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I Placa identificadora:
“Largo Luís de Camões”.
E tábua apoiadora,
para evitar trambolhões.
Era pra ser provisória
a ripa sustentatória,
mas o tempo foi passando,
e o sarrafo ficando.
A obra está acabada,
nada há pra construir,
tirem lá a ripalhada,
o Camões não vai cair.
Como está, é parvoíce,
no Largo duma cidade.
Eu já tenho muita idade
e nunca vi tal tolice.
20 de
Julho de 2020
II
Pobre Luís de Camões!
Continua empoleirado,
mau grado as lamentações
que se têm publicado.
Mas será que na Autarquia
já ninguém lê o jornal?
Ou será só teimosia,
birrinha municipal?
Assim, como está, é feio,
é desleixo, parolice,
é, também, falta de asseio,
rematada patetice.
Vou pedir, uma vez mais,
pra tirarem o madeiro,
dum dos Largos principais
desta Cidade de Aveiro.
2
Setembro de 2020
III
A fonte já deita água
por todas as suas bicas.
Mas pra minha grande mágoa
a ripa resiste às dicas.
Mas será que entre os leitores,
eventuais e diários,
não haverá servidores
dos serviços camarários?
Ou esperam que apodreça
este sarrafo em disputa?
Ou então julgam que eu esqueça
e abandone esta luta?
Mas não desisto, insisto,
fá-lo-ei, sou persistente.
Mas vou mudar de registo
e alerto o Presidente.
21 de
Setembro de 2020
IV
Camões já não tem poleiro.
A ripa já foi tirada.
Assim já não é foleiro.
Já acabei a cruzada.
Ficam nos computadores
os versos que estavam feitos,
porquanto os anteriores
já produziram efeitos.
“Largo Luís de Camões”,
ou vulgo “das 5 Bicas”,
já tem placa em condições,
após escritas com dicas.
Post Scriptum
“Quem preserva sempre alcança”,
é fácil de comprovar,
quando a razão é a lança
que se empunha p'ra justar.
23
Setembro de 2020
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