não direis aos homens
que se arrependam que não lhes cabe
a renúncia ao seu aroma e que o nunca
e o sempre neles se confundem.
só as palavras justas são sábias
e disso sabereis quando a bússola
dos segredos vos ilustrar a coragem.
nunca rogareis à chuva que as nuvens se
arrependam porque a sua medida
é a sua função. direis aos sentidos
que estejam atentos. direis ao sono
que não adormeça
para que a noite seja sóbria
e as palavras sejam justas
como os sentidos são atentos.
direis aos lábios que não ciciem
e às mãos que não esmoreçam
para que a bússola lhes caiba e a chuva soletre.
direis aos olhos que não sucumbam
e aos corpos que não estremeçam
porque os homens se querem
com a sua medida. direis aos braços
que compreendam e não se ofendam.
direis às pernas que se afadiguem
e às línguas que se contactem:
o amor é o contentamento
das sortes quando as vidas
se fecundam
e se
libertam das mortes.