhas. Se tu me deres uma das tuas,
ficamos iguais. Quantas ovelhas tem cada um de nós?
4 – Ave sou e não voo,
tenho lã e não sou carneiro.
Mas em duas palavrinhas,
já disse o meu nome inteiro!
O que é?
5 – O que é que todo o nariz tem na ponta?
6 – O que tem de parecido uma agulha com uma estrada?
7 – O que é que se vê uma vez em um minuto e duas vezes em um minuto?
(Respostas na
página 197)
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Legendas eternas
– A liberalidade não consiste em dar muito,
mas sim dar na ocasião mais própria. – La Bruyère.
– Triste é a casa onde o amor não ri. –
Giacosa.
– A boca do ambicioso só se enche com terra
da sepultura. – J. Anvers. |