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Pintura de Gaspar Albino - Ílhavo, 2001, págs. 5 a 15.

   

 

GASPAR ALBINO,
FILHO DE MARÍTIMO NAUFRAGADO,
EXPÕE NA GAFANHA DA NAZARÉ

 
 
 
 
Exercício de técnica de "crayon" premiado no curso de ART INSTRUCTION SCHOOLS, publicado na sua revista THE ILLUSTRATOR - Primavera 1956. Clicar para ampliar.

Exercício de técnica de "crayon" premiado no curso de ART INSTRUCTION SCHOOLS, publicado na sua revista THE ILLUSTRATOR - Primavera 1956.

 
Capa do CORREIO DO VOUGA - Linóleo de Gaspar Albino (1986). - Clicar para ampliar.

Capa do CORREIO DO VOUGA - Linóleo de Gaspar Albino (1986).

 
Ilustração do poema "Maternidade", de Pedro Zargo 1959.

Ilustração do poema "Maternidade", de Pedro Zargo, publicado no n.º 1 de COMPANHA (Nanquim)

 
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Ilustração do poema "Apelo" do livro de Costa e Melo, ECOS DO MESMO GRITO (1960) - Nanquim.

 
Miguel Torga visto por Gaspar Albino (1983) - Feltro. Clicar para ampliar.

Miguel Torga visto por Gaspar Albino (1983) - Feltro.

 
Mário Sacramento - Linóleo (1959). Clicar para ampliar.

Mário Sacramento
Linóleo (1959)

 
Vasco Branco - Linóleo. Clicar para ampliar.

Vasco Branco - Linóleo.

 
Ilustração de poema da folha AINDA (1958) - Nanquim. Clicar para ampliar.

Ilustração de poema da folha AINDA (1958) - Nanquim.

 
Natal (1961) - Nanquim. Clicar para ampliar.

Natal (1961) - Nanquim

 
José Pereira Tavares. Clicar para ampliar.

Um dos dois retratos de José Pereira Tavares existentes na biblioteca da Secª José Estêvão da autoria de Gaspar Albino.

 
 

2. O ARTISTA

2. 1. - Anteriores actividades plásticas

Ainda aluno da Escola Industrial e Comercial de Aveiro, vários trabalhos seus foram premiados nos "Salões de Exposição Estética" juvenis em que participou. Em 1956, apenas com dezoito anos, obteve em concurso mundial, organizado nos Estados Unidos da América, em Minneapolis (Minnesota) pela Art Instruction, o Primeiro Prémio de Desenho.

Durante vários anos, assumiu a direcção gráfica do semanário diocesano "Correio do Vouga", contribuindo para que o jornal fosse galardoado com um Primeiro Prémio Nacional em Grafismo, atribuído pelo antigo SNI.

O suplemento literário e artístico do antigo semanário Litoral, criado por David Cristo, no qual colaboravam regularmente Mário Sacramento, João Sarabando, Joaquim Namorado, Costa e Meio, Vasco Branco com o seu ortónimo ou com a sua assinatura de pintor (VIC), etc., Companha, circulou com cabeçalho desenhado por Gaspar Albino, que foi também responsável pelo grafismo do suplemento, infelizmente desaparecido, além de ter ilustrado alguns dos textos que nele se publicaram.

Via Latina, órgão da Associação Académica da Universidade de Coimbra, e Ainda, folha universitária de poesia, foram dirigidas graficamente por Gaspar Albino.

Vários livros de poesia e de contos foram ilustrados pelo seu traço. Outros livros e publicações de diversa índole circularam com orientação gráfica e capas suas. A título de exemplo:
– a capa da 19 edição (1959, Coimbra Editora) do livro de Mário Sacramento, Ensaios de Domingo, é de sua autoria;
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– o livro de poemas de Costa e Melo, Ecos do Mesmo Grito, dedicado "aos da Companha", tem igualmente uma capa de Gaspar Albino e os 26 "traços" que acompanham os 24 poemas e os títulos das duas partes da recolha ("Manifesto" e "Áticas") saíram da mesma mão que delineou a capa;
– deu também rosto ao livro Gente ao Acaso, de Vasco Branco;
– o livro de José de Melo, Miguel Torga (Ensaio Biobibliofotográfico), publicado pelo Lions Clube de Aveiro, em 1983, circulou com capa e arranjo gráfico de Gaspar Albino, que incluiu na capa uma interpretação retratística do autor de Bichos;
– concebeu a capa do livro de Amadeu de Sousa, São Gonçalinho em Redondilhas, editado pela Câmara Municipal de Aveiro, pela primeira vez em 1989, e em segunda edição em 1992;
– desenhou igualmente a capa do livro de recolha de textos de Frederico de Moura, intitulado Ressonâncias, publicado pela FEDRAVE em 1999, tendo também desenhado o retrato do homenageado que nela se estampa;
– no ano passado, elaborou o rosto do livro-catálogo, que eu próprio preparei, para a homenagem que a Câmara Municipal de Ílhavo quis prestar ao seu ilustre pintor Cândido Teles, recentemente desaparecido (Ver Pedro Calheiros, Dos Baús de Cândido Teles, Ílhavo, Câmara Municipal de Ílhavo, 1999);
– em 1988, ano em que se celebrava o primeiro centenário do nascimento de Fernando Pessoa, a Grafiforma de Aveiro editou um livro-objecto intitulado No Centenário de Fernando Pessoa (1888-1988), que inclui onze desenhos litografados (29x42) de Gaspar Albino, um pequeno texto de José Melo e o poema "Tabacaria" de Álvaro de Campos. Os textos e as "Interpretações" de Gaspar Albino foram impressas em papel GB Brighwater (Ivory Rib laid 100 g/m2). Os primeiros cinco desenhos são retratos estilizados de Fernando Pessoa ortónimo. O desenho número 6 idealiza um Chevalier de Pas faustiano, o sétimo Alberto Caeiro, o oitavo o semi-heterónimo Bernardo Soares, o nono e o décimo os heterónimos Álvaro de Campos e Ricardo Reis e o último, o décimo primeiro, é dedicado ao astrólogo teosófico Rafael Baldaia, um dos vários heterónimos embrionários de Fernando Pessoa. Os retratos, com suas formas e sombras, foram elaborados com um tracejado rectilíneo, mais ou menos paralelo e irregular, entrecruzado ou não, ou com linhas ondulantes, rocailleuses, de belo efeito sugestivo e estético.

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Concebeu os cenários da peça de teatro de Luiz Francisco Rebelo, intitulada O Dia Seguinte, que o Círculo de Teatro Experimental de Aveiro levou à cena nesta cidade.

Individualmente, só expôs duas vezes pintura (a primeira em 1961, em Aveiro) e desenho, mas tem participado em diversas exposições colectivas. Entre estas últimas, pode assinalar-se a mostra de obras suas em várias edições do "Salão Aveiro", tendo sido premiado no primeiro Salão Aveiro (1965) com um 3º Prémio.

Exibiu trabalhos seus, por escolha do júri, na "Primeira Exposição dos Artistas Aveirenses", retrospectiva que organizou quando era director do Clube dos Galitos. Esta associação atribuiu-lhe o Prémio José de Pinho, galardoando a sua acção em prol das artes plásticas.

Em 1982, participou na exposição "100 Anos de Artes Plásticas. Aveiro 1882- 1982", que esteve patente no Salão Cultural da Câmara Municipal desta cidade, de 10 a 27 de Março desse ano. Gaspar Albino expôs três trabalhos – Barcos e Velas (n.º 71), Retrato de José Pereira Tavares (n.º 72) e Peixeiras (n.º 73). Pode ver-se uma reprodução, a preto e branco, da primeira destas obras, no catálogo, editado no ano seguinte, em Março, com uma lindíssima capa de Cândido Teles (moliceiros na Ria, tudo em belíssimos tons azuis, onde se destaca em letras brancas o título da exposição e os informes correspondentes (ocupando toda a cobertura da publicação), catálogo que constituiu o primeiro número do Boletim Municipal de Aveiro (100 Anos de Artes Plásticas. Aveiro /882-/982, n.° 1, Março de 1983, p. 63). O Retrato de José Pereira Tavares, acima referido, foi oferecido por Gaspar Albino ao antigo Reitor do Liceu Nacional de Aveiro; está actualmente nas mãos dos seus herdeiros. Existe um outro retrato de José Pereira Tavares nesse antigo Liceu Nacional, hoje denominado Escola Secundária de José Estêvão.

Faz parte da lista dos membros fundadores da Associação dos Amigos do Museu de Aveiro, tendo sido o primeiro Presidente da sua Assembleia Geral.

Tem obras suas em algumas colecções públicas e particulares. Dois dos trabalhos que acabo de referir já pertenciam a colecções particulares quando foram expostos em 1982 (Ver Op. cit., p. 63). O Museu Nacional de Aveiro possui um retrato de Santa Joana da autoria de Gaspar Albino.

 

 

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