em conjunto atravessamos o chão da fronteira
as árvores expostas pelo calor do silêncio
deixam que todos os viajantes
apanhem laranjas, poejo
as ervas soltas que alimentam mendigos
pelos montes fora
os cães seguem o sol
são os habitantes que precipitam na penumbra
e nesta caravana
por entre as cavidades
de um chão emboscado
cães e homens são como cardume
numa noite cálida
subimos os montes
atiçamos o fogo
e perdemo-nos
temos as mesmas ilusões
e no mesmo anfiteatro representamos
as dores das mãos
são flores que se abrem em pleno abismo
são fronteiras guardadas por moleiros
onde não há estacas nem redes
e o
caminho tem hélices douradas