Nunca vi um Alentejano
Que não fosse trabalhador
A sua fama é um engano
Na mentira do inventor
Seja ele o agricultor
A trabalhar a sua terra
Ou seja o velho pastor
Com o gado lá na serra
Num Alentejano é normal
Passo certo e seguro
Para ele é o trivial
Não tem pressa no futuro
Gosta do que é justo
Tudo faz por o merecer
O seu trabalho tem um custo
Não trabalha para aquecer
A sua forma de estar
Nem sempre é entendida
Falar e cantar devagar
É saber estar na vida
mas a nada se vergaram
Na sua vida sempre dura
Alguns pelo caminho ficaram
Na luta contra a ditadura
Luta pelo seu ideal
Para alcançar a sua meta
É homem puro, e é leal
E tem
alma de poeta