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CANTAR ALENTEJANO

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Isabel Pulquério

 

O dia esfrega os olhos sonolentos

nos pulsos amarelos das searas.

P’los caminhos vestidos de cinzento

cantam ceifeiras. Caem horas claras...

 

 

Nas casas muito brancas fumos lentos

são caules breves em perpetuas jarras

e enquanto um sino fala com o vento

O Sol dá lustro às asas das cigarras.

 

 

Há-de o luar ainda achar calor

nos olivais curvados de suor

pelo dorso dos montes fumegantes,

 

 

porque a terra é humana e são seus filhos

não só os corpos verdes dos junquilhos

nas a bruma dos astros mais distantes.

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